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Formação do presbítero primeiros séculos

CAPÍTULO IV

 

Perspectivas de síntese: a formação do presbítero nos primeiros séculos da Igreja[1]

 

Nos capítulos anteriores – depois de uma ampla introdução metodológica e bibliográfica -, tomamos em exame alguns textos relativos à formação sacerdotal, tomando como referência a “tradição antioquena” (de Inácio a João Crisóstomo) e a “tradição alexandrina” (sobretudo Orígenes).

Neste capítulo conclusivo, gostaríamos de resumir num quadro histórico sistemático – das origens até o século V – as leituras e as reflexões até aqui desenvolvidas. Assim, as referências ao tema específico da formação sacerdotal nos Padres correrão pari passu com o discurso histórico sobre as origens e o desenvolvimento dos ministérios hierárquicos na Igreja[2].

 

 

1. Antes do Concílio de Niceia (325)

 

Os testemunhos pré-nicenos sobre os ministérios ordenados correspondem a duas exigências complementares entre si: de um lado, a fidelidade aos escritos neotestamentários e a continuidade com a experiência das primeiras comunidades cristãs[3]; de outro lado, a adaptação às novas situações internas e externas da Igreja.

Como veremos, as duas exigências convergem rumo a Niceia, numa hierarquização progressiva do sacerdócio ministerial.

No período mais antigo, que vai do final do século I às últimas décadas do II, prevalece um forte sentimento de unidade da Igreja e de pertencer comum dos cristãos à “raça eleita”, ao “sacerdócio real”, à “nação santa”, “ao povo que Ele conquistou”. Por isso, textos antigos e venerandos como a Didaqué, a Carta aos Coríntios de Clemente Romano e as Cartas de Inácio elaboram as indicações neotestamentárias sobre os ministérios ordenados sem se preocupar tanto com a distinção interna de papéis, quanto, em vez disso, com a nova identidade comum a todos os fiéis.

Já no período seguinte, ou seja, entre o final do século II e as últimas décadas do III, a situação se transforma. Muda sobretudo o panorama político, graças ao qual, na tolerância que se segue às primeiras perseguições violentas, a Igreja goza de um período de relativa calma e tranquilidade, que lhe permite consolidar sua estrutura interna. Nesse quadro histórico, o “sacerdócio ordenado” se faz cada vez mais marcadamente “hierárquico”, e se define a distinção sociológica entre clérigos e leigos. Esse fenômeno recupera um sentido preciso assumido pelo termo leikós na história e numa série de testemunhos – expressos sobretudo por Clemente de Alexandria, por Orígenes e por Cipriano – que chegam a opor as realidades do clero e do laicato, às vezes até de um modo pejorativo para a condição laical[4]. Nem por isso se enfraquece na Igreja a consciência de que os ministérios ordenados também provêm do laicato, e de que o sacerdócio dos fiéis continua a ser a característica distintiva comum do novo povo de Deus.

Na passagem do primeiro para o segundo período, adquire particular relevância a era dos imperadores Severos (193-235). A análise historiográfica permite afirmar que algumas características da chamada “virada constantiniana” foram antecipadas – é difícil precisar em que medida – pela tolerância da dinastia severiana. Nesse contexto histórico-institucional, os bispos de Roma – marcadamente Vítor, Zeferino e Calixto – perceberam lucidamente a exigência de fortalecer a organização da comunidade. Seu esforço se deu em dois níveis. Perante a sociedade civil e algumas instituições políticas, eles patrocinaram um diálogo missionário aprofundado, estendido até as camadas sociais mais influentes do império; ao mesmo tempo, dentro da comunidade cuidaram de uma organização mais eficiente das estruturas eclesiais, a partir, justamente, do sacerdócio hierárquico e da autoridade do bispo. No que diz respeito a essa questão, a primeira fonte documental deve ser a Tradição Apostólica.

 

De modo geral, devemos reconhecer que nos Padres pré-nicenos se encontram indicações apenas ocasionais a respeito do itinerário de formação do presbítero. Só perto do final do século II aparece a figura do “diácono” destinado à formação dos clérigos: nas primeiras gerações cristãs, “os bispos sucessores dos apóstolos continuam a formação dos candidatos ao sacerdócio como faziam os apóstolos […]. O formador dos clérigos, portanto, é o bispo no papel de mestre, liturgo, pastor”[5].

Mas voltemos a considerar detalhadamente os três momentos evocados: em primeiro lugar, o período mais antigo, depois o século III e, enfim, o “ponto de articulação” constituído pela era severiana.

 

 

1.1. Os Padres dos séculos I e II

 

“Escolham para vocês bispos e diáconos dignos do Senhor. Eles devem ser homens mansos, desprendidos do dinheiro, verazes e provados, porque eles também exercem para vocês o ministério [leitourgia] dos profetas e dos mestres. Não os desprezem, porque entre vocês eles têm a mesma dignidade que os profetas e mestres.”[6]

Assim, a Didaqué, na esteira do Novo Testamento, menciona “bispos e diáconos” escolhidos pela comunidade. Estes exercem um ministério semelhante ao dos profetas e dos doutores, que por sua vez ensinam “para estabelecer a justiça e o conhecimento do Senhor”[7].

O contexto da citação – marcadamente os capítulos 11-15 – é esclarecedor. Ali é descrita a unidade essencial dos cristãos, que, em conformidade com as cenas descritas por Lucas dos Atos, vivem o mandamento do amor fraterno até o ponto de pôr “tudo em comum”. Cada um se sente “companheiro” do próximo, num mesmo plano de paridade e de igualdade. Todavia, não se trata de uma comunidade amorfa e indistinta. Ao contrário, já aparecem ali carismas e papéis bem definidos. O texto fala da presença de profetas itinerantes, que gozavam de particular estima e honra na comunidade, de doutores e, enfim, de bispos e diáconos. Essa última referência é muito importante, até porque testemunha a progressiva absorção da hierarquia carismático-itinerante (apóstolos-profetas-doutores) na institucional das igrejas locais (bispos-presbíteros-diáconos)[8].

É interessante notar como essa pluralidade de ministérios corresponde a uma imagem de Igreja salutarmente “dispersa” em sua missão no mundo, ao mesmo tempo em que é pedido e esperado o dom da unidade: “Do mesmo modo como este pão partido tinha sido semeado sobre as colinas, e depois recolhido para se tornar um”, reza a oração eucarística da Didaqué, “assim também a tua Igreja seja reunida desde os confins da terra no teu reino”. E pouco adiante: “Lembra-te, Senhor, da tua Igreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o teu reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória para sempre”[9].

 

Clemente, na Primeira carta aos coríntios, recomenda “fazer com ordem tudo o que o Senhor nos mandou realizar nos tempos determinados. Ele ordenou que as ofertas e as funções litúrgicas [leitourgiai] fossem realizadas, não ao acaso ou desordenadamente, mas em circunstâncias e horas determinadas. Ele próprio, por sua soberana vontade, determinou onde e por quem ele deseja que as coisas sejam realizadas, a fim de que cada coisa, feita santamente com a sua santa aprovação, seja agradável à sua vontade. […] Ao sumo sacerdote foram confiados ofícios litúrgicos particulares; os sacerdotes foi designado seu lugar particular; e aos levitas foram impostos serviços particulares. O leigo está ligado aos preceitos leigos”[10].

Dessa forma, referindo-se à liturgia do antigo Israel, Clemente revela seu ideal de Igreja. Já nos capítulos anteriores da Carta, ele havia chamado a atenção para outras duas analogias. A primeira é a do exército, em que os soldados são submissos, cada um na própria ordem, a seus comandantes. A segunda é a do corpo, em que todos os membros “têm subordinação mútua” para a conservação do corpo inteiro. Mas o eixo em torno do qual giram as três analogias – a do exército, a do corpo e a do antigo Israel – é um só, precisamente o da ordem universal que preside o macro e o microcosmo. Sua força edificadora é “um só Espírito de graça, que foi derramado sobre nós”, que inspira os diversos membros do corpo de Cristo, em que todos, sem nenhuma distinção, são “membros uns dos outros”[11]. A Igreja, todavia, não é lugar de confusão e de anarquia, em que alguém pode fazer o que quiser, pois cada um exerce nela seu ministério em sua ordem, estando no lugar que lhe é assinalado segundo o carisma que recebeu.

Mas essa pluralidade de ministérios – tanto em Clemente quanto na Didaqué – é orientada para a missão comum, mencionada na “grande oração” conclusiva: “Que todas as nações reconheçam que tu és o único Deus, que Jesus Cristo é o teu Filho, e nós somos o teu povo e ovelhas do teu rebanho”[12].

 

A maravilhosa “subordinação mútua” de que fala Clemente se torna “sinfonia da unidade” nas Cartas de Inácio: valem, nesse sentido, as reflexões já desenvolvidas sobre o epistolário inaciano[13].

O que aproxima os documentos até agora apresentados, e alcança o ponto mais alto em Inácio, é – como já tivemos a oportunidade de notar – uma espécie de dialética entre dois elementos irrenunciáveis da vida cristã: de um lado, a unidade fundamental que liga entre si todos os fiéis em Cristo; de outro, a estrutura hierárquica da Igreja.

Mas nesses textos antigos não há espaço para a oposição dos papéis. Ao contrário, a experiência fundamental da comunhão e da reciprocidade dos crentes alicerça e sustém a consciência da missão comum. A certeza de pertencer a um só corpo, projetado totalmente para a missão, supera a força de identificação exercida por cada um dos ministérios desenvolvidos no âmbito do mesmo corpo, que tem Cristo por cabeça[14].

 

 

1.2. Os Padres do século III

 

A situação muda no século III, quando os leigos começam a ser considerados expressamente como “categoria” no âmbito eclesial. É nesse momento que se distinguem dos clérigos, mesmo havendo a consciência de que estes últimos provêm do laicato. O termo leigo pode passar a ter conotação negativa, na medida em que se manifesta nas comunidades todo o peso hierárquico dos ministérios ordenados.

Por outro lado, não podemos afirmar que no século III tenha desaparecido também a consciência do sacerdócio comum dos fiéis como característica distintiva do novo povo de Deus. Demonstram-no numerosos testemunhos, até de autores normalmente apresentados para demonstrar a progressiva hierarquização da Igreja.

O próprio Clemente de Alexandria, que em outro contexto alude à “infidelidade laica”[15], não se cansa de repetir que o Logos é o pedagogo comum de um único “povo novo e jovem”, o povo da “nova jovem aliança”[16]. E Orígenes, ligando-se à rica exegese subapostólica de 1Pd 2,9 (“Vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo que Ele conquistou”[17]), na nona Homilia sobre o Levítico desenha nestes termos a identidade sacerdotal de cada crente: “Não sabes que também a ti, ou seja, a toda a Igreja de Deus e ao povo dos crentes, foi conferido o sacerdócio? Ouve como Pedro fala dos fiéis: ‘Raça eleita’, diz, ‘sacerdócio real, nação santa, povo que Ele conquistou’. Tu, portanto, tens o sacerdócio porque és ‘estirpe sacerdotal’”[18].

Além disso, o fato de todos os fiéis, na variedade de seu ministério específico, serem chamados a uma missão comum de salvação fica claro, entre outras coisas, por um singular testemunho do Contra Celsum: os cristãos, afirma Orígenes, não prestam o serviço militar porque são sacerdotes, e participam assim da tarefa que os pagãos reconheciam a seus sacerdotes. “Os cristãos”, prossegue o alexandrino no mesmo contexto, “são muito mais úteis à pátria que todos os outros homens: eles formam seus concidadãos, ensinam a eles a devoção a Deus, guardião da cidade. Eles ajudam aqueles que vivem honestamente em suas pequenas cidades a subir para uma polis divina e celeste”[19].

 

 

1.3. A passagem do primeiro para o segundo período

 

Definitivamente – a despeito daqueles que estão mais propensos a ver nos testemunhos patrísticos uma contraposição sistemática entre hierarquia e laicato[20], e em última análise uma delegação incondicional da missão aos ministros ordenados –, parece que na era pré-nicena nunca desapareceu uma dialética fecunda entre a unidade fundamental da “raça eleita” e a estrutura hierárquica da Igreja. Devemos falar, antes, de um balanceamento diferente entre as duas instâncias. Simplificando ao máximo, poderíamos dizer que à hegemonia da primeira se segue o prevalecimento da segunda: no meio, “ponto de articulação” dos dois períodos, está a época dos imperadores Severos (193-235).

Assim formulada, a simplificação parece sem dúvida excessiva. Esta conserva, todavia, um valor de provocação, que convida imediatamente ao estudo do ambiente histórico-institucional entre os século I e II. Esse é realmente um capítulo decisivo para quem pretende “escrever uma história da missão cristã e da conversão do mundo antigo”[21].

 

De modo geral, a organização da república nesse período manifesta as brechas para a próxima crise, ao mesmo tempo em que as instituições eclesiais vão-se afirmando pouco a pouco num império oficialmente perseguidor. Enquanto a crise é retardada pelo advento dos Severos – visivelmente empenhados na consolidação e na propaganda religiosa da monarquia -, a adesão já evidente dos ambientes da corte e das clarissimae famílias de senadores ao cristianismo prenuncia o ato de conquista definitivo do império por parte da Igreja, talvez mais empenhada do que nunca em estender o diálogo missionário até as camadas sociais mais influentes da sociedade.

Assim, no contexto paradoxal da era severiana – em que os cristãos eram perseguidos e ainda assim admitidos à intimidade da família imperial -, a difusão ampliada do cristianismo levou em primeiro lugar a um incremento quantitativo e qualitativo dos leigos na Igreja. Em segundo lugar, as trocas mais intensas entre cultura pagã e cultura cristã expuseram a instituição eclesial a uma série de influências heterogêneas, provenientes, por um lado, da sociedade romana e de sua organização piramidal e, por outro, da tradição platônica e de seus modelos de polis estruturados como degradação da perfeição do Um à imperfeição do múltiplo. É preciso, além disso, somar a essas influências as que derivam de determinadas representações veterotestamentárias, que expunham uma clara separação entre a casta sacerdotal e o povo[22].

Coerentemente, as duas exigências complementares e inevitáveis da vida eclesial – de um lado, a exigência de respeitar o sacerdócio comum dos crentes e a estrutura carismática da Igreja; de outro, a de valorizar o sacramento da ordem e a estrutura hierárquica do povo de Deus – vieram à tona de modo inédito, solicitadas pelo novo clima político e cultural.

Em particular, a urgência de estruturas organizativas mais definidas e eficientes, a começar justamente da autoridade do bispo e da formação dos clérigos, viria a refletir-se numa marcada hierarquização da comunidade.

O comprovante documental desse fato nos é fornecido, primordialmente, por um famoso escrito pertencente ao corpus hipolitiano: a Tradição Apostólica, o mais antigo ritual para as ordenações, que continua a inspirar nossas liturgias. Ainda hoje a Igreja romana celebra a ordenação dos bispos com o texto da Traditio, e adota sua substância da oferta na segunda Oração Eucarística[23].

Os problemas da paternidade, da datação e da transmissão desse documento venerando – que não nos chegou diretamente, mas foi identificado e reconstruído com base em fontes posteriores – se misturam com a vexata quaestio hipolitiana[24]. Em todo caso, o texto antigo da Traditio é comumente atribuído ao coração do período severiano, por volta de 215.

Na Tradição Apostólica, os clérigos aparecem definitivamente configurados na tríade bispos-presbíteros-diáconos.

Só a estes é reservada a ordenação pela imposição das mãos[25]. Por meio desse rito é concedida a graça, destinada de modo especial ao exercício do ministério correspondente. Outros ministérios são reconhecidos e instituídos, mas sem a ordenação e a impositio manuum: de fato, a questão não é habilitar alguém para um ofício litúrgico de presidência, mas simplesmente reconhecer um estado de fato (confessores, virgens, curadores), assinalar um título (viúvas), ou confiar uma tarefa (leitor, subdiácono).

O papel do bispo assume o mais alto destaque: é ele que ordena, é ele o chefe, é ele o sucessor dos apóstolos, é ele que participa do Espírito do sumo sacerdócio. Os presbíteros são seus conselheiros e ajudantes no governo do povo, como os sacerdotes escolhidos por Moisés. Os diáconos, além disso, não são ordenados ao sacerdócio, mas ao serviço do bispo, para que cumpram suas ordens.

“Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”, reza a solene oração da consagração episcopal, “infundi agora a força – que vem de vós – do Espírito principal, que doastes a vosso dileto Filho Jesus Cristo, e ele por sua vez aos santos apóstolos […]. Pai, que conheceis os corações, concedei a vosso servo que escolhestes para o episcopado apascentar vosso santo rebanho e exercer irrepreensivelmente diante de vós o sumo sacerdócio, servindo-vos noite e dia; que ele torne incessantemente propício vosso olhar e ofereça os dons de vossa santa Igreja; que, em virtude do espírito do sumo sacerdócio, tenha o poder de perdoar os pecados segundo o vosso mandamento, distribua os encargos conforme vossa ordem e se desligue de todo vínculo em virtude do poder que destes aos apóstolos”[26].

É claro que não nos pode escapar a tripla referência ao primado do sacerdócio episcopal. De nossa parte, consideramos que este deve ser considerado como o traço característico daquele “impulso hierarquizante” que atravessou os pontificados de Vítor, de Zeferino e de Calixto, e que levou a comunidade cristã de Roma, entre o final do século II e o início do III, “a organizar-se em sentido fortemente unitário, potencializando a autoridade do bispo”[27].

Por outro lado, como vimos, a Tradição Apostólica apresenta também uma fecunda pluralidade de ministérios não ordenados – os dos confessores, das viúvas, dos leitores, das virgens, dos subdiáconos e dos curadores, a que devem ser acrescentados os dos ostiários e dos acólitos -, que certamente não parece “achatada” pela autoridade do bispo[28]. Dialogando com os ministros e com todos os fiéis, o bispo concelebra, na liturgia e na vida, a oração da oferta sacrifical e a solene doxologia conclusiva, que expressa a perene missão do Filho e do Espírito à Igreja e ao mundo: “Nós vos rogamos que envieis teu Espírito Santo sobre a oferta da santa Igreja, que deis unidade a todos aqueles que dela participam, que lhes concedais serem repletos do Espírito Santo e fortificados na fé da verdade, para que vos louvem e vos glorifiquem por Jesus Cristo, vosso Filho, pelo qual vós, Pai e Filho com o Espírito Santo na santa Igreja, tendes honra e glória agora e para sempre”[29].

 

 

2. Depois de Niceia, rumo a Calcedônia (325-451)

 

2.1. O contexto histórico

 

A “tendência histórica” dominante na Igreja dos séculos IV e V é a de uma progressiva afirmação da religião cristã sobre o paganismo. Em menos de oitenta anos, passamos da perseguição à supremacia do cristianismo (edito de Teodósio, de 380)[30].

Nesse contexto, a chamada “Igreja imperial”[31] é cada vez mais solicitada a organizar suas estruturas internas, partindo, naturalmente, dos vários graus hierárquicos e da formação dos ministros sagrados.

 

 

2.2. As ordens ou “graus” hierárquicos

 

Ao longo do século IV é afirmada a subdivisão do clero em dois grupos, que, no início do século seguinte, Inocêncio I (401-417) indicará como clerici superioris ordinis (bispos-presbíteros-diáconos) e clerici inferioris ordinis (subdiáconos-acólitos-exorcistas-ostiários-leitores)[32]. Mas os graus inferiores ficam submetidos a fortes variações, tanto no número quanto na avaliação (pertenceriam realmente ao clero?), quanto, ainda, na definição das relativas tarefas[33].

 

 

2.3. Os tratados sobre o sacerdócio

 

Ao mesmo tempo, entre os séculos IV e V, assistimos a uma verdadeira proliferação de escritos sobre o tema da santidade sacerdotal. É oportuno relacioná-los. No Oriente, além do breve Sermão sobre o sacerdócio de Efrém Sírio († 373), temos a segunda Oração de Gregório Nazianzeno († 390) e o célebre Diálogo sobre o sacerdócio de João Crisóstomo († 407); no Ocidente, é preciso lembrar pelo menos do De officiis [ministrorum] de Ambrósio († 397), da carta de Jerônimo († 419 ou 420) a Nepociano e de diversos discursos e cartas de Santo Agostinho († 430)[34].

 

 

2.4. “Formação clerical” e “formação monástica”

 

A preocupação com a formação está também muito presente nas experiências monásticas dos séculos IV e V[35]. Podemos, aliás, falar de “uma estreita interação” entre formação clerical e formação monástica[36]. Quanto a isso, é preciso considerar sobretudo as Conlationes, encontros comunitários em forma de diálogo, dirigidas por um “ancião”: nasce assim, precisamente no âmbito monástico-eremítico, a figura do “orientador espiritual”.

Antônio abade († 356) é o iniciador do monaquismo na forma eremítica. É também Antônio quem estabelece a figura do orientador espiritual, como guia para a perfeição: “Vós, como filhos”, escrevia a seus monges, “trazei-me, como a um pai, as coisas que sabeis, e dizei-mas. De minha parte, sendo eu mais idoso que vós, partilharei convosco o que sei e o que experimentei”[37].

Ao lado de Antônio, temos de recordar também Pacômio, que funda em 323 a primeira comunidade cenobítica, com suas estruturas características (mosteiro, regra, abade), e Basílio († 379), para quem a vida monástica é a perfeita realização da vida cristã.

Mas é sobretudo no Ocidente que se registra o encontro entre formação clerical e formação monástica. Eusébio, bispo de Vercelli a partir de 345, é o primeiro a reunir seu clero em vita communis, tornando-se, portanto, o fundador do mais antigo monasterium clericorum. A história do encontro entre instituição monástica e eclesiástica prossegue com Hilário de Poitiers († 367) e Martinho de Tours († 357), verdadeiro modelo de monge-bispo. No “ponto de chegada” encontramos Agostinho. Depois da ordenação episcopal, escreve ele mesmo, “quis ter em casa um mosteiro de clérigos. […] E sabei todos”, observa a seus fiéis, “que nós vivemos aqui, na chamada casa do bispo, para, no limite do possível, imitar esses santos de que fala o livro dos Atos dos Apóstolos: ‘Não havia ninguém que considerasse como seu o que possuía, mas tudo tinham em comum’”[38]. Também em Cartago, Agostinho institui um mosteiro com as mesmas finalidades.

 

 

3. Conclusão

 

Como conclusão desta síntese, que teve a intenção de reunir em seu quadro histórico os testemunhos patrísticos sobre a formação sacerdotal, é oportuno reler uma passagem importante da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi: “Um relance sobre as origens da Igreja”, escrevia Paulo VI em 1975, “é muito elucidativo e fará com que nos beneficiemos de uma antiga experiência nesta matéria dos ministérios, experiência que se apresenta válida, dado que permitiu à Igreja consolidar-se, crescer e expandir-se”[39].

Essa é a perspectiva destas páginas, que quiseram confrontar uma das reflexões iniciais da PDV com a história das origens cristãs: “‘Jesus subiu a um monte e chamou os que Ele quis. E foram ter com Ele. […]’ Podemos afirmar que, em sua história”, diz o nosso texto, “a Igreja sempre reviveu, embora com intensidades e modalidades diversas, essa página do Evangelho, mediante a obra formadora reservada aos candidatos ao presbiterado e aos próprios sacerdotes”[40].

De nossa parte, continuamos convictos de que a referência à viva tradição dos Padres ajude “formadores” e “formandos” a se confrontarem eficazmente, a cada momento da formação sacerdotal, com a “fisionomia essencial do sacerdote que não muda”[41]. Afinal, o sacerdote da “nova evangelização”, como o presbítero das origens cristãs, é chamado também a ser sempre imagem viva e transparente de Cristo bom Pastor.

 



[1] Bibliografia básica: PASQUATO, O. L’istituzione formativa del presbitero nel suo sviluppo storico (sec. I-XVI). Salesianum 58 (1996), pp. 269-299 (com ampla bibliografia espalhada pelo texto).

[2] Cf. FAIVRE, A. Naissance d’une hiérarchie. Les premières étapes du cursus clérical. Coleção Théologie Historique, 40. Paris, 1977; Id. Ordonner la fraternité…, cit., pp. 55-109 (com ampla resenha bibliográfica: cf. sobretudo pp. 459-472, a que acrescento agora YSEBAERT, J. Die Amtsterminologie im Neuen Testament und in der Alten Kirche. Eine lexikographische Untersuchung. Breda, 1994. Todavia, as teses de Faivre devem ser submetidas a atento crivo crítico: cf. DAL COVOLO, E. Chiesa Società Politica. Aree di “laicità” nel cristianesimo delle origini. Coleção Ieri Oggi Domani, 14. Roma, 1994, pp. 160-162). Sobre as origens do sacerdócio hierárquico, ver ainda HÜBNER, R. M. Die Anfänge von Diakonat, Presbyterat und Episkopat in der frühen Kirche. In: RAUCH, A., IMHOF, P. SJ (orgs.) Das Priestertum in der Einen Kirche. Diakonat, Presbyterat und Episkopat. Regensburger Ökumenisches Symposion 1985. Coleção Koinonia, 4. Aschaffenburg, 1987, pp. 45-89; HOUSSIAU, A. Le sacerdoce ministériel dans l’Église ancienne. In: HOUSSIAU, A., MONDET, J.-P. (orgs.) Le sacerdoce du Christ et de ses serviteurs selon les Pères de l’Église. Collection Cerfaux-Lefort, 8. Louvain-La-Neuve, 1990, pp. 1-47; CHAUVET, P. Sacerdoce des baptisés, sacerdoce des prêtres. Coleção Pères Dans la Foi, 46. Paris, 1991; SARAIVA MARTINS, J. Il sacerdozio ministeriale. Storia e teologia. Coleção Subsidia Urbaniana, 48. Roma, 1991; FERGUSON, E. (org.) Church, Ministry, and Organization in the Early Church Era. Coleção Studies in Early Christianity, 13. Nova York-Londres, 1993; ver, enfim: SIMONETTI, M. Presbiteri e vescovi nella chiesa del I e II secolo. Vetera Christianorum 33 (1996), pp. 115-132, e sobretudo CATTANEO, M. I ministeri nella Chiesa antica. Testi patristici dei primi tre secoli. Coleção Letture Cristiane del Primo Millennio, 25. Milão, 1997.

[3] Sobre o ordenamento eclesiástico neotestamentário – visto como um sistema ainda em fase de desenvolvimento -, ver GHIBERTI, G. Sacerdozio ministeriale e laicità. Il progetto neotestamentario. In: DIPARTIMENTO DI SCIENZE RELIGIOSE DELL’UNIVERSITÀ CATTOLICA (org.) Laicità nella Chiesa. Coleção Fede e Mondo Moderno, 3. Milão, 1977, pp. 160-180.

[4] Cf. DAL COVOLO, E., et al. Laici e laicità nei primi secoli della Chiesa. Coleção Letture Cristiane del Primo Millennio, 21. Milão, 1995.

[5] PASQUATO, O. L’istituzione formativa del presbitero…, cit.

[6] Didaqué 15, 1-2. In: Padres apostólicos, cit., p. 358.

[7] Ibid. 11, 2. In: Padres apostólicos, cit., p. 355.

[8] Cf. Didaché. Dottrina dei Dodici Apostoli. Introdução, tradução e notas de U. MATTIOLI. Coleção Letture Cristiane delle Origini, 5/Testi. Roma, 1980, pp. 63-69, e todo o conjunto de NIEDERWIMMER, K. Die Didaché. Coleção Kommentar zu den Apostolischen Vätern, 1. Göttingen, 1989. Ver também: VOKES, F. E. Life and Order in Early Church: the Didache. In: HAASE, W. (org.) Aufstieg und Niedergang der Römischen Welt, 2,27,1. Berlim-Nova York, 1993, pp. 209-233; JEFFORD, C. N. (org.) The Didache in Context. Essays on Its Text, History and Transmission. Supplements to Novum Testamentum, 77. Leiden-Nova York-Köln, 1995 (A Bibliography of Literature on the Didake, pp. 368-382). Sobre a relação entre “carisma” e “instituição” nos primeiros séculos, ver hoje: CATTANEO, E. Carisma e istituzione nella Chiesa antica 37 (1996), pp. 201-216.

[9] Didaqué 9, 4; 10, 5. In: Padres apostólicos, cit., pp. 353; 354.

[10] CLEMENTE ROMANO. Carta aos coríntios 40, 1-5. In: Padres apostólicos, cit., p. 52.

[11] Id., ibid. 46, 6-7. In: Padres apostólicos, cit., pp. 56-57.

[12] Id., ibid. 59, 4. In: Padres apostólicos, cit., p. 66.

[13] Ver, acima, notas 42-51 e contexto.

[14] Cf. DAL COVOLO, E. I laici nella chiesa delle origini. In: TOSO, M. (org.) Laici per una nuova evangelizzazione. Studi sull’esortazione apostolica “Christifideles Laici”. Turim: Leumann, 1990, pp. 41-54; DAL COVOLO, E. Ministeri e missione…, cit., pp. 123-136; Id. Laici e laicità nei primi secoli della Chiesa. Rassegna di Teologia 37 (1996), pp. 359-375.

[15] CLEMENTE DE ALEXANDRIA. Stromata 5, 6, 33, 3, ed. O. STÄHLIN, L. FRÜCHTEL, U. TREU, GCS 524, pp. 347-348.

[16] Id. Pedagogo 1, 7, 58, 1. 59, 1, ed. H. I. MARROU, M. HARL, SC 70, Paris, 1960, p. 214.

[17] Ver sobretudo OTRANTO, G. Il sacerdozio comune dei fedeli nei riflessi della 1 Petr. 2,9 (I e II secolo). Vetera Christianorum 7 (1970), pp. 225-246.

[18] ORÍGENES. Homilia sobre o Levítico 9,1, ed. M. BORRET, SC 287, p. 72. Cf. DAL COVOLO, E. “Voi siete stirpe eletta, sacerdozio regale, popolo santo…”. Esegesi e catechesi nell’interpretazione origeniana di 1 Petri 2,9. In: FELICI, S. (org.) Esegesi e catechesi nei Padri della Chiesa (secc. II-IV). Biblioteca di Scienze Religiose, 106. Roma, 1993, pp. 85-95.

[19] ORÍGENES. Contra Celsum 8, 74, ed. M. BORRET, SC 150, Paris, 1969, pp. 348-350.

[20] Ver, em particular: FAIVRE, A. I laici alle origini della chiesa. Cinisello Balsamo, 1986. Mas cf. as “perspectivas de síntese” de P. Siniscalco e minhas em DAL COVOLO, E. Chiesa Società Politica…, cit., pp. 159-173.

[21] PIETRI, C. Prefazione. In: DAL COVOLO, E. I Severi e il cristianesimo. Ricerche sull’ambiente storicoistituzionale delle origini cristiane tra il secondo e il terzo secolo. Biblioteca di Scienze Religiose, 87. Roma, 1989, p. 6.

[22] Para a documentação a respeito deste tema, recomendo: DAL COVOLO, E. I Severi e il cristianesimo…, cit.; SINISCALCO, P. I laici nei primi secoli del cristianesimo. In: VANZAN, P. S. (org.) Il laicato nella Bibbia e nella storia. Coleção Nuovi Saggi, 2. Roma, 1987, pp. 95-96.

[23] MARTIMORT, A. G. Nouvel examen de la “Tradition Apostolique” d’Hippolyte. Bulletin de Littérature Ecclésiastique 88 (1987), pp. 5-25; Id. Encore Hippolyte et la “Tradition Apostolique”. ibid. 92 (1991), pp. 133-137; METZGER, M. Enquêtes autour de la pretendue “Tradition Apostolique”. Ecclesia Orans 9 (1992), pp. 7-36; Id. À propos des règlements ecclésiastiques et de la prétendue Tradition Apostolique. Revue des Sciences Religieuses 66 (1992), pp. 249-261; MARTIMORT, A. G. Encore Hippolyte et la “Tradition Apostolique” (II). Bulletin de Littérature Ecclésiastique 97 (1996), pp. 275-287; RUGGIERO, F. Celebrazione, effusione della grazia e annuncio nella Tradizione Apostolica. In: MANICARDI, E., RUGGIERO, F. (orgs.) Liturgia ed evangelizzazione…, cit., pp. 147-184.

[24] Cf. SIMONETTI, M. Aggiornamento su Ippolito. In: INSTITUTUM PATRISTICUM AUGUSTINIANUM. (org.) Nuove ricerche su Ippolito. Coleção Studia Ephemeridis “Augustinianum”, 30. Roma, 1989, pp. 75-130 (em particular sobre a Tradição Apostólica, cf. nota 160, pp. 127-128). A publicação, bastante recente, do livro de A. BRENT, Hippolytus and the Roman Church in the Third Century. Communities in Tension before the Emergence of a Monarch-Bishop (Coleção Supplements to Vigiliae Christianae, 31. Leiden, Nova York, Köln 1995), parece sugerir novos estímulos à pesquisa. Tenho a impressão, todavia, de que a tese enunciada no título muito dificilmente possa resistir ao crivo dos testemunhos; ver, nesse sentido: SIMONETTI, M. Una nuova proposta su Ippolito. Augustinianum 36 (1996), pp. 13-46. Cf., enfim, BOUHOT, J.-P. L’auteur romain des Philosophumena et l’écrivain Hippolyte. Ecclesia Orans 13 (1996), pp. 137-164.

[25] Em grego, queirotonia. Cf. VOGEL, C. Cheirotonie et Chirotésie. Importance et relativité de l’imposition des mains dans la collation des ordres. Irénikon 45 (1972), pp. 7-21. 207-238; KRETSCHMAR, G. Die Ordination im frühen Christentum. Freiburger Zeitschrift für Philosophie und Theologie 22 (1975), pp. 35-69; FERGUSON, E. Laying on of Hands: its Significance in Ordination. Journal of Theological Studies 26 (1975), pp. 1-12. Sobre a teologia da ordenação desde o início do século III até o Concílio de Niceia, cf.: LÉCUYER, J. Le sacrement de l’ordination. Recherche historique et théologique. Coleção Théologie Historique, 65. Paris, 1983, pp. 28-59.

[26] PSEUDO-HIPÓLITO. A Tradição Apostólica 3. In: BOTTE, B. SC 11 bis. Paris, 1984, pp. 42-46. Parte da tradução transcrita aqui vem de: Catecismo da Igreja Católica. Petrópolis/São Paulo: Vozes/Loyola, 1993.

[27] SIMONETTI, M. Roma cristiana tra II e III secolo. Vetera Christianorum 26 (1989), pp. 135-136 (republicado em: Id. Ortodossia ed eresia tra I e II secolo. Armarium. Biblioteca di Storia e Cultura Religiosa, 5. Messina, 1994, pp. 291-314).

[28] Ver, por último, FALESIEDI, U. Le diaconie. I servizi assistenziali nella Chiesa antica. Coleção Sussidi Patristici, 7. Roma, 1995, sobretudo as pp. 51-55.

[29] PSEUDO-HIPÓLITO. A Tradição Apostólica 4. In: BOTTE, B. SC 11 bis, cit., p. 52.

[30] Ver a síntese – tão breve quanto eficaz – de BEATRICE, P. F. Storia della Chiesa Antica. Turim, 1991, pp. 67-73 (nota crítico-bibliográfica, pp. 119-127).

[31] Cf. STUDER, B. La teologia nella Chiesa imperiale (300-450). In: ISTITUTO PATRISTICO AUGUSTINIANUM. (org.) Storia della teologia…, cit., pp. 305 ss.

[32] INOCÊNCIO I. Epístola 2, 3, PL 20, c. 472.

[33] Cf. BAUS, K., EWIG, E. L’epoca dei Concili. Coleção Storia della Chiesa, dirigida por Hubert Jedin, 2. Milão, 1972, pp. 295-315.

[34] Cf., também para a indicação das respectivas edições: TRAPÉ, A. Il sacerdote uomo di Dio…, cit., pp. 16-17.

[35] Ver, por exemplo: BOUYER, L. La spiritualità dei Padri (III-VI secolo). Monachesimo antico e Padri. Coleção Storia della Spiritualità, 3/B. Bolonha, 1986.

[36] É também a opinião de PASQUATO, O. L’istituzione formativa del presbitero…, cit., p. 278, cuja leitura recomendamos também para as considerações que se seguem.

[37] ATANÁSIO. Vida de Antônio. ed. G. J. M. BARTELINK, SC 400, Paris, 1994, p. 178.

[38] AGOSTINHO. Sermão 355, 2. Nuova Biblioteca Agostiniana 34. Roma, 1989, pp. 244-246.

[39] PAULO VI. Evangelii Nuntiandi 73. Acta Apostolicae Sedis 68 (1976), p. 62.

[40] PDV 2, p. 659. Para uma visão geral do tema em toda a história da Igreja, ver: PACOMIO, L. (org.) I preti da 2.000 anni memoria di Cristo tra gli uomini. Casale Monf., 1991 (sobre a era patrística, em particular, ver a o capítulo escrito por PADOVESE, L. Sacerdote in un “regno di sacerdoti” (Ap 1,6): riflessioni e testimonianze patristiche sul ministero ordinato. Ibid., pp. 85-151).

[41] PDV 5, p. 664.

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