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Jubileu de Ouro da Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá

Em 23 de Maio de 1973, foi sagrada a nova catedral de Cuiabá. Nada mais imponente e sugestivo do que comemorar esta data memorável, em clima de oração e gratidão Deus pelos 50 anos desta sagração. A construção deste majestoso templo, foi iniciado em 1958, por D. Orlando Chaves, grande incentivador da obra. Uma comissão pró-construção foi constituída e presidida pelo advogado Luís-Philippe Pereira Leite, membro do Instituto histórico de Mato Grosso e do conselho pastoral da Catedral, acompanhada pelo cura da época: Pe. Firmo Pinto Duarte Filho. (In memoriam).

A planta da nova catedral é do arquiteto sacro de S. Paulo, Benedito Calixto de Jesus, o mesmo que planejou a Basílica de N. Sra. Aparecida, o segundo maior templo do mundo católico. A construção começou na parte do fundo: sacristia, os quatro andares superiores e residência. Foi interrompida, de 1963 a 1967, durante a realização do concílio vaticano II (1963-65). Com a ida de D. Orlando Chaves para Roma, além de participar das sessões do concílio, fazia propaganda das obras que estava realizando em Cuiabá: a Catedral, o Seminário C. Rei e o Instituto das missionárias do Bom Jesus.

Com isso, conseguiu inúmeros benfeitores entre os Bispos e católicos da Europa, dos EUA e Canadá, os quais ajudaram o generoso povo Cuiabano na execução da planejada obra. A segunda parte reiniciou-se em 1968, como marco dos 250 anos de Cuiabá, celebrado em 1969. Disse Luís-Philippe Pereira Leite no dia da inauguração (24 de Maio): “Esta inauguração veio coroar as obras da majestosa, imponente e moderna Basílica, um dos mais belos templos do Brasil”. D. Bonifácio Piccinini, em 1975, interpretando o sentimento da maioria do povo católico, disse: “A vetusta Catedral de Cuiabá, há anos, vinha dando sinais inequívocos de desabamento. A sua reconstituição era quase impossível. O intenso movimento, sempre crescente, de carros e caminhões abalavam mais e mais a construção de barro socado. Vários engenheiros, após acurados estudos e sondagens, concluíram que não era possível recuperar a antiga Sé.

Com a demolição da velha catedral, os restos mortais dos prelados, bispos, arcebispos e de Moreira Cabral, foram transferidos para a Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho. Em agosto de 1974, estes restos mortais, incluindo de Miguel sútil, que fora trazida pelo prefeito e o arcebispo de Sorocaba, foram recolocados na Cripta da nova Catedral. Houve uma missa solene em sufrágio de suas almas, com expressiva participação dos fiéis e autoridades da cidade. Em 15 de Novembro de 1974, por solicitação da arquidiocese, a nova Catedral foi enaltecida com o título de Basílica menor do Senhor Bom Jesus, pelo Papa Paulo VI.

Foi outorgado este título com todos os favores espirituais anexos a este título. Entre os favores espirituais, está a concessão da indulgência plenária aos fiéis, mediante as seguintes condições: visita à Basílica, confissão, comunhão, oração do creio e do Senhor B. Jesus na intenção do sumo pontífice. Merece destaque o envolvimento das Irmãs Missionárias do Bom Jesus, congregação fundada por D. Orlando chaves, no processo de captação de recursos financeiros na cidade para esta altíssima finalidade religiosa. O relógio monumental, cronômetro de Cuiabá, situado em ambas as torres da Catedral, a 30 m de altura, com 6 mostradores de 4 m, foi ofertado pela colônia sírio-Libanesa de Cuiabá, e teve como padrinho o embaixador do Líbano.

À comunidade Sírio-libanesa, nossa eterna gratidão. Alguns marcos religiosos relevantes da nossa história: Cuiabá foi fundada em 1719, como o nome de Arraial e depois Vila Real do Senhor Bom Jesus. Em 1721 foi celebrada a primeira missa (Coxipó do Ouro); Em 1722-23, o capitão-mor Jacinto Barbosa Lopes, construiu no mesmo lugar da atual Catedral, uma capela de taipa, em seguida foi celebrada a primeira missa pelo Frei Pacifico dos Anjos, irmão do capitão-mor. Essa humilde capela abrigou em 1729, a venerável Imagem do Bom Jesus, fabricada de madeira por mãos de uma mulher e trazida pelo bandeirante Pedro de Morais, conservada com carinho e afeto filial, até hoje. A histórica e modesta capela, construída em 1722-23, por vezes transformada e metamorfoseada no tempo, é, hoje, este majestoso templo que se erige na grandeza da arte do modernismo arquitetural, com seus três magníficos mosaicos e os quadros da via-sacra, obras do Artista Polonês: Aristarch Kaszkurewicz, o qual perdeu as duas mãos na Segunda guerra mundial.

Estas obras, de rara beleza, além de encantar as pessoas, irradiam vibrações de fé e eleva o espírito na busca do encontro com Deus. A nova Catedral, emoldurada pelas duas velhas praças: da republica e Alencastro, e pelo palácio da Instrução, engala e embeleza, também, o nosso centro histórico, trazendo-lhe vida e atração turística diária. Porquanto, a Catedral é o cartão de visita desta tricentenária cidade. Que o senhor Bom Jesus, do alto do seu trono sagrado, continue abençoando, com o mesmo desvelo de outrora, esta terra dadivosa, esta gente acolhedora, hospitaleira e calorosa. Indiscutivelmente, a Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus representa para Cuiabá, Matogrosso e o Brasil, um verdadeiro monumento artístico e, como tal, uma atração turística intensa para os visitantes de fora e os fiéis devotos que buscam refúgio, paz, conforto espiritual junto ao Senhor bom Jesus, nosso “Orago-mor”.
Pe. Deusdédit – Cura da Catedral

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