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100 anos do martírio do Beato Charles de Foucauld

100 anos do martírio do Beato Charles de Foucauld

Neste ano, estamos  celebrando os  100 anos do martírio do  Carlos de Foucauld. O martírio foi no dia 1º de Dezembro, entre os Tuaregues (grupo étnico nômade e Islâmico que habitava na parte central do deserto do Saara). A beatificação de Charles de Foucald é o reconhecimento oficial da Igreja pela sua santidade. É mais um grande exemplo de Santidade para os nossos dias. Aprendi a admirar esse discípulo de Jesus, cuja existência revela a beleza de uma entrega total a Deus, passando por experiências surpreendentes de aventuras vaidosas, frustrações, padecimentos e busca incessante de Deus.

Nasceu na França, em Estrasburgo, de uma família aristocrata, em 15 de Setembro de 1858. Sua juventude foi marcada pelo agnosticismo e por um humanismo ateu.. A riqueza herdada da família abriu-lhe as portas para as paixões desordenadas no norte da África, onde foi enviado como adido militar. Posteriormente, foi expulso da vida militar, por indisciplina. Com 28 anos retorna para a França, onde se converte para Deus. Na sua incansável e incessante  busca de Deus rezava: “Deus, se vós existis, faça com que eu acredite em vós”. Foi uma conversão radical que marcará toda a sua vida. Conversão esta, que acontece numa confissão com o Pe. Huvelin, seu orientador. Assim afirmou C. Foucauld: “Se há felicidade no céu por um pecador  que se converte, isso ocorreu quando entrei naquele confessionário. Eu pedi aulas de religião, ele me fez ajoelhar e confessar”. Com um profundo desejo de configurar-se com Jesus de Nazaré, viaja para a terra Santa, onde passa 11 anos como Eremita e trabalhando como jardineiro das Irmãs Clarissas, Assim pode mergulhar sempre mais, no mistério de Jesus de Nazaré. O Irmão Carlos, assim chamado por todos, reorganiza a sua vida à luz de Jesus servidor dos pobres. Buscando, sempre, o “ultimo lugar”, onde o Senhor Jesus está. Foi ordenado sacerdote e foi trabalhar com os muçulmanos Tuaregues, partilhando a vida com estes pobres Nômades. Na radicalidade do desapego e vivência do evangelho, pedia a Deus que pudesse perseverar na vida escondida e silenciosa  dando testemunho de amor aos Tuaregues e dispondo-se a morrer esquecido entre eles. Com 58 anos e doente, é assassinado por um jovem Senussita Tuaregues e morre na areia do deserto. O que mais marcou a vida de Charles de Foucauld é a confiança em Deus e a totalidade de sua entrega a Jesus Cristo, aprendendo com ele o esvaziamento de si mesmo (Fil. 2,6). Mais do que pregar com a palavra ele quis pregar com a vida. Seu lema era: “gritar o evangelho com a vida”, com o jeito simples de ser e de viver. Escolheu dar a vida por todos, no anonimato, na humildade e no sacrifício de Cristo que se fez pobre entre os pobres. Ir. Carlos descobriu  a misteriosa beleza evangélica de quem oferece a si mesmo, com Cristo, pelos outros. Sua grande devoção era Jesus Cristo, vivo e presente na eucaristia, a quem chamava de “bem amado Senhor” e diante do qual permanecia longas horas em adoração, intercedendo pelo mundo inteiro. Do exemplo deste beato admirável surgiram muitos seguidores, formando 11 Congregações religiosas marcadas pelo mesmo espírito do amor de Cristo, gratuito e universal. São, hoje, no mundo, mais de 10 mil seguidores. Em Mato Grosso, há vários sacerdotes desta fraternidade. Finalmente, em meio ao egoísmo, ao desperdício e ao vazio dos valores em nossa sociedade, ele nos revela a paixão pelo absoluto de Deus e a felicidade de quem aprende com o coração de Cristo a dar a vida pelo amor aos irmãos.

Pe. Deusdédit –  Pároco da Paróquia oração Imaculado de Maria(Cuiabá)

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