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Vida para além da Morte (Dia de Finados)

VIDA PARA ALÈM DA MORTE
O dia de finados, além de ser um dia de oração, de homenagem cristã aos nossos entes queridos falecidos, é, também, um convite para uma reflexão sobre o mistério da morte e da ressurreição. Porquanto, a crença na ressurreição ou vida após a morte, é a grande verdade teológica da escatologia cristã. Assim falou Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim ainda que esteja morto viverá” (Jo 11, 24). Em outra passagem ele disse: “Todo aquele que crê em mim não morrerá para sempre” (Jo 11, 26). Na verdade o Divino Mestre está dizendo que não nascemos para morrer. Mas, morremos para viver! Portanto, a morte, para os que têm fé, não interrompe a vida. Não é passageira ilusão. Mas, é o encontro com a plenitude da vida que está em Deus.

Na verdade a morte é o começo de uma nova vida, realizando sempre o que de bom o ser humano esperou e nem sempre conseguiu neste mundo. Nas palavras de S. Francisco, a morte se torna bendita porque é nossa libertação. Entretanto, devemos lembrar que a vida eterna começa aqui e agora. Quem vive com Deus neste mundo viverá com Ele na eternidade. Quem vive com Cristo nesta vida, viverá com Ele na outra vida. Quem vive no amor e na harmonia com seus irmãos, continuará na outra vida na plenitude do amor. Quem vive uma vida reconciliada e pacificada com seus irmãos, também, continuará na outra vida na perfeita reconciliação. Por isso, a hora de amar a Deus e servir os irmãos é agora. Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje! Santa Terezinha afirmou: “O ontem já se foi; o amanhã não sei se virá. Por isso, eu só tenho hoje para amar e servir”. No encontro final com Deus, de nada vale o dinheiro, o sucesso, o prestígio, a beleza, a sabedoria e a fama.

Porém, o que conta são nossas boas obras, sobretudo para com os pequeninos, conforme está escrito: “Vinde, benditos do meu Pai, recebei por herança o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive com fome e me deste de comer. Tive sede e me deste de beber. Estive nu e me vestistes”(Mt,25,34). Esta passagem bíblica nos revela que o critério para o julgamento final, será o exercício do amor fraterno e da caridade para com o próximo, sobretudo, os excluídos que são os mais pobres dentre os pobres. Os sociólogos os chamam, hoje, de “massa sobrante”, isto é, estão fora do mercado produtivo e de consumo.

Temos urgência de encontrá-los como irmãos neste mundo, antes de termos de nos defrontar com eles como nossos juízes diante de Deus! Por isso, o pobre necessitado que bate a nossa porta, além de testar a nossa caridade cristã, pode se transformar num canal ou instrumento de nossa salvação.

Frederico Ozanan afirmou: “Precisamos olhar para o pobre como alguém que é igual ou superior a nós. Porque ele suporta aquilo que nós não suportamos: fome, miséria, doenças, falta de moradia e conforto material”. É precisamente por isso que, no dia de finados, os Vicentinos (as), promovem um grande mutirão de coletas nos Cemitérios em favor dos pobres assistidos por eles.

Não esqueçamos que para os mortos não bastam oferecer flores, velas e visitas aos Cemitérios. Precisamos oferecer orações, sobretudo a missa, súplicas de perdão, sacrifícios e esmolas. São estes gestos cristãos que agradam a Deus e retornam para nossas vidas em forma de bênção, de alegria e conforto espiritual.
Pe. Deusdédit M. de Almeida é sacerdote Diocesano e Pároco da Paróquia Coração Imaculado de Maria( Cuiabá).

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