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Papa Francisco: devemos ter o olhar de Cristo que procura os perdidos, com compaixão

O Papa Francisco rezou neste domingo o Angelus com os fiéis na Praça São Pedro e recordou a figura de Zaqueu e o seu encontro com Jesus.
Silvonei José – Vatican News
“O olhar de Deus nunca se detém em nosso passado cheio de erros, mas olha com infinita confiança para o que podemos nos tornar”: foi o que disse o Papa Francisco neste domingo, 30 de outubro, na alocução que precedeu o Angelus recitado com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.
No dia em que a liturgia narra o Evangelho do encontro entre Jesus e Zaqueu, chefe dos publicanos na cidade de Jericó, Francisco disse que no centro desta narração está o verbo procurar. Zaqueu “procurava ver quem era Jesus” e Jesus, após encontrá-lo, afirma: “O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.
Então o Papa se deteve nos dois olhares que se procuram: o olhar de Zaqueu que procura Jesus e o olhar de Jesus que procura Zaqueu.
Zaqueu, recordou Francisco, era um publicano, ou seja, um daqueles judeus que cobravam impostos em nome dos dominadores romanos, e se aproveitavam de sua posição. Por causa disso, era rico, odiado por todos e visto como um pecador.
O Evangelho diz que “ele era pequeno em estatura” e por isso talvez também alude à sua baixeza interior, à sua vida medíocre e desonesta, com o olhar sempre dirigido para baixo. No entanto, Zaqueu quer ver Jesus. E para ver Jesus subiu em um sicômoro. “Ele subiu em um sicômoro: Zaqueu, o homem que dominava tudo, segue o caminho do ridículo para ver Jesus. Basta pensar no que aconteceria se, por exemplo, um ministro da economia subisse numa árvore para olhar para outra coisa: arrisca de ser zombado. E Zaqueu arriscou-se de ser zombado para ver Jesus, ele se fez ridículo.
“Zaqueu, em sua baixeza, sente a necessidade de procurar outro olhar, o de Cristo. Ele ainda não o conhece, mas está esperando que alguém o liberte de sua condição, que o tire da lama em que se encontra. Isto é fundamental: Zaqueu nos ensina que, na vida, nunca tudo está perdido. Podemos sempre abrir espaço para o desejo de recomeçar, de partir novamente, de se converter”.
Em seguida o Papa destacou que decisivo é o olhar de Jesus. Ele foi enviado pelo Pai para procurar quem se perdeu; e quando chega a Jericó, passa precisamente ao lado da árvore onde está Zaqueu.
O Evangelho relata que “Jesus olhou para cima e lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, hoje devo ficar na tua casa” (v. 5). O Papa disse que essa “é uma imagem muito bonita, porque se Jesus tem que olhar para cima, isso significa que ele está olhando para Zaqueu de baixo. Esta é a história da salvação: Deus não nos olhou do alto para nos humilhar e julgar; pelo contrário, Ele se abaixou ao ponto de lavar nossos pés, olhando para baixo e restituindo-nos dignidade.
“Assim, o encontro de olhares entre Zaqueu e Jesus parece resumir toda a história da salvação: a humanidade com suas misérias procura a redenção, mas antes de tudo Deus com sua misericórdia procura a sua criatura para salvá-la”.
Francisco pediu então que nos recordemos que “o olhar de Deus nunca se detém em nosso passado cheio de erros, mas olha com infinita confiança para o que podemos nos tornar”.
E se às vezes nos sentimos pessoas de baixa estatura, não à altura dos desafios da vida, muito menos do Evangelho, atolados em problemas e pecados, Jesus sempre nos olha com amor: como com Zaqueu, ele vem ao nosso encontro, nos chama pelo nome e, se o acolhemos, ele vem à nossa casa.
Então podemos nos perguntar, disse Francisco: como olhamos para nós mesmos? Sentimo-nos inadequados e nos resignamos, ou precisamente ali, quando nos sentimos desanimados, procuramos o encontro com Jesus? E depois: que olhar temos para com aqueles que erraram e estão lutando para se levantar do pó de seus erros? É um olhar de cima, que julga, despreza e exclui?
“Lembremos que só é permitido olhar uma pessoa de cima para baixo somente para ajudá-la a se elevar: nada mais. Somente assim é admissível olhar para alguém de cima para baixo”.
“Mas nós cristãos devemos ter o olhar de Cristo, que abraça de baixo, que procura os perdidos, com compaixão. Este é, e deve ser, o olhar da Igreja, sempre”.
O Papa concluiu rezando a Maria, para cuja humildade o Senhor olhou, pedindo-lhe o dom de um novo olhar sobre nós mesmos e sobre os outros.

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