Semana de oração pela unidade dos cristãos.
Tema: “Reconciliação: é o amor de cristo que nos move”(2 Cor. 5,14-20)
“Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior. Os anseios de unidade nascem e amadurecem da renovação da mente,, da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da caridade”(UR, n.7)
“Pai que todos sejam um para que o mundo creia”(JO 17,21). Esta oração de Jesus é simultaneamente revelação e invocação. Revelação: Revela a profunda unidade de Jesus com o Pai no E. Santo, como fonte de unidade para o mundo e para as Igrejas. É, também, uma invocação do dom perene que receberemos de Deus até o fim dos tempos. Dom que precisamos merecer através da oração confiante, que é a alma do ecumenismo.
Ao longo da história da Igreja sempre surgiram iniciativas e esforços na linha do ecumenismo. Por exemplo, o Papa Leão XIII(1895), numa espécie de mobilização dos fiéis católicos em prol da unidade, ordenou que fosse celebrada uma novena nos dias que vão da Ascensão até Pentecoste , para apressar a obra da reconciliação de todos os cristãos. Entretanto, o movimento ecumênico na Igreja católica só ganha força e impulso com a realização do Concílio ecumênico Vaticano II (1963). A busca da unidade dos cristãos foi um dos principais objetivos do Concilio vaticano II. Nos Decretos “Unitatis redintegratio” e “ Nostra Aetate”, o ecumenismo aparece como um elemento constitutivo da natureza ou essência da Igreja. Portanto, uma comunidade para ser verdadeiramente cristã, deve ser, também, ecumênica, realizando o apelo de Jesus Cristo em favor da unidade e da reconciliação.
Assim a Igreja, diante do crescente pluralismo religioso contemporâneo, tem a urgente necessidade de aprofundar o diálogo ecumênico e inter-religioso. Trata-se de um diálogo a respeito da salvação oferecida por Deus para a salvação da humanidade, diálogo sobre o convívio na esperança e no amor, diálogo sobre os elementos de verdade e de santificação das diferentes Igrejas, diálogo sobre a defesa e promoção da vida, diálogo sobre a promoção da paz e da justiça. Na verdade, aquilo que une as Igrejas é infinitamente maior do que aquilo que as separam ou dividem(S. João XXIII). Podemos então afirmar que o diálogo ecumênico é a vida do ecumenismo. A Igreja crê no diálogo, não como tática de conquista, mas de aproximação fraterna dos irmãos separados. Pelo diálogo fecundo aprendemos uns com os outros e adquirimos conhecimento mútuo dos irmãos e suas Igrejas.
“Queremos que o diálogo ecumênico e a cooperação ecumênica se encaminhem para despertar n ovas formas de discipulado e missão em comunhão. Cabe observar que, onde se estabelece o diálogo, diminui o proselitismo, crescem o conhecimento recíproco e o respeito, e se abrem possibilidades de testemunho comum”(DA, 233)
Pe. Deusdédit – representante da ICAR no CONIC (Cuiabá)