Por um Natal solidário

Artigo escrito por:Pe. Deusdédit  Pároco da Paróquia Coração Imaculado de Maria (Cuiabá)

“Eis que vos anuncio uma grande alegria: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor (Lc,210)”. Estas palavras reconfortantes, cheias de esperanças e alegrias, proclamadas aos humildes pastores de Belém, os primeiros adoradores de Jesus,  constituem a grande mensagem do Natal. Hoje, também, ecoa em nossos corações esta consoladora e animadora mensagem Natalina. Fomos agraciados por mais um Natal, festa magna do calendário litúrgico-cristão, em que celebramos o grande mistério da encarnação do divino salvador na história humana. A salvação prometida por Deus aos homens em sua mensagem aos patriarcas e profetas, torna-se realidade concreta com a vinda de Jesus, o messias esperado. Deus cumpriu sua promessa! As profecias se realizaram! Quando chegou a plenitude dos tempos, fixada pelo desígnio insondável do Pai, o filho de Deus assumiu natureza do homem para reconciliar a humanidade com o seu criador.

Deus em seu infinito amor nos entregou o seu amado filho, como elo de comunicação entre o céu e a terra. Ele será a escada que nos conduzirá  ao céu. Por quanto, Jesus se torna homem para divinizar o homem. Ele é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem. O ponto de comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si. A revelação bíblica, nas palavras do profeta Isaias, nos apresenta Jesus como o “Emanuel”, isto é, o “Deus-conosco”. Alguém que vem para fazer parte da nossa história de vida e da nossa jornada. O natal de Jesus é, portanto, a plena inserção de Deus no contexto vivencial humano. O rei dos reis se torna um de nós! Como diz o apóstolo Paulo: “Ele, apesar de sua condição divina, não fez alarde de ser igual a Deus, mas se esvaziou de si e tomou a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens”(Fl.2,6-7). A encarnação de Jesus é um profundo gesto de solidariedade com os Homens. Assim Jesus de Nazaré se tornou o grande modelo de solidariedade humana. Por isso, o Natal de Jesus é ocasião para compreendermos que o filho de Deus veio nos ensinar o amor solidário pelos irmãos e pelas irmãs. Ao contemplarmos o presépio de Belém, somos convidados a fazer a experiência do amor gratuito e solidário.  Gratuidade significa querer e fazer o bem, sem querer nada do outro.

Precisamos superar a lógica do “toma lá dá cá”. Infelizmente, a mensagem de paz, de justiça, de solidariedade e fraternidade que Jesus nos anuncia parece ainda desconhecida para o mundo, onde prevalece o individualismo, o consumismo exacerbado e compulsivo, a discórdia, a injustiça,  a violência, a concentração da renda e o descaso pela vida dos que sofrem. O Natal quer comunicar a mística da vida fraterna e solidária com as pessoas, imitando Cristo no mistério da salvação solidária. Podemos afirmar que o natal é a grande festa da solidariedade universal. Pois, é comemorado em todo mundo, até mesmo onde a população cristã é minoria. Esta data se reveste de certa magia e ternura, despertando nas pessoas sentimentos cristãos, muitas vezes adormecidos, como: alegria, amizade, confraternização, gestos de bondade e reconciliação com o próximo.  Estes sentimentos são frutos maravilhosos do Natal que  enobrecem nossos corações e enfeitam a árvore da nossa vida. A  arvore de  Natal, símbolo da vida, deve ser enfeitada de bons frutos, para recebermos aquele que é a verdadeira vida: Jesus, salvador! Ora, o fruto mais lindo do natal é a amizade sincera que construímos com os irmãos e irmãs. Não esqueçamos que os bons e verdadeiros amigos são, também, presentes que recebemos de Deus. São presentes que se fazem presentes o ano inteiro. Os verdadeiros amigos não os compramos em pacote! Não há dinheiro que os possam pagar! Neste Natal, inclua na sua agenda pessoal, entre “os amigos mais chegados”, o melhor deles: a adorável pessoa de Jesus! Os brindes Natalinos que trocamos são desdobramentos da incontida alegria da presença deste grande amigo e parceiro, O Senhor Jesus, presente  em nossa história e na cotidianidade da nossa vida. O evangelista Lucas nos diz: “Não havia lugar para ele na hospedaria” (Lc 2, 7). Há lugar para ele na sua vida? Na sua família? Na sua casa? No seu ambiente de trabalho?  No rol das suas amizades?
Natal é vida que nasce. Natal é convite para o homem trilhar o caminho da retidão, da solidariedade,  da compreensão, da tolerância, da ternura com seus semelhantes e comprometimento com as causas emergenciais da humanidade. Que o menino-Deus derrame, ricamente, suas graças sobre todas as famílias desta querida, lendária  e tricentenária cidade de Cuiabá, casa do senhor Bom Jesus.
Feliz Natal e um abençoado ano de 2018!

Pe. Deusdédit é sacerdote Diocesano e Pároco da Paróquia C. Imaculado de Maria ( Cuiabá)

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