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6º Dia de Assembleia CNBB

Chegamos ao 6º Dia da Assembleia Geral da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Mais 15 Dioceses do Brasil receberam a Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida! A Arquidiocese de Cuiabá recebeu a réplica da imagem em 2015 na Assembleia da CNBB. Neste 6º dia também teve a homenagem póstuma aos Bispos falecidos desde a Assembleia da CNBB de 2015 até a atual Assembleia.
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 A missa desta segunda-feira, 11, sexto dia da 54ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), recordou os bispos falecidos desde a última Assembleia. Presidiu a celebração o arcebispo de Montes Claros (MG), dom José Alberto Moura, que destacou, a partir do Evangelho do dia, que “a formação da fé comprometida com Deus e a promoção do seu reino são mais que o proselitismo de seguimento por interesses da ordem material” e ressaltou o testemunho e a doação dos membros do episcopado que faleceram.

Não o alimento que se perde
“Procurar a Jesus é indispensável para quem quer assumir a vida com a conquista de sua plena realização. Só a matéria deixa o humano desumano”, iniciou dom Alberto Moura.
O bispo lembrou dos motivos que levavam as pessoas a procurarem Jesus, sejam as autoridades e mestres da lei para o acusarem, sejam “aqueles que iam encontrá-lo para resolver seus problemas de cura, milagres”, mas salientou que, de fato, Jesus realizou isso tudo para o bem das pessoas e continua realizando. “Deus faz muito mais milagres do que nós possamos imaginar. O milagre da vida, da boa consciência, da convivência justa, fraterna e misericordiosa”, sublinhou.
No evangelho, Jesus adverte sobre a necessidade de se alcançar alimento que não perece, “mas que dá base para a concepção da vida eterna”, observou o arcebispo. “Ele alimentou o povo para segui-lo, alimentando-se da sua carne e do seu sangue para alcançar a vida eterna. Mas depois que Jesus colocou esse desafio, muitos discípulos deixaram de segui-lo. Seguir a Jesus para o que der e vier, eis a nossa fé”, sustentou.
Dom José Alberto Moura lembra que Pedro fez sua profissão de fé após o desafio de Jesus, quando fala “Senhor, só tu tens palavras de vida eterna” e explica que os apóstolos “deram sua via por Jesus e espalharam sua boa nova para muitos lugares. Paulo, por exemplo, uma vez convertido, também foi incansável em anunciar Jesus”. Sobre os bispos falecidos, reconhece que “foram incansáveis em dar de si”.

Compromissos
“Por causa do Senhor também nós assumimos o compromisso no batismo de viver uma fé comprometida de modo responsável, transformador. Não é simples fé no aspecto vertical, como se a cruz de Cristo tivesse apenas a haste vertical, no entanto, a cruz tem duas hastes indicando a relação com Deus e com o semelhante, fazendo com que, em nome, e com a ajuda de Deus, assumamos a nossa responsabilidade para com essa casa comum”, explica.
Aprofundando sobre o compromisso com a casa comum, o bispo aponta para o compromisso de fazer com que o planeta “dê de todo seu potencial criado por Deus para que realmente a vida aconteça”. “Temos que usar esse planeta para produzir vida e não para degradá-lo irresponsavelmente, e isto tem acontecido já com danos muito grandes não só para a natureza, mas para tudo o que vive em cima deste planeta. Temos que assumir nossa solidariedade com todos, usando nossos talentos para produzirmos vida de qualidade para todos, dentro da vocação de cada um”, exorta.
Sobre o seguimento a Jesus, dom Alberto Moura fala ao episcopado que, como pastores, são “instados a ajudar as pessoas a conhecerem Jesus, seguindo o que ele pede, porque nós somos chamados a ajudar a implantar a consciência, a responsabilidade da fé, de não apenas de promover uma religiosidade da relação com Deus, mas da fundamentação em Deus para que se produza efeito esta nossa relação com Deus e para com o semelhante”.
Também são convidados, de acordo com o bispo, a orientar a todos para uma fé comprometida, com seguimento a Jesus, custe o que custar, em vista de Ele ser o filho de Deus.
Ao recordar o retiro dos bispos, neste final de semana, que teve como pregador o presidente do Pontifício Conselho para a Cultura do Vaticano, cardeal Gianfranco Ravasi, o arcebispo reforçou que “não basta crer, é preciso convencer, é preciso sermos críveis, que acreditem em nós por causa de nossa fé em Jesus e porque nós, na prática, mostramos quem somos no seguimento a Jesus”.

Força de transformação
Diante da realidade apresentada, dom José Alberto Moura sinalizou que todas as pessoas e organismos eclesiais tem força de transformação, quando alimentados pela palavra do Senhor, que produz força vitalizante. “O mundo tem jeito se estiver impregnado do jeito de Cristo, como anunciou Estevão. Dar a vida e servir à humanidade para que todos tenham vida plena, coloca-nos como verdadeiros discípulos que procuram imitar o mestre na doação total, não importando sacrifícios para isso”, disse.
Nessa linha de pensamento, lembrou dos inúmeros mártires, mesmo nos tempos atuais, que “não tem tido medo de defender a verdade, a justiça, o bem comum, a boa política, a inclusão social dos empobrecidos, a dignidade da vida e da pessoa humana”, e deu o exemplo do bispo e mártir polonês Santo Estanislau, cuja memória a Igreja faz hoje.

Falecidos
“Muitos luminares de nossas igrejas particulares podem até não aparecer como grandes benfeitores da humanidade, mas são como baluartes de evangelização, testemunhos da verdade, da justiça e do bem da sociedade, através de sua missão e seu serviço à causa do Reino, até na humildade de sua doação”, afirmou o presidente da celebração eucarística, destacando o testemunho e a doação de leigos, leigas, religiosos, religiosas, sacerdotes e de bispos que “enriquecem a Igreja com a sua doação total pela causa do evangelho”
“Então, fazendo memória de nossos bispos falecidos, de modo especial desde a nossa última assembleia, temos o testemunho e os valores por eles assumidos no seguimento a Jesus e no serviço prestado à Igreja e a toda sociedade. Consagrados do Senhor e fiéis à sua missão, foram verdadeiros missionários de Jesus. Eles são para nós como luz erguida bem em cima, indicando-nos que vale a pena viver nossa vocação com entusiasmo, misericórdia e amor”, refletiu. “Lembramos cada um deles em nossa oração, pedindo para que Deus os tenha em seu Reino eterno e assim intercedam também para que nós sigamos os seus bons exemplos”, rogou.

Assuntos do 6º Dia de Assembleia.

A Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou na manhã desta segunda-feira, 11, ao episcopado brasileiro reunido em Assembleia, a relação entre a misericórdia e a justiça, presente na Bula de Proclamação do Jubileu da Misericórdia, a Misericordiae Vultus, e as perspectivas pastorais da exortação apostólica do papa Francisco, Amoris Laetitia.
O bispo de Bom Jesus da Lapa (BA), dom João Cardoso, e membro da Comissão, falou aos bispos sobre a Justiça e a Misericórdia. “Entre justiça e misericórdia, aparentemente, parece não haver possibilidade de relação. Cada um dos termos pertence a campos semânticos diferentes. A misericórdia tem aspecto mais subjetivo e aparece ligada ao sentimento de compaixão. A justiça apresenta-se mais ligada à razão”, explicou.
“A misericórdia tem conotação moral e religiosa. Situa-se no âmbito da vida privada e diz respeito a atos de misericórdia e compaixão que somos interpelados a praticar em determinados contextos. A justiça situa-se na esfera pública da vida, da sociedade”, complementou.
Porém, conforme lembra dom João, o papa Francisco afirma na Misericordiae Vultus, que a misericórdia não é contrária à justiça. “Se Deus se detivesse na justiça deixaria de ser Deus. Seria como todos os homens que clamam pelo respeito da lei. A justiça por si só não é suficiente. Por isso, Deus com a misericórdia e o perdão passa além da justiça. Deus não rejeita a justiça. Ele engloba-a e supera-a no evento superior , no qual se experimenta o amor que está na base de uma verdadeira justiça”, acrescenta.
Diz, ainda, que o conceito de justiça baseado no “dar a cada um aquilo que lhe é devido” tem a ver com reciprocidade. Porém, recorda que Jesus ensina que se deve fazer o bem aos amigos e inimigos. “Em nenhum contexto seria justo o mal a alguém”, afirma.
Falou, ainda, do justo universal que corresponde à ordem jurídica e do justo particular, que se divide em distributivo e corretivo. Segundo as explicações, a justiça distributiva regula a relação entre o todo e as partes, isto é, entre o Estado e os indivíduos. É caracterizada pela divisão de recompensas de acordo com o mérito. Já a justiça corretiva regula as relações entre as partes, entre os cidadãos do Estado. “Não importa quem cometeu o crime, se o homem de bem ou um bandido, ele deve ser punido de acordo com o delito cometido. Aqui, em princípio há uma reciprocidade na aplicação das penas; entretanto, a compensação não poderia ser exatamente igual em todos os casos, visto que dependeria de cada ocorrência particular”, complementou.
Dom João disse que “o primado da misericórdia sobre a justiça se traduz, no plano social, como o dever do Estado em garantir àqueles que não têm mérito algum o acesso aos benefícios e ao bem-estar social, assegurando-lhes o direito de serem amparados, assistidos e protegidos pelo fato de serem pessoas humanas”. Para o bispo, “os pobres e os miseráveis não podem esperar eternamente pela boa vontade de cristãos caridosos ou de pessoas de boa vontade”. Ele recorda que há direitos fundamentais que devem ser efetivados  “para que a justiça não corra o risco de ser destruída, como ensina o papa Francisco”.
Perspectivas pastorais da Amoris Laetiti
O bispo coadjutor de Luziânia (GO), dom Waldemar Passini, apresentou aos bispos os nove capítulos da exortação apostólica pós-sinodal do papa Francisco, Amoris Laetiti que, segundo ele, proporciona ampla reflexão sobre o amor.
Dom Waldemar lembrou que a exortação é oferecida após a realização dos sínodos do papa sobre a família, ocorridos em 2014 e 2015, à luz da Palavra, e destacou três aspectos para estimular a leitura do texto: a sinodalidade como caráter exemplar, a linguagem e a capacidade de interpelar, estimular e acompanhar.
O bispo de Coari (AM), dom Marcos Piatek destacou as perspectivas pastorais do capítulo sexto da exortação apostólica. Conforme o bispo, o papa deixa dois critérios para elaborar novos caminhos pastorais. “O primeiro visa a fidelidade à doutrina da Igreja. O segundo procura ver a necessidade e os desafios locais”, diz. Para dom Piatek, o papa Francisco, com este documento, pretende apontar apenas alguns princípios fundamentais que aparecem no cotidiano como: anunciar o Evangelho da Família; guiar os noivos no caminho do matrimônio; acompanhar nos primeiros anos da vida matrimonial; iluminar crises, angústias e dificuldades; acompanhar as famílias que sofrem com a dor da morte.
O bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), dom Leomar Brustolin, fez uma exposição sobre o oitavo capítulo da exortação apostólica. “Trata-se de um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral perante situação que não corresponde plenamente ao que o Senhor nos propõe”, disse. Dom Leomar destacou quatro palavras-chave para a leitura do capítulo: proximidade, discernimento, misericórdia e integração à comunidade.

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