No final do século XIII surgiu em Lieja, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo, a exposição e bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.
Juliana comunicou esta imagem a Dom Roberto de Thorete, bispo de Lieja, também ao doutor Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón, mais tarde o Papa Urbano IV. A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.
Dom Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte, na quinta-feira após à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde um bispo alemão conheceu os costumes e o levou por toda atual Alemanha.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou os fiéis caminhando na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Ainda hoje se conservam, em Orvieto, os corporais onde se apóia o cálice e a patena durante a Missa e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de sangue.
O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu logo em seguida (2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicando a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no Concílio Geral de Viena (1311) ordenou mais uma vez a adoção desta festa.
Em 1317 é promulgada uma recopilação de leis, por João XXII, e assim a festa é estendida a toda a Igreja. Na diocese de Colônia na Alemanha, a festa de Corpus Christi é celebrada antes de 1270.
Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.
Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzido na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, o santíssimo seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos.
Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade.
No dia dedicado ao Corpo de Deus (Corpus Christi), várias cidades brasileiras, organizam procissões, que percorrem as ruas enfeitadas com tapetes. A confecção de tapetes de rua é uma magnífica manifestação de arte popular
Utilizando diversos tipos de materiais, como serragem colorida, borra de café, farinha, areia e alguns pequenos acessórios, como tampinhas de garrafas, flores e folhas, as pessoas montam, com grande arte, um tapete pelas ruas, formando desenhos relacionados ao Santíssimo.
Por este tapete passa a procissão, o sacerdote vai á frente carregando o ostensório e em seguida pelas pessoas que participam da festa. Tudo isto tem muito sentido e deve ser preservado.
As procissões portuguesas eram esplendorosas: tropas, fidalgos, cavaleiros, andores, danças e cantos. A imagem de São Jorge, padroeiro de Portugal, seguia a procissão montada em um cavalo, rodeada de oficiais de gala.
O barroco enriqueceu esta festa com todas as suas características de pompa. Em todo o Brasil esta festa adquiriu contornos do barroco português. Corpus Christi é celebrado desde a época colonial com uma abundância de cores. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.
Ele era perseguido todos os dias pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse o verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho o Seu verdadeiro Sangue. Certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo.
Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse: Ó bem aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos.
Em 1902, o Milagre foi colocado no segundo tabernáculo do altar monumental construído no centro do presbitério pela população de Lanciano.
Aos vários reconhecimentos eclesiásticos, seguem-se em 1970, 1971 e 981 os reconhecimentos científicos, executados pelo prof. Edoardo Luioli (livre docente em Anatomia e Histologia Patológica e em Química e Microscopia Clínica), coadjuvado pelo prof. Ruggero Berteli (Universidade de Siena). As análises, procedidas com absoluto rigor científico e documental de uma série de fotografias ao microscópio, deram estes resultados.
A Carne e o Sangue pertencem a espécie humana.
A Carne pertence ao Coração em sua estrutura essencial.
Na Carne estão presentes, em secções, o miocárdio, o endocárdio, o nervo vago e, pela expressiva espessura do miocárdio, o ventrícolo cardíaco esquerdo.
A Carne e o Sangue pertencem ao mesmo grupo sanguíneo AB.
No Sangue foram encontradas as proteínas normalmente existentes e nas proporções percentuais idênticas às encontradas no sangue normal fresco.
No Sangue foram encontrados também os minerais cloro, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio.
A conservação da Carne e do Sangue miraculosos, deixados em estado natural durante doze séculos e expostos aos agentes físicos, atmosféricos e biológicos constitui um Fenômeno Extraordinário.
Concluindo, pode-se dizer que a Ciência, chamada a manifestar-se, deu uma resposta segura e definitiva a respeito da autenticidade do Milagre Eucarístico de Lanciano.
E antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas realizadas em Arezzo, os Doutores Linoli e Bertellli enviaram aos Frades um telegrama dizendo: “E o Verbo se fez Carne!”.
Sim, Ele estar verdadeiramente na Eucaristia; é o Corpo de Cristo (Corpus Christi), vida para o mundo, atualização da Salvação. Pão que nutre o mundo e arrebata a todos da mão da morte. Queremos adorar o Senhor O Pão da vida, pois “os verdadeiros adoradores adorarão em espírito e verdade” (cf. Jo 4, 23).
Ao participarmos da ceia Eucarística, o Cristo une a nós. “A que ponto esta unidade é natural em nós, o mesmo Senhor declara: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele (Jo 6, 56). Realmente, ninguém poderá estar em Cristo, se Cristo não estiver nele; isto é, Cristo somente assume em si a carne daquele que recebe a sua”. (Do Tratado sobre a Trindade, de Santo Hilário, bispo).
Não tenha receio de se aproximar de Cristo que se dar inteiramente a cada um de nós na Eucaristia, para a nossa purificação. Cristo quer estar todo unido a nós.