Espírito Santo é "fogo que se alastra", exclama Dom Geraldo.
Maurício Rebouças
Canção Nova Notícias, Aparecida.
Natalino Ueda/Canção Nova
"Esse acontecimento da vinda do Espírito Santo tem uma projeção para o futuro, para o momento em que todas as nações subirão a Jerusalém, para celebrar a festa em que o Senhor voltará trazendo consigo a Jerusalém celeste", apontou.
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Pentecostes é a festa celebrada 50 dias após a Páscoa, na qual os cristãos revivem o momento do surgimento da Igreja, há cerca de 2 mil anos. O Espírito Santo foi derramado sobre apóstolos e a Mãe de Jesus que estavam rezando em Jerusalém. Após o fato, eles passaram a evangelizar sem medo de perseguições.
LEIA esta homilia de Dom Geraldo Majella na íntegra:
Meus irmãos, minhas irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo!
No dia de Pentecostes, estavam reunidos naquele mesmo lugar, os discípulos, quando Jesus tinha comido a Páscoa e instituído o Sacramento da Eucaristia e do Sacerdócio. Agora, para esperar o Espírito Santo. E o Espírito Santo veio, se manifestou, desceu sobre eles na forma de chamas ardentes.
Meus irmãos, os judeus celebravam também o seu pentecostes. Era uma festa agrícola que concluía o tempo pascal da colheita do trigo. Pentecostes, para nós, é uma festa que conclui o nosso tempo da Páscoa com o acontecimento da vinda do Espírito Santo. É uma colheita completa do dom de Deus da nossa salvação que nos deu Jesus como nosso único salvador e redentor e o Espírito Santo para ser a alma da Igreja, para transformar a cada um de nós, no batismo, em filhos de Deus, para nos restabelecer também todas as vezes que cairmos e nos arrependermos e pedir perdão, para nos refazer como filhos de Deus muito queridos.
O Pentecostes cristão tem tudo de acontecimento conclusivo. O dom do Espírito Santo que se tornou visível sob a forma de línguas de fogo para fazer os discípulos capazes de anunciar o Evangelho a todas as nações, prefiguradas sob os 17 povos elencados na descrição do livro dos Atos dos Apóstolos.
Esse acontecimento da vinda do Espírito Santo tem uma projeção para o futuro, para o momento em que todas as nações subirão a Jerusalém, para celebrar a festa em que o Senhor voltará trazendo consigo a Jerusalém celeste.
São Paulo, ele nos falou nesta Carta aos Coríntios e também na Carta aos Romanos como é precioso o dom do Espírito Santo, como é importante para nós. Ele trata, Paulo, a vida do homem que adere a Deus em contraposição ao homem sem Cristo. No momento, o homem unido a Cristo, o Espírito que é princípio de vida substitui a carne que é princípio de morte. Não se trata de uma contraposição externa, mas ela abraça o ser, o agir, o viver, o inclinar-se do homem. Contempla não somente o presente, mas também o futuro, porque dela depende o destino de vida ou de morte.
São Paulo pensa no homem completo. Carne significa, para ele, a pessoa fechada em si mesma, em seu egoísmo. O batizado em Cristo recebeu o Espírito Santo, isto é, tornou-se aberto a Deus e ao próximo na caridade, por graça do Cristo.
A relação filial do batizado com Deus é da mesma ordem do Unigênito de Deus, do Filho de Deus. Mesmo que a criatura humana não seja da mesma natureza, mas o é por adoção. A conseqüência é o direito, por herança, da glória que o Cristo já possui, porque a vida moral deve ser conduzida segundo o Espírito do amor, da caridade.
No evangelho, nós ouvimos que o Espírito Santo nos ensinará toda coisa. Jesus fala do Espírito já como no momento e despedir-se dos apóstolos, dos discípulos. Por isso Ele chama o Espírito Santo, "o outro consolador", porque o primeiro nosso consolador é Jesus. Ele continuará o papel até agora desempenhado por Jesus, no tempo de sua ausência.
O Espírito não é dado ao mundo, mas somente aos discípulos, isto é, a quantos respondem com amor ao amor do Pai. "Se alguém me ama, meu Pai o amará e nos viremos a ele".
A diferença e distinção entre o mundo fechado em seu egoísmo e aqueles que amam Jesus se revela na observância da sua Palavra. Quem ama Jesus, será amado pelo Pai, o qual mandará o Espírito Santo, que será para a Igreja e para cada cristão voltado para Ele, a força dinâmica que faz viva e sempre atual a interpretação da palavra revelada.
É interessante observar como os inícios da Igreja têm aspectos iguais aos inícios da vida de Cristo. Jesus inicia sua atividade evangelizadora com o discurso na sinagoga de Nazaré, depois de ter recebido o batismo. A Igreja começa sua missão com o discurso de Pedro em Jerusalém, depois de ter recebido o batismo do Espírito.
A efusão do Espírito é um acontecimento que diz respeito a todo o futuro da Igreja, porque dá origem à comunidade cristã que existirá até o último dia do mundo. Começa, portanto, a última fase da história da salvação, na qual o mesmo Jesus, feito pela ressurreição Senhor da história, continua por meio do Espírito a sua atividade salvadora com uma dimensão universal. Todos foram repletos do Espírito Santo e começaram a falar.
A iniciativa e o conteúdo do anúncio é obra do Espírito Santo. O Espírito é a força motora, indicadora do caminho da missão da Igreja. O Espírito infunde força, coragem e liberdade de palavra para superar todas as dificuldades que os missionários encontrarão no exercício do anúncio do evangelho.
O Espírito não tem medida, mas é profissão de vida, superabundância incontida, riqueza criadora, fonte borbulhante, fogo que se alastra. "Mandai, Senhor, o vosso Espírito e toda a terra será renovada".
Meus irmãos, minhas irmãs, caminhamos para a conclusão da V Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe, convocada e iniciada pelo Papa Bento XVI, para buscarmos todos, bispos e todo o povo de Deus, ser discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele nossos povos tenham vida. Porque Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida,
A fé em Deus tem animado a vida e cultura dos povos da América Latina e do Caribe. Na atualidade, esta mesma fé deve enfrentar sérios desafios, lembra o Papa. A esse respeito, a V Conferência reflete sobre esta situação, para ajudar os fiéis cristãos a viver sua fé com alegria e coerência, a tomar consciência de ser discípulos e missionários de Cristo, enviados por Ele ao mundo para anunciar e dar testemunho da nossa fé e de nosso amor em Cristo.
A prova de nossa fé é o amor, lembra o Papa. Ser discípulos e missionários de Jesus Cristo implica, portanto, em segui-Lo, viver em intimidade com Ele, imitar seu exemplo e dar testemunho.
Com a proteção de Mãe de Deus e nossa, a Senhora Aparecida, queremos ser fiéis servos como Ela, para aderirmos com amor à Pessoa de Jesus, vivendo seu evangelho, a fim de que o mundo conheça Jesus, o único Salvador e Redentor. Assim seja