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Encontros – Congresso Eucarístico

PRIMEIRO CONGRESSO EUCARÍSTICO ARQUIDIOCESANO DE CUIABÁ
No dia 22 de maio de 2008 a Arquidiocese de Cuiabá e as 24 Paróquias encerraram o Primeiro Sínodo Arquidiocesano que começou aos 10 de junho de 2004, no Ginásio Poliesportivo São Gonçalo (Colégio Salesiano).
No dia 22 de maio de 2008, o término do Primeiro Sínodo se transformou no início do Primeiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano de Cuiabá: este estará terminando aos 23 de junho de 2011.
Você já percebeu que a nossa vida como cristãos-católicos acontece no dia-a-dia:
1.Em você mesmo;
2.Dentro de casa: na Família, no trabalho, na Escola…
3.Na sua Comunidade;
4.Na sua Paróquia;
5.Na Arquidiocese de Cuiabá;
6.Na Igreja-no-Brasil;
7.Na Igreja-no-Mundo…

O Primeiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano de Cuiabá começou a acontecer para transformar a gente – sempre mais – em pessoa feliz, em pessoa realizada; mas, isso somente acontece se a gente vive “de mãos dadas”, como que formando uma “CIRANDA-DA-VIDA…”
Ou, então, compare a sua vida necessariamente ligada à vida das outras pessoas, em tudo! A vida da gente ligada à vida das outras pessoas se parece com uma “rede”, de um ponto se pode chegar a qualquer ponto desta “rede”.
Percebeu? A vida de cada pessoa é uma verdadeira “rede”:
– Uma Família: é uma “rede de relações”!
– Uma Comunidade: é uma “rede de comunicações”!
– Uma Paróquia: é uma “rede de grupos e comunidades”!
– Uma Arquidiocese: é uma “rede de Paróquias, grupos e comunidades…”! O nosso Primeiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano de Cuiabá será um caminho em Eucaristia; será a oportunidade para re-descobrirmos, ou, descobrirmos que a vida é uma Eucaristia!

O QUE É “CONGRESSO EUCARÍSTICO”

Um “Congresso Eucarístico” é uma demonstração pública da nossa fé na presença de Jesus na Hóstia Consagrada! Desde 22 de maio⁄2008 a 23 de junho⁄2011 será CONGRESSO EUCARÍSTICO na sua Comunidade, na sua Paróquia e na Arquidiocese de Cuiabá! Durante este tempo haverá encontros de pessoas formando grupos de oração em adoração ao Santíssimo Sacramento: os grupos das pastorais e movimentos que existem na Comunidade, na Paróquia, na Arquidiocese…; grupos de Crianças; grupos de Jovens; grupos de mulheres; grupos de homens; grupos de setores da sociedade; enfim, a criatividade da fé encontrará diferentes maneiras de se dar uma demonstração pública da fé na presença de Jesus na Hóstia Consagrada!
Um “Congresso Eucarístico” é um tempo especial de concentrações pequenas e grandes, shows artísticos e culturais, além de palestras sobre a Eucaristia. Este é um tempo de revitalização, isto é, é um tempo para dar nova vida, principalmente, para os Sacramentos da Iniciação Cristã: Batismo, Confirmação ou Crisma, Confissão… que levam o fiel imediatamente à Eucaristia!
Um “Congresso Eucarístico” terá momentos fortes e importantes celebrações religiosas; mas, é, ao mesmo tempo, um ambiente que se cria como um “ar que se respira”: um ambiente de Eucaristia, um “ar eucarístico que se respira” na Comunidade, na Paróquia.

Quando Você presta atenção em diversos nomes da EUCARISTIA, Você percebe aspectos particulares importantes. Os nomes mais comuns da EUCARISTIA são: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do Senhor, Fração do Pão, Celebração Eucarística, Memorial da Paixão, Memorial da Morte de Jesus, Memorial da Ressurreição do Senhor, Santo Sacrifício, Santa Liturgia, Divina Liturgia, Santos Mistérios, Santíssimo Sacramento do Altar, Santa Comunhão…
Um “Congresso Eucarístico” é um tempo para a gente rever tudo o que leva para a Eucaristia e rever, também, tudo o que decorre da Eucaristia! Este é um tempo no qual devemos prestar atenção, por exemplo: * A igreja da nossa Comunidade está sendo bem cuidada dentro e fora dela? A nossa Comunidade demonstra respeito quando está no recinto da igreja não conversando alto? A maneira de homens e mulheres se vestirem mostra a dignidade própria de um ambiente sagrado? Todos os que exercem algum serviço nas celebrações estão se preparando, ensaiando… para que a movimentação durante os atos celebrativos seja agradável, litúrgica… com nobreza?
Um “Congresso Eucarístico” é um tempo para incentivar o culto de latria, isto é, o culto de adoração reservado unicamente a Deus, durante a celebração eucarística, ou, fora dela. A adoração solene dos fiéis ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia e a freqüente visita a Deus presente nos Sacrários é são práticas que mais fortalecem e conservam a espiritualidade das pessoas.
Um “Congresso Eucarístico” é um tempo para a gente prestar atenção no compromisso com a transformação da sociedade! Cantava-se, há alguns anos, a música que dizia: “A missa terminou, começou nossa missão!” Comunhão com Deus significa comunhão com as pessoas! O “Congresso Eucarístico” o compromisso-síntese do Concílio Vaticano II: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo. Não se encontra nada verdadeiramente humano que não lhes ressoe no coração.” (GS1)
Um “Congresso Eucarístico” é um tempo para a gente prestar atenção nas Famílias do Bairro: todos têm casa para morar? Tem Família em dificuldades sérias de moradia que precisa ser socorrida? Tem Crianças e Jovens, ou, adultos… perambulando pelas ruas sem nenhuma assistência? O que podemos fazer para diminuir ou acabar com tanto sofrimento? O Dízimo já se tornou também uma Pastoral SOCIAL? Durante o mês a Comunidade pode fazer, ou, intensificar momentos e gestos concretos de caridade para com pessoas e Famílias necessitadas de alimentos, remédios, de presença fraterna?… Em muitos lugares a solidariedade dos católicos faz com que no seu Bairro não haja miseráveis e pessoas necessitadas do suficiente para viver com dignidade!
Um “Congresso Eucarístico” é um tempo para se sonhar juntos um sonho neste novo milênio: o mundo todo e todo o mundo viverá em Eucaristia!
Um “Congresso Eucarístico” é um tempo para a gente fazer acontecer a ciranda-da-comunhão-da-vida-em-Eucaristia: este é o Sonho de Deus-Pai, por Jesus, no Espírito Santo!

VIVER A “EUCARISTIA-DA-VIDA”

A sua Comunidade e Paróquia são o ambiente no qual Você vive no dia-a-dia como cristã⁄cristão. A sua Paróquia, através da sua Comunidade, é o lugar onde Você nasce e vive como católico, como católica… A sua Paróquia é o lugar que torna visível a Arquidiocese, a Igreja no Brasil, a Igreja espalhada e presente no mundo inteiro.
Preste atenção nas palavras desta música: “Eis que Maria nos ensina, a cada dia,

Sermos na vida Eucaristia pr’os irmãos.
Entrega maior que esta não há.
Eucaristia, nosso compromisso de estarmos a serviço do Reino de Deus!”

Tem gente que faz separação entre FÉ e VIDA! É uma pena! Viver assim, é o oposto ao que se canta e se reza: “Maria nos ensina, a cada dia, sermos na vida Eucaristia pr’os irmãos”.
Este Primeiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano de Cuiabá tem como objetivo principal unir a FÉ com a VIDA, a vida da gente… É como uma moeda: é cara-e-coroa! Andam juntas! Não pode haver separação entre a vida da gente e a religião que a gente tem. Veja o que afirmou a grande Assembléia Geral da Igreja Católica dos países da América Latina, em Santo Domingo: “Descobrir nos rostos sofredores dos pobres o rosto do Senhor (Mt 25,31-46) é algo que desafia todos os cristãos a uma profunda conversão pessoal e eclesial”. (SANTO DOMINGO, Conclusões, Ed. Loyola, 2ª. Ed., 1992, § 178)
Para a gente entender melhor é só prestar atenção num diamante. O centro do diamante tem um brilho maior: é a EUCARISTIA! As outras seis facetas recebem o brilho do centro do diamante, porém, cada faceta também envia o seu brilho para o centro brilhar mais! Então, esta comparação ajuda a entender melhor que a EUCARISTIA é o Sacramento (= Sinal de salvação!) central e mais importante. Os outros “seis Sacramentos” – Batismo, Crisma, Confissão, Matrimônio, Ordem e Unção dos Enfermos – são “as facetas” do diamante-Eucaristia. Estes “seis Sacramentos que salvam” se completam com a Eucaristia e completam a Eucaristia! Por isso, o ideal é que os seis Sacramentos sejam recebidos dentro da Missa, dentro da Eucaristia!
Como um flash, apenas, veja só a relação de cada Sacramento com a Eucaristia:

– O BATISMO: no sinal da água e as palavras “Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, a pessoa se torna filho⁄filha de Deus! Este Sacramento do Batismo faz nascer na pessoa que o recebe a possibilidade e a capacidade de participar da Eucaristia, que é a refeição, a comunhão dos filhos e filhas com Deus e entre si!
– A CRISMA: é a confirmação do Batismo! Este Sacramento que é recebido durante a Missa, através da imposição das mãos e o óleo da Crisma orna o indivíduo pessoa adulta com a coragem de viver e testemunhar que formamos uma rede-comunhão de vidas!
– A RECONCILIAÇÃO: é a confissão das nossas fraquezas e pecados com a absolvição pelo Ministro que tem o Sacramento da Ordem (Bispo e Padre!) que re-introduz a pessoa na comunhão-amizade com Deus, com as pessoas, consigo mesma, com a história!
– O MATRIMÔNIO: no sinal do “SIM!” e do Amor entre homem e mulher, o Matrimônio é a comunhão mútua que encontra na Eucaristia o exemplo das Pessoas Trinitárias que se doam entre si e se doam às criaturas… até às últimas conseqüências!
– A ORDEM: do sinal da imposição silenciosa das mãos e do sinal da unção com o óleo nasce o SACERDÓCIO, o Sacramento da Ordem! É o Sacramento que mantém a continuidade da Eucaristia!
– A UNÇÃO DOS ENFERMOS: no sinal das nossas dores, doenças, velhice… e no sinal da unção com o óleo dos enfermos nasce mais este Sacramento! Os momentos supremos da existência humana aqui na terra se tornam com este Sacramento realmente uma “eucaristia-da-vida”!

ORAÇÃO DO PRIMEIRO CONGRESSO EUCARÍSTICO ARQUIDIOCESANO DE CUIABÁ

+ Milton  Santos,Arcebispo de Cuiabá

Deus, nosso Pai,por Jesus, vosso Filho,concedei-nos o Dom do Espírito Santo,
para vivermos a idéia-força do Primeiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano de Cuiabá:
“Deus em nós, e, nós Deus:com Maria, a COMUNHÃO para nunca mais acabar!”
Concedei-nos, Senhor nosso Deus,a coragem de Discípulos Missionários no novo milênio:
– a coragem de aprender, caminhando com o Mestre Jesus;
– a coragem de aprender, ouvindo o Mestre Jesus;
– a coragem de aprender, agindo com o Mestre Jesus!
Concedei-nos, Senhor nosso Deus,que a celebração do JUBILEU
dos Cem Anos da Arquidiocese de Cuiabá nos leve – sempre mais – a viver em Eucaristia
servindo, preferencialmente,quem mais necessita ao nosso lado!
Concedei-nos, Senhor nosso Deus,por Jesus, e pela intercessão de Maria,
o Dom do Espírito Santo,para vivermos em ‘casa e escola da comunhão’,
reflexo da comunhão que sois em Família Trinitária. Amém!

Os Discípulos de Emaús – Versão e melodia – João Carlos Ribeiro

1.Andavam pensando tão tristes
De Jerusalém a Emaús
Os dois seguidores de Cristo
Logo após o episódio da cruz
Enquanto assim vão conversando
Jesus se chegou devagar
De que vocês estão palestrando?
E ao Senhor não puderam enxergar

Fica conosco, Senhor!
É tarde e a noite já vem!
Fica conosco Senhor
Somos teus seguidores também.

2.Não sabes então forasteiro
Aquilo que aconteceu?
Foi preso Jesus Nazareno
Redentor que esperou Israel
Os chefes a morte tramaram
Do santo profeta de Deus
O justo foi crucificado
A esperança do povo morreu.

3.Três dias enfim se passaram
Foi tudo uma doce ilusão
Um susto as mulheres pregaram
Não encontraram seu corpo mais não
Disseram que Ele está vivo
Que disso souberam em visão
Estava o sepulcro vazio
Mas do Mestre ninguém sabe não.

4.Jesus foi então relembrando
Pro Cristo na glória entrar
Profetas já tinham falado
Sofrimentos devia enfrentar
E pelo caminho afora
Ardia-lhes o coração
Falava-lhes das Escrituras
Explicando a sua missão.

5.Chegando afinal ao destino
Jesus fez que ia passar
Mas eles demais insistiram
Vem, Senhor, vem conosco ficar
Sentado com eles à mesa
Deu graças e o pão repartiu
Dos dois foi tão grande a surpreso
Jesus Cristo, o Senhor, ressurgiu.

Encontro 1 – Jesus caminha conosco e escuta

Coordenador – Vamos iniciar acolhendo a família trinitária e fazendo o sinal da cruz.
Todos – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Coordenador – Agora que acolhemos a presença de Deus, podemos nos cumprimentar uns aos outros.
(Dá-se um tempo para que as pessoas se saúdem. Pode-se, inclusive, cada um traçar o Sinal da Cruz na testa de quem está mais próximo…)

Coordenador – A imagem dos discípulos de Emaús irá nortear a nossa caminhada durante Primeiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano.
Leitor 1 – É São Lucas quem relata esta história de Emaús. Poderíamos resumir o relato em quatro partes:

a)Jesus aparece, na tarde do dia da ressurreição, para dois discípulos que viajam de Jerusalém para Emaús. Mas eles não o reconhecem.

b)No caminho, eles iam desanimados. No entanto Jesus lhes explica as Escrituras e algo diferente vai acontecendo no coração deles.

c)Por fim, chegam ao seu destino. Insistem com o viajante desconhecido (Jesus) para que fique com eles. Jesus parte o pão e eles finalmente o reconhecem.

d)Eles partem imediatamente para anunciar a ressurreição de Jesus.

Coordenador – Sendo assim, iremos reviver estes quatro momentos em quatro encontros preparatórios para o Primeiro Congresso Eucarístico de Cuiabá.

Leitor 2 – Todos nós, membros da Arquidiocese de Cuiabá devemos reconhecer que somos Igreja:

a)peregrina;
b)ouvinte da Palavra;
c)alimentada pela Eucaristia;
d)missionária.

Coordenador – Assim, neste primeiro encontro iremos caminhar com Jesus. Como Igreja peregrina precisamos retomar o nosso caminho de fé. Mas antes vamos ouvir o relato do evangelho.

Leitor 1 – Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. Então Jesus perguntou:

Coordenador – O que estais conversando pelo caminho?

Leitor 1 – Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse:

Leitor 2 – És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?

Leitor 1 – E ele perguntou:

Coordenador – Que foi?

Leitor 1 – Eles responderam:

Leitor 2 – O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isto, já faz três dias que todas estas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu.

Coordenador – É interessante como os sentimentos dos dois discípulos são parecidos com nossos sentimentos.

Leitor 1 – Muitas vezes diante do mistério da Cruz, ficamos desconcertados e tristes.

Leitor 2 – Buscamos em Deus e na Igreja a solução de nossos problemas, mas, como os discípulos de Emaús nos desiludimos.

Todos – “Nós esperávamos que fosse ele… mas, com tudo isto, já faz três dias que todas estas coisas aconteceram…”

Coordenador – Quantas pessoas desiludidas se afastam de Jerusalém, se afastam da Igreja. Parece mais sensato desistir. Parece mais realista.

Todos – Precisamos da presença de Jesus que nos ilumine, nos aqueça e nos reconduza de volta para Jerusalém.

Coordenador – Os discípulos foram cegados pelos acontecimentos, são incapazes de ver Jesus que está ali. Nem mesmo as palavras das mulheres que falaram da ressurreição foram capazes de lhes dar confiança.

Leitor 1 – Mas Jesus se coloca no nível deles, segue-lhes o estado de alma, come um forasteiro que não sabe nada e pede explicação.

Leitor 2 – Aos poucos eles vão explicando a Jesus porque perderam a esperança.

Coordenador – Este itinerário de fé também deve ser o nosso.

Muitas vezes os acontecimentos nos desencantam, a vida nos fere e nós vamos embora tristes, virando as costas para Jerusalém. Vamos então responder.

Quais são as cruzes, os acontecimentos do dia-a-dia, que fazem as pessoas se afastarem da Igreja e da Eucaristia?

(O coordenador deve dar um tempo conveniente para que todos possam falar.)

Coordenador – A Eucaristia tem muito a ver com estas cruzes.

Leitor 1 – Jesus antecipa a própria morte, tornando-a presente no pão partido, que se torna o seu corpo e no vinho derramado que se torna o seu sangue

Coordenador – Quando falamos da Eucaristia insistimos na transformação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo (transubstanciação)

Leitor 2 – Esta transformação é importância, porque, sem ela, não haveria o Sacramento.

Coordenador – Exato. Mas também devemos pensar numa outra transformação, que não é menos extraordinária: a transformação de um acontecimento de ruptura, separação, em uma forma de estabelecer a comunhão com Deus e os irmãos.

Leitor 1 – A transformação do sangue derramado criminosamente pelos inimigos em sangue de aliança. Esta transformação é verdadeiramente estupenda. É uma vitória extraordinária do amor.

Coordenador – São Paulo não hesitou em dizer que Cristo “se tornou maldição”, porque está escrito “maldito o que pende do madeiro” (Gal 3,13; Dt 21,23).

Leitor 2 – Jesus assume esta situação e faz dela a ocasião de um amor extremo, o instrumento de comunhão com Deus e com os irmãos, um meio de fundar a Aliança.

Coordenador – Não seria possível imaginar uma circunstância mais contrária à Comunhão:

Todos – Jesus será traído, será abandonado por todos os discípulos, renegado por Pedro, preso, acusado falsamente, condenado com a pior injustiça, morto.

Coordenador – E justamente estes eventos cruéis e injustos ele tornará presentes na antecipação da Última Ceia, na Eucaristia, transformando-os em dom de amor, em oferta de aliança.

Leitor 1 – Esta é a profundidade do mistério e a força do amor que realizou esta transformação.

Leitor 2 – O amor, que provém do Pai, passa através do coração de Cristo e transforma um acontecimento trágico e escandaloso em fonte de graças infinitas.

Todos – Quando celebramos a Eucaristia e comungamos, recebemos em nós a força deste amor. Tudo pode ser transformado pelo amor!

Encontro 2 –  Jesus explica as Escrituras

Coordenador – Vamos iniciar acolhendo a família trinitária e fazendo o sinal da cruz.

Todos – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Coordenador – Agora que acolhemos a presença de Deus, podemos nos cumprimentar uns aos outros.

(Dá-se um tempo para que as pessoas se saúdem. Pode-se, inclusive, cada um traçar o Sinal da Cruz na testa de quem está mais próximo…)

Coordenador – Como vimos no encontro passado, a imagem dos discípulos de Emaús irá nortear a nossa caminhada durante Primeiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano.

Leitor 1 – No encontro de Emaús os discípulos descobrem Jesus como:

a)Caminho;
b)Palavra;
c)Eucaristia;
d)Missão.

Coordenador – Em nosso primeiro encontro encontramos Jesus como companheiro de viagem.

Leitor 2 – A ele nós apresentamos nossas angústias e aflições e descobrimos que ele não é somente caminheiro, mas que é também o Caminho que conduz da morte à ressurreição.

Coordenador – Hoje iremos ver que precisamos de Jesus ressuscitado, que nos guie e ilumine os acontecimentos com a Escritura. Continuemos o relato de Emaús.

Leitor 1 – Então Jesus lhes disse:

Coordenador – Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isto para entrar na sua glória?

Leitor 1 – E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. Eles porém, insistiram:

Leitor 2 – Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!

Coordenador – É muito significativo que Jesus tenha começado com a explicação das Escrituras.

Leitor 1 – Um morto que se apresenta vivo poderia parecer um prodígio incrível, mas a ressurreição de Jesus responde a um desígnio divino preparado ao longo de todo o caminho do povo eleito.

Leitor 2 – Já Moisés foi figura de salvação através do sacrifício; já Abel assassinado falou disto com a sua morte; já Isaac oferecido e vivo; já José vendido, que se torna salvador do seu povo…

Coordenador – Este desígnio se desata em toda a Escritura: Deus quer salvar todos os homens atreves do sacrifício, através de uma morte que desembocará na glória.

Todos – A paixão adquire sentido ao ser iluminada pela Páscoa.

Coordenador – É normal, portanto, o sofrimento para obter a salvação e é isto que Jesus deseja nos ensinar, como vimos no encontro passado.

Leitor 1 – Cheios de tristeza e pensativos, não imaginavam que aquele desconhecido fosse justamente Jesus, já ressuscitado.

Leitor 2 – Mas sentiam “arder” o seu íntimo (cf. Lc 24,32), quando Ele lhes falava, “explicando” as Escrituras.

Todos – A luz da Palavra ia dissipando a dureza do seu coração e “abria-lhes os olhos” (cf. Lc 24, 31).

Coordenador – Por entre as sombras do dia que terminava e na obscuridade que pairava na alma dos discípulos, aquele Viajante era um raio de luz que fazia despertar a esperança e abria os seus ânimos ao desejo da luz plena.

Todos – Fica conosco, Senhor!

Leitor 1 – Com freqüência vamos à Missa dominical com as nossas preocupações, as nossas dificuldades, talvez com a alma pesada e fechada, exatamente como os discípulos de Emaús.

Leitor 2 – Na Missa, somos acolhidos pela Liturgia da Palavra.

Coordenador – Vamos então responder.

Como temos celebrado a Liturgia da Palavra em nossas Eucaristias dominicais?

O coordenador deve dar um tempo conveniente para que todos possam falar.

Coordenador – Jesus nos explica as Escrituras, sem a sua palavra nós permanecemos cegos, não compreendemos nada. Mas se começarmos a partir de Moisés e dos Profetas, ele nos explica em toda a Escritura o que diz respeito a ele, os nossos corações ardem e os nossos corações se iluminam.

Leitor 1 – Em cada Missa, a Liturgia da Palavra de Deus precede a Liturgia Eucarística, na unidade das duas “mesas” — a da Palavra e a do Pão.

Leitor 2 – Esta continuidade transparece já no discurso eucarístico do Evangelho de João, quando o anúncio de Jesus passa da apresentação fundamental do seu mistério à ilustração da dimensão eucarística propriamente dita.

Todos – “A minha carne é, em verdade, uma comida e o meu sangue é, em verdade, uma bebida” (Jo 6,55).

Coordenador – Sabemos que foi esta dimensão que fez entrar em crise grande parte dos ouvintes, induzindo Pedro a fazer-se porta-voz da fé dos outros Apóstolos e da Igreja de todos os tempos: “Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).

Leitor 1 – Na narração dos discípulos de Emaús, o próprio Cristo intervém para mostrar, “começando por Moisés e seguindo por todos os profetas”, como “todas as Escrituras” conduzem ao mistério da sua pessoa (cf. Lc 24,27).

Leitor 2 – As suas palavras fazem “arder” os corações dos discípulos, tiram-nos da obscuridade da tristeza e do desânimo, suscitam neles o desejo de permanecer com Ele: “Fica conosco, Senhor” (cf. Lc 24,29).

Coordenador – Na celebração litúrgica, as leituras bíblicas devem ser apresentadas de forma compreensível a todos. É o próprio Cristo que fala, quando na Igreja se lê a Sagrada Escritura.

Leitor 1 – Ao mesmo tempo a homilia, como parte da própria liturgia, destinada a ilustrar a Palavra de Deus e atualizá-la na vida cristã.

Leitor 2 – De fato, tal proclamação deve ser feita com o cuidado, preparação prévia, escuta devota, silêncio meditativo que são necessários para que a Palavra de Deus toque a vida e a ilumine.

Coordenador – Através de várias etapas do caminho de Emaús, Jesus fala, oferece remédio, cura.

Leitor 1 – Primeiramente dirige-lhes uma advertência cheia da bondade: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!”

Leitor 2 – Depois lhes explica as Escrituras e eles ficam tão fascinados que lhe pedem: “Fica conosco…”.

Coordenador – Ao pedido dos discípulos de Emaús para que ficasse “com” eles, Jesus responde com um dom muito maior: através do sacramento da Eucaristia encontrou o modo de permanecer “dentro” deles.

Leitor 1 – Receber a Eucaristia é entrar em comunhão profunda com Jesus.

Todos – “Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós” (Jo 15,4).

Coordenador – Esta relação de íntima e recíproca “permanência” permite-nos antecipar de algum modo o céu na terra.

– Não é porventura este o maior anseio do homem?
– Não foi isso mesmo o que Deus Se propôs, ao realizar na história o seu desígnio de salvação? Leitor 2 – Ele colocou no coração do homem a “fome” da sua Palavra (cf. Am 8,11), uma fome que ficará saciada apenas na plena união com Ele.

Todos – A comunhão eucarística foi-nos dada para “nos saciarmos” de Deus sobre esta terra, à espera da saciedade plena no céu.

Encontro 3 – Jesus parte o pão para nós

Coordenador – Vamos iniciar acolhendo a família trinitária e fazendo o sinal da cruz.
Todos – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Coordenador – Agora que acolhemos a presença de Deus, podemos nos cumprimentar uns aos outros.

(Dá-se um tempo para que as pessoas se saúdem. Pode-se, inclusive, cada um traçar o Sinal da Cruz na testa de quem está mais próximo…)

Coordenador – Como vimos nos dois encontros passado, o Evangelho de Emaús conduz os nossos passos no caminho do Primeiro Congresso Eucarístico Arquidiocesano de Cuiabá.

Leitor 1 – Na aparição de Emaús os dois discípulos se descobrem:

a)caminheiros;
b)ouvintes;
c)comensais;
d)missionários.

Coordenador – No primeiro encontro fizemos uma jornada com Jesus e expusemos a ele os nossos problemas. No encontro passado fizemos um encontro de consciência de como está a nossa disposição de ouvir a palavra de Deus na celebração eucarística. Hoje queremos sentar-nos à mesa com Jesus que parte o pão para nós. Ouçamos a continuação do relato de Emaús:

Leitor 2 – Jesus entrou para ficar com eles. Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro:

Todos – Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as escrituras?

Leitor 1 – A “fração do pão” — esta era no início da Igreja o nome da Eucaristia. Este partir do pão sempre esteve no centro da vida da Igreja.

Leitor 2 – Por ela Cristo torna presente, no curso do tempo, o seu mistério de morte e ressurreição. Nela, Cristo em pessoa é recebido como “o pão vivo que desceu do céu” (Jo 6,51) e, com ele, nos é dado o penhor da vida eterna, em virtude do qual se saboreia antecipadamente o banquete eterno da Jerusalém celeste.

Coordenador – É significativo que os dois discípulos de Emaús, devidamente preparados pelas palavras do Senhor, O tenham reconhecido, quando estavam à mesa, através do gesto simples da “fração do pão”.

Leitor 1 – Uma vez iluminadas as inteligências e aquecidos os corações, os sinais “falam”.

Leitor 2 – A Eucaristia desenrola-se inteiramente no contexto dinâmico de sinais que encerram uma densa e luminosa mensagem; é através deles que o mistério, de certo modo, se desvenda aos olhos do crente.

Coordenador – São Lucas nos narra um fato que aconteceu e, não somente, mas diz respeito a todos os cristãos e os convida a reconhecer o Cristo “partindo o Pão”, ou seja na Eucaristia, que é verdadeiramente a presença de Cristo ressuscitado em nosso meio.

Leitor 1 – A Missa é certamente o memorial do seu sacrifício, mas é ao mesmo tempo a sua presença viva, para nos comunicar a sua vida nova.

Leitor 2 – É Cristo ressuscitado que se dá a nós. É ressuscitado porque sofreu e renovou o homem como o seu sacrifício: por isto pode nos fazer viver com ele na novidade da vida.

Todos – Todo o mistério pascal se renova na Missa.

Coordenador – Vamos então refletir sobre nossas Celebrações Eucarísticas.

Como se celebra a Missa em nossas comunidades?

O coordenador deve dar um tempo conveniente para que todos possam falar.

Coordenador – Grande mistério, a Eucaristia! Mistério que deve ser, antes de mais nada, bem celebrado.

Leitor 1 – É preciso que a Santa Missa seja colocada no centro da vida cristã e que, em cada comunidade, tudo se faça para celebrá-la decorosamente, segundo as normas estabelecidas.

Leitor 2 – Para que haja uma frutuosa participação do povo, os ministérios de música deveriam prestar muita atenção à sacralidade que deve caracterizar o canto e a música litúrgica.

Coordenador – Um compromisso concreto do Congresso Eucarístico poderia ser estudar a fundo, em cada comunidade paroquial, a Instrução Geral do Missal Romano.

Leitor 1 – O caminho privilegiado para ser introduzido no mistério da salvação, atuada nos “sinais” sagrados, continua a ser o de seguir com fidelidade o desenrolar do ano litúrgico.

Leitor 2 – Os Pastores empenhem-se na catequese “mistagógica”, muito apreciada pelos Padres da Igreja, que ajuda a descobrir o significado dos gestos e das palavras da liturgia, ajudando os fiéis a passar dos sinais ao mistério e a implicar no mesmo toda a sua existência.

Coordenador – De modo particular torna-se necessário cultivar, tanto na celebração da Missa como no culto eucarístico fora dela, uma consciência viva da presença real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom da voz, os gestos, os movimentos, o comportamento no seu todo.

Leitor 1 – A presença de Jesus no sacrário deve constituir como que um pólo de atração para um número cada vez maior de pessoas enamoradas por Jesus, capazes de permanecerem longamente a escutar a sua voz e, de certo modo, a sentir o palpitar do seu coração.

Todos –  “Provai e vede como o Senhor é bom!” (Sal 34/33, 9).

Coordenador – Que a adoração eucarística fora da Missa se torne, durante este  Congresso, um compromisso especial para as diversas comunidades religiosas e paroquiais.

Leitor 2 – Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com a nossa fé e o nosso amor as negligências, esquecimentos e até ultrajes que o nosso Salvador se vê obrigado a suportar em tantas partes do mundo.

Neste Ano Paulino recordemo-nos de algumas expressões do Apóstolo que possuem incontestável ressonância eucarística:
Pela Eucaristia, a comunidade é integrada ao Corpo de Cristo e o Corpo é inseparável da Cabeça. “A menor separação nos faria morrer” (São João Crisóstomo).
“Consangüíneos” de Cristo, “incorporados” a ele, “enxertados” no seu corpo, “uma só planta”, “um único ser” com ele, os fiés são também membros uns dos outros.
A Igreja antiga via esta unidade na unidade do pão integrando os grãos de trigo, na do vinho proveniente de numerosas uvas, não sem que cada grão fosse moído (superação do egoísmo através do batismo e da ascese). São Cipriano de Cartago prefere o símbolo da água que o sacerdote derrama no vinho na preparação dos “santos dons” antes da celebraçaõ eucarística. Trata-se sempre da integraçaõ cr´sitica do povo cristão.
A liturgia terrestre une-se à liturgia celeste celebrada pelos anjos; a comunidade, durantre a liturgia eucarística, é “elevada ao céu”, ou melhor, encontra-se no espaço da ressurreição, onde não há mais separação entre o céu a a terra, os anjos e os homens, os vivos e os mortos (que não são mortos, mas preparam-se também para a ressurreição, ou, no caso dos santos, preparam-nos para ela).
A Igreja, “uma, santa, católica e apostólica” manifesta-se em plenitude na comunidade eucarística presidida pelo bispo, que delega a seus sacerdotes o encargo de representá-lo nas diversas paróquias. Imagem de Cristo, o bispo integra o povo do lugar no Corpo eucarístico. A Igreja, portanto, está no bispo, mas o bispo, por sua vez, está na Igreja, como servidor de sua comunhão. O presbitério é o conjunto de sacerdotes reunidos em torno de seu bispo.

Encontro 4 – Os discípulos partem em missão

Coordenador – Vamos iniciar acolhendo a família trinitária e fazendo o sinal da cruz.
Todos – Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Coordenador – Agora que acolhemos a presença de Deus, podemos nos cumprimentar uns aos outros.
(Dá-se um tempo para que as pessoas se saúdem. Pode-se, inclusive, cada um traçar o Sinal da Cruz na testa de quem está mais próximo…)

Coordenador – Chegamos ao nosso último encontro. Nele, somos chamados a imitar os discípulos de Emaús que, depois de terem caminhado com Jesus, ouvido a Palavra e partilhado o Pão, saem imediatamente em missão.

Leitor 1 – Gostaríamos que este Primeiro Congresso Eucarístico de Cuiabá fosse marcado com um renovado esforço missionário por parte de toda a Arquidiocese.

Leitor 2 – Por isto cada uma das paróquias irá promover missões populares e visitas às casas para anunciar a vida nova encontrada em Cristo e convidar os irmão a retornarem à Igreja, è Jerusalém de onde tantos decepcionados se afastaram.

Coordenador – Ouçamos então a conclusão do relato de Emaús:

Leitor 2 – Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as escrituras?

Leitor 1 – Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram:

Leitor 2 – Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!

Leitor 1 – Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.

Coordenador – Os dois discípulos de Emaús, depois de terem reconhecido o Senhor, “partiram imediatamente” (Lc 24,33) para comunicar o que tinham visto e ouvido.

Leitor 1 – Quando se faz uma verdadeira experiência do Ressuscitado, alimentando-se do seu corpo e do seu sangue, não se pode reservar para si mesmo a alegria sentida.

Leitor 2 – O encontro com Cristo, continuamente aprofundado na intimidade eucarística, faz surgir na Igreja e em cada cristão a urgência de testemunhar e evangelizar.

Todos – “Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha” (1Cor 11,26).

Coordenador – O apóstolo Paulo coloca em estreita inter-relação o banquete e o anúncio: entrar em comunhão com Cristo no memorial da Páscoa significa ao mesmo tempo experimentar o dever de fazer-se missionário do acontecimento que esse rito atualiza.

Leitor 1 – A despedida no final de cada Missa constitui um mandato, que impele o cristão para o dever de propagação do Evangelho e de animação cristã da sociedade.

Leitor 2 – Neste Congresso Eucarístico em que celebramos o primeiro século de nossa elevação a Arquidiocese, nós fiéis devemos testemunhar com mais vigor a presença de Deus no mundo.

Todos – Não tenhamos medo de falar de Deus e de exibir sem pudor os sinais da fé.

Coordenador – A Eucaristia não é expressão de comunhão apenas na vida da Igreja; é também projeto de solidariedade em prol da humanidade inteira.

Leitor 1 – A Igreja renova continuamente na celebração eucarística a sua consciência de ser “sinal e instrumento” não só da íntima união com Deus mas também da unidade de todo o gênero humano.

Leitor 2 – Cada Missa, mesmo quando é celebrada sem assistência ou numa remota região da terra, possui sempre o sinal da universalidade.

Todos – O cristão, que participa na Eucaristia, dela aprende a tornar-se promotor de comunhão, de paz, de solidariedade, em todas as circunstâncias da vida.

Coordenador – Se a celebração da Eucaristia numa comunidade for autêntica, ela será um impulso para um compromisso real na edificação duma sociedade mais justa e fraterna.

Leitor 1 – Na Eucaristia, o nosso Deus manifestou a forma extrema do amor, invertendo todos os critérios de domínio que muitas vezes regem as relações humanas e afirmando de modo radical o critério do serviço.

Todos – “Se alguém quiser ser o primeiro, há de ser o último de todos e o servo de todos” (Mc9,35).

Leitor 2 – Não é por acaso que, no Evangelho de João, se encontra, não a narração da instituição eucarística, mas a do “lava-pés” (cf. Jo 13,1-20)

Todos – Ao se inclinar para lavar os pés dos seus discípulos, Jesus explica o sentido do seu sacrifício na Cruz.

Coordenador – São Paulo também recorda que há algo de errado numa celebração eucarística onde não se veja a caridade testemunhada pela partilha concreta com os mais pobres (cf. 1Cor 11,17-22.27-34).

Leitor 1 – Por que não fazer então deste Congresso um período em que as comunidades e paróquias se comprometam de modo especial a ir ao encontro de alguma das muitas pobrezas do nosso mundo?

Leitor 2 – Não nos podemos iludir: do amor mútuo e, em particular, da solicitude por quem passa necessidade, seremos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Cristo (cf. Jo 13,35; Mt25,31-46).

Todos – O “sacramento do altar” repercute e se dilata no “sacramento do irmão”.

Coordenador – É isto que repete sem cessar São João Crisóstomo.

Leitor 1 – Ninguém pode receber na Eucaristia o perdão e a paz de Deus sem tornar-se homem do perdão e da paz.

Leitor 2 – Ninguém pode partilhar o banquete eucarístico sem se tornar um homem que partilha.

Coordenador – Na Igreja dos primeiros séculos, muitos fiéis traziam à reunião eucarística não só o pão e o vinho necessários à celebração, mas as riquezas que desejavam repartir.

Todos – A eucaristia determina não somente o ser da Igreja e a comunhão dos cristãos entre si, mas sua maneira de ser no mundo: que deve ser de partilha, de serviço, de tensão sempre renovada para a comunhão dos homens e a transformação da terra.

Oração do Papa bento XVI durante a V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano em Aparecida – SP

"Fica conosco, pois a noite vai caindo e o dia está no ocaso" (Lc 24, 29).

Fica conosco, Senhor, acompanha-nos mesmo se nem sempre te soubemos reconhecer. Fica conosco, porque se vão tornando mais densas à nossa volta as sombras, e tu és a Luz; em nossos corações insinua-se o desespero, e tu os fazer arder com a esperança da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do pão para anunciar a nossos irmãos que na verdade tu ressuscitaste e que nos deste a missão de ser testemunhas da tua ressurreição.
Fica conosco, Senhor, quando à volta da nossa fé católica surgem as nuvens da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu, que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina as nossas mentes com a tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti.
Fica nas nossas famílias, ilumina-as nas suas dúvidas, ampara-as nas suas dificuldades, conforta-as nos seus sofrimentos e na fadiga quotidiana, quando à sua volta se adensam sombras que ameaçam a sua unidade e a sua natureza. Tu que és a Vida, permanece nos nossos lares, para que continuem a ser berços onde nasce a vida humana abundante e generosamente, onde se acolhe, se ama, se respeite a vida desde a sua concepção até ao seu fim natural.
Permanece, Senhor, com os que nas nossas sociedades são mais vulneráveis; permanece com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontraram espaços e apoio para expressar a riqueza da sua cultura e a sabedoria da sua identidade. Permanece, Senhor, com as nossas crianças e com os nossos jovens, que são a esperança e a riqueza do nosso Continente, protege-os das tantas insídias que atentam contra a sua inocência e contra as suas legítimas esperanças. Oh bom Pastor, permanece com os nossos idosos e com os nossos enfermos! Fortalece todos na sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!