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Liturgia – 2º Domingo da Páscoa 19.04.2020

“SOPROU SOBRE ELES DIZENDO:RECEBEI O ESPÍRITO SANTO…”
1.Acolhida
O Evangelista João escreveu um Evangelho de estilo mais teológico que histórico: Jesus havia recomendado aos Apóstolos de não saírem de Jerusalém, antes de receberem o Espírito Santo; pois, de agora em diante, quem vai conduzir a Igreja será o Espírito Santo, dado por Jesus à sua Igreja. Por isso, Jesus aparece no primeiro Domingo aos Apóstolos reunidos no Cenáculo, sopra sobre eles e diz: A Paz esteja convosco… recebei o Espírito Santo! Jesus derramou o Espírito Santo sobre os Apóstolos habilitando-os para o cumprimento de sua missão evangelizadora.
Os discípulos de Jesus formavam comunidades, partiam o pão entre eles, frequentavam o Templo, viviam alegres e refletiam a Palavra de Deus em comunidade. “Tinham tudo em comum!” Isto servia de testemunho evangelizador e cada dia “o Senhor acrescentava ao número mais pessoas que seriam salvas!”
Jesus derrama o Espírito Santo sobre sua Igreja e a envia em missão – “Como o Pai me enviou, também Eu vos envio… perdoai os pecados… acreditai que Eu sou o Cristo e todos aqueles que acreditam em Mim, terão a vida em meu Reino!

2.Palavra de Deus
At 2,42-47 – Todos aqueles que acreditavam em Jesus formavam comunidades de vida, pois, a experiência de Jesus se fazia ( e continua sendo feita) em Comunidade: “Os que haviam se convertido eram perseverantes na oração, perseverantes na escuta da Palavra de Deus e na doutrina dos Apóstolos e na fração do pão (Eucaristia)”.
1Pd 1,3-9 – Os cristãos, segundo o testemunho do Apóstolo Pedro, viviam como criaturas novas, embora perseguidos desde o início; mas acreditavam em Jesus, mesmo sem tê-lo visto com seus olhos carnais: “Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais…” O sofrimento faz parte da vida cristã e a fé provada é mais preciosa que o ouro purificado pelo fogo!…
Jo 20,19-31 – O Apóstolo Tomé é realista; ele viu Jesus destroçado na Paixão; agora, para crer que está vivo exige tocá-lo com suas mãos! Jesus concedeu-lhe o pedido e mandou tocá-lo e lhe disse: “Acreditaste porque me viste? Bem-aventurados aqueles que acreditaram sem terem visto!… E não sejas incrédulo, mas fiel!”

3.Reflexão
Vivemos em tempo de individualismo exacerbado!… mas Jesus revela sua Igreja como uma “Comunidade de Fé e de Vida!” Um Cristianismo fora de uma Comunidade Eclesial é, com certeza, suspeito! Jesus não salva individualmente, mas em comunidade! (Vaticano II). Há inúmeros movimentos religiosos na Igreja, suscitados pelo Espírito Santo, mas, hoje, vivendo um isolamento espiritual que, certamente, os afasta da fonte da água viva (que é o Espírito Santo). Nós, como Comunidade, somos o Corpo de Jesus. Ele é a Cabeça!
O Apóstolo Pedro exalta a fé dos cristãos que acreditaram em Jesus sem telo visto e que guardaram sua fidelidade meio da perseguição. A Cruz prova a fé dos cristãos em todos os tempos! Sem sofrimento não existe Cristianismo autêntico. A Cruz é o selo e a garantia. Tomé, o teimoso, acabou fazendo uma bela confissão da divindade de Jesus – “Meu Senhor e meu Deus!” – Jesus, porém, elogia aqueles que acreditam ser ver Jesus com seus próprios olhos carnais. Aqueles que se vangloriavam por terem visto Jesus, acabaram em “desvantagem”. Os pregadores que apelam para milagres e manifestações extraordinárias, como sinais de validade de sua pastoral e de sua pregação, precisam reavaliar sua fé e sua prática pastoral, com certeza! Jesus disse para a Samaritana que o Pai procura adoradores em espírito e verdade. Que significa essa afirmação solene de Jesus para nós que nos vangloriamos de nossas pregações?

FREI CARLOS ZAGONEL

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