Página Inicial / Animação Litúrgica / Domingo dia 16 de agosto

Domingo dia 16 de agosto

Assunção de Nossa Senhora  16 de agosto de 2009
LEITURAS
1ª leitura: Ap 11,19a; 12,1-6a.10ab = Uma mulher vestida de sol, com a lua aos pés
Salmo Responsorial: Sl 44 = À vossa direita se encontra a rainha
2ª leitura: 1Cor 15,20-27 = Cristo é primícia da salvação
Evangelho: Lc 1,39-56 = O Todo-poderoso fez grandes coisas; Santo é seu nome

Primeiro olhar
A história do culto mariano escreveu páginas belíssimas que conduziram à santidade milhares de pessoas. Ainda hoje, o culto mariano, se fundamentado numa sadia teologia, é pedagogia que põe Maria em relação a Cristo e, impreterivelmente, pedagogia que conduz a Cristo e torna-se fonte de espiritualidade evangélica, de mística cristã e escola da prática do discipulado.

ILUMINADOS PELA PALAVRA
A história da Liturgia registra o culto mariano desde os primeiros séculos. Um culto que, no decorrer dos tempos, foi ganhando formas diferentes, algumas fundamentadas na teologia, outras no devocional e, outras em fantasias e conceitos mágicos chegando ao extremo de tornar Maria anunciadora de catástrofes, solucionadora de problemas por “orações (magicamente) poderosas” e até mesmo superstição. Diante disso, um dos objetivos do Concílio Vaticano II foi recuperar a genuinidade deste culto, através de uma espiritualidade fundamentada na Sagrada Escritura e na teologia, como era nos primórdios da fé cristã. A fundamentação bíblica na Liturgia da Assunção de Nossa Senhora é exemplar neste sentido, evidenciando, por exemplo, a dimensão escatológica do Mistério da Assunção (1ª leitura), o destino último do homem e da mulher que vivem em Cristo (2ª leitura) e a dimensão caritativa de quem reconhece que Deus faz maravilhas em quem nele confia e se faz servidor de seu projeto, como aconteceu com Maria, simbolizada no serviço a Isabel (Evangelho).
A fundamentação bíblica e  eclesiológica da Assunção de Nossa Senhora projeta o destino da Igreja e, ao mesmo tempo, convida à louvação porque a Igreja, em Maria, já entrou no “palácio real”; em Maria, a Igreja é conduzida diante do trono divino, encantando seu Senhor pela sua beleza e formosura (salmo responsorial). A fundamentação bíblica da Assunção, portanto, não projeta uma Maria “divinizada”, mas a humanidade da Igreja revestida com as vestes da salvação (salmo responsorial). Em Maria, a Igreja é também a “mulher vestida de sol” (1ª leitura), manifestação divina e protetora da vida nascente no mundo, aquela que testemunha a vida divina pelo exercício da caridade (Evangelho). Um mistério tão profundo que, iluminado pelas Escrituras, não faz de uma semi-deusa, mas a exalta como aquela que, se fazendo serva, oferece sua vida e permite que Deus faça maravilhas; Magnificat (Evangelho).
Depois de uma longa história de culto mariano (contada em séculos) que, infelizmente, distanciou-se das Escrituras e, particularmente do Evangelho, o Concílio Vaticano II insiste em propor Maria como modelo e fonte da espiritualidade cristã (LG 65), fundamentando-se na Bíblia e na teologia, bebendo na Tradição da Igreja, celebrando as glórias de Maria, das quais a solenidade da Assunção faz parte, sempre e intimamente unida à glória de Cristo. A Igreja contempla Maria grávida de Deus (1ª leitura), geradora de uma humanidade nova em Cristo (2ª leitura), que gesta na confiança divina um povo novo e fiel a Deus.
A proposta da Igreja, principalmente através das celebrações litúrgicas marianas, celebra Maria como mulher do povo, sem destituí-la da condição humana. Celebra Maria como mulher que se deixa conduzir por Deus, na aceitação do projeto divino (salmo responsorial), celebra Maria como aquela que participa e colabora, pelo serviço da caridade ao próximo (Evangelho) e pelos méritos do Filho Jesus (2ª leitura), no projeto da Salvação divina. Maria, repetindo, é apresentada na Liturgia não como super-mulher ou semi-deusa, mas como mulher frágil que é fortalecida no Senhor, reflexo das maravilhas divinas (Evangelho), como a protegida por Deus na luta contra o mal e sempre geradora de vida nova e de vida vencedora (1ª leitura).

ILUMINADOS PELAS ORAÇÕES (eucologia da missa)
A primeira intenção é fazer desta celebração um momento de ação de graças ao Pai, convidando os celebrantes a se alegrarem pelas maravilhas operadas por Deus em Maria (antífona de entrada,2), na sua Assunção aos céus (Oração do dia e Prefácio). Dar graças, igualmente, porque em Maria, a Igreja é vocacionada à vida eterna, a exemplo da Virgem Maria, assunta aos céus (antífona de entrada; sobre as oferendas; depois da comunhão). Dentro deste contexto de ação de graças, levar os celebrantes a cantar louvores pelas maravilhas que Deus realizou em Maria (antífona de comunhão) e contemplá-la como exemplo de quem está a caminho da casa do Pai (Prefácio). Outra intenção, esta dentro do contexto do “mês vocacional”, é rezar pelas vocações religiosas da Igreja, a quem este Domingo é dedicado.
 
Proclamar a Oração eucarística III, com o Prefácio da Assunção de Nossa Senhora
Título do Prefácio: “A glória de Maria”

ILUMINADOS PELA VIDA
As festas e solenidades marianas, propostas pela reforma litúrgica do Vaticano II, como esta que estamos preparando, também fazem parte daquele objetivo de incrementar na Igreja e no meio popular uma devoção e um culto mariano que leve os devotos a serem discípulos e discípulas de Jesus, à imitação de Maria.
A base e a fonte da espiritualidade mariana, como é comum em todas espiritualidades cristãs, fundamenta-se na Sagrada Escritura e na teologia e, não em histórias ou devocionalismos, muitos deles estranhos, provindos da Idade Média e da Idade Moderna. Devocionalismos que, não se sabe bem o motivo, renascem em nossos dias, com símbolos nada marianos, com nós e espadas, com novenas infalíveis e com promessas de sucesso em todas as áreas. Enquanto a Igreja faz um esforço para propor Maria como modelo de discípula e de vida cristã inspirada no Evangelho, retornam práticas estranhas que desfiguram, bíblica e teologicamente, a pessoa e a missão de Maria na História da Salvação.
Os últimos documentos da Igreja, especialmente os mais recentes, como “Marialis cultus”, de Paulo VI, e “Redemptoris Mater”, de João Paulo II, deixam claro que a verdadeira devoção à Maria conduz a um relacionamento com Cristo e explicam que os privilégios de santidade, em Maria, provém do Mistério Pascal de Cristo. Ambos os Pontífices, Paulo VI e João Paulo II, direcionam o culto mariano para além de devocionalismos, propondo Maria como mulher fiel a Deus, e não um ser suspenso entre o céu e a terra; mas mulher plenamente humana e plenamente realizada em Cristo e, por isso, digna de ser modelo da vida cristã. Tanto o Vaticano II, como os documentos papais têm também a finalidade de corrigir algumas práticas devocionais, frutos de exageros.
A finalidade da reorientação devocional à Nossa Senhora é chamar atenção dos católicos que a verdadeira devoção à Maria inicia-se pela sua imitação, tirando aquela mentalidade, presente em muitas devoções e orações, de uma Maria substancialmente diferente dos cristãos comuns, para aprofundar a proposta de ver nela a mulher forte, plenamente humana que viveu pobre e que enfrentou transtornos como fugas e exílio, mas sempre confiando em Deus. Situações existenciais que a apresentam como totalmente humana, inspiradora de uma energia espiritual e mística derivante da união a Cristo e fazendo de Maria, exemplo de cristã libertadora na vida pessoal e na sociedade (cf. Paulo VI; Marialis cultus, n. 37).   (Francisco Régis)

CONTEXTO CELEBRATIVO
Estamos sugerindo contextualizar a celebração a partir da originalidade devocional de Maria, proposta pela Igreja, fundamentando o Mistério da Assunção de Nossa Senhora no Mistério Pascal de Cristo. Como proposto nos textos inspiradores, ajudar os celebrantes a perceber em Maria o modelo ideal de vida cristã, através do discipulado e da dedicação total e irrestrita ao projeto divino.
Oração
Glorificado e louvado sejas, Senhor!
Bendito sejais para sempre;
vosso nome é eterno,
vós que viveis pelos séculos sem fim;
e a morte não tem poder sobre vós.
Graças sejam dadas eternamente a vós, Trindade Santa,
Porque em Maria acolheis nossa humanidade
e, desde já, nossa Igreja entra no palácio real da graça e da vossa glória.
Com ela exultamos de alegria,
com ela cantamos jubilosos,
com ela proclamamos que fazeis maravilhas.
Magnificat!
“Magnificat anima mea, Dominum”.
A vós, Senhor, nossa ação de graças,
porque tendes convosco Maria, Mãe de Jesus,
Maria, que é nossa mãe,
mãe da nossa Igreja,
Mãe do nosso povo,
Mãe elevada em corpo e alma até junto de vós.
Amém!
(SV)
VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO
NB   As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente, propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista após comentário.
Siglas
SAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br
HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)
CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)
L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)
CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.
Cantar esta celebração é juntar-se à Maria na sua louvação ao Pai (E), reconhecer que o Senhor fez nela, e faz em nós, maravilhas porque Santo é seu nome. É uma celebração que canta o louvor a Deus por tudo que realizou em Maria e na Igreja. É cantar também a alegria de celebrar a glória de Maria sendo elevada aos céus de corpo e alma, na Assunção.
Entrada: as duas primeiras propostas de canções (1 e 2) são as mais indicadas por proclamarem o Mistério divino e litúrgico que será celebrado neste Domingo. O mesmo pode-se dizer das demais canções e, por isso, são também propostas válidas, principalmente se forem bem conhecidas da comunidade a ponto de favorecer a participação de toda assembléia.
1 – “Quem é esta Senhora” (SAL 13) (L 938)
2 – “Subiu aos céus gloriosa” (SAL 570) (L 924)
3 – “Quem é esta que avança” (SAL 562) (L 724)
4 – “Quem é esta mulher” (SAL 1063) (CO 1213)
5 – “De alegria vibrei no Senhor” (SAL 1064) (Cd Festas Litúrgicas 3; fx 1)
Outras canções de entrada no site: www.liturgia.pro.br
[SAL 569]    [SAL 575]    [SAL 1061]    [SAL 1062]    [SAL 1065]Ato penitencial: para o rito penitencial estamos sugerindo a mesma canção da Campanha da Fraternidade de 2004. O motivo encontra-se na poesia da canção que, no contexto da espiritualidade mariana, faz contraponto ao modo como Maria viveu na confiança, na liberdade e na esperança, em Deus. Você poderá ouvir a canção no endereço: http://www.coralsjbatista.com.br/coral/musicas/festivas/cf/cf_2004/cf_2004.htm
1 – “Perdão, Senhor, para o vosso povo” (SAL 1141)
Salmo responsorial: o salmo, no contexto celebrativo-litúrgico, canta a alegria da Igreja contemplando a entrada de Maria no “palácio real”, a casa da eternidade, o local onde habita Deus. É um salmo para ser cantado com alegria, pois Maria leva consigo a Igreja e, em certo sentido, é também a Igreja, revestida com o “sol da salvação”, que ingressa alegre e jubilosa na casa do Pai.
1 – “Cantando os salmos e aclamações” (Paulus), p. 257.
2 – “Hinário Litúrgico”, fasc. 4, p. 169,
3 – “Cheia de graça a Rainha está” (Cd Festas Litúrgicas 3; fx 3)
Aclamação ao Evangelho: a antífona proclama a mensagem central da solenidade da Assunção, como canta a canção (1). As demais canções, embora sem uma relação direta com a proposta do Lecionário desta celebração, cantam a atividade de Maria, mulher abençoada por Deus, que colaborou com a realização da Salvação divina no mundo.
1 – “Aleluia! Maria é elevada” (SAL 1066) (HL, fasc. 4, p. 182) (Cd Festas Litúrgicas 3; fx 4)
2 – “Aleluia! A minh’alma engrandece o Senhor” (SAL 1067) (HL, fasc. 4 p. 181)
3– “Aleluia! Quem soube acolher a voz de Deus” (SAL 197) (CO 1163)
4– “Aleluia! Vai falar-nos Jesus, o homem novo” (SAL 607) (CO 1175)
5– “Aleluia! Alguém do povo” (SAL 200) (CO 1158)
Ofertas: a procissão das oferendas é um rito alegre, que refaz o gesto de oferta da humanidade ao Pai, oferecendo a vida de Maria, com toda sua beleza e graça (SR). Neste contexto, sugerimos escolher entre as canções (3 ou 5).
1 – “Sobe a Jerusalém, Virgem oferente” (SAL 280) (CO 1159)
2 – “Com o vinho e com o pão” (SAL 758) (CO 1176)
3 – “O Senhor fez em mim maravilhas” (SAL 1069) (CO 1185)
4 – “Maria do sim” (SAL 548) (CO 1207)
5 – “É grande o Senhor” (SAL 1068) (CO 1162) (Cd Festas Litúrgicas 3; fx 5)
Comunhão: Maria é o exemplo de disponibilidade para que Deus pudesse realizar seu plano de amor, em vista de oferecer a vida eterna aos homens e mulheres de todos os tempos. As canções (1 e 5) cantam esse projeto divino que se realiza em Maria, da qual a Assunção é o reflexo mais evidente da esperança, que se tornará realidade em quem comunga e se alimenta da Eucaristia.
1 – “Quando teu Pai revelou o segredo” (SAL 318) (CO 1160)
2 – “Virá o dia em que todos” (SAL 1070) (CO 45)
3 – “Sedentos de amor” (SAL 610) (CO 1177)
4 – “Maria, mãe dos caminhantes” (SAL 551) (CO 1210)
5 – “Povo de Deus, foi assim” (SAL 611) (CO 1165) (Cd Festas Litúrgicas 3; fx 6)
Agradecimento depois da comunhão: Uma bela canção, antes de concluir o rito da comunhão, é cantar a versão do Magnificat que sugerimos a seguir. A mesma poderá ser cantada alternando solo masculino e feminino.
1 – “Minha alma dá glórias ao Senhor” (SAL 555) (CO 1224)
Envio: como primeira indicação, escolher uma canção conhecida na comunidade. Uma vez que a finalidade da última canção é acompanhar a dispersão da assembléia, a escolha de uma canção bem conhecida favorecerá que a mesma continue cantando na lembrança dos celebrantes depois de deixar a igreja.
1 – “Santa mãe, Maria” (SAL 566) (CO 1248)
2 – “Maria de Nazaré” (SAL 547) (CO 1201)
3 – “Foi Maria de Nazaré que me ensinou” (SAL 537)
4 – “Pelas estradas da vida” (SAL 560) (CO 1199)
5 – “A minha alma engrandece o Senhor” (SAL 1071) (Cd Festas Litúrgicas 3; fx 7)
O QUE VALORIZAR NA CELEBRAÇÃO
A alegria pela Assunção de Nossa Senhora é a causa da ação de graças que motivará toda a celebração. No contexto do Lecionário desta celebração, o canto do Magnificat (E) é o resultado do reconhecimento daquilo que Deus realizou em Maria.
Espaço simbólico: nos anos anteriores propomos formar o espaço simbólico com um ícone da Assunção de Nossa Senhora. Se a comunidade tiver este ícone, poderá expô-lo diante dos celebrantes. O ícone é um modo teológico de falar, através da beleza, sobre o Mistério celebrado. Sua equipe de arranjadores poderá preferir, contudo, uma imagem de Nossa Senhora da Assunção ou mesmo outra imagem de Maria Santíssima.
Seja qual for a opção, aos pés do ícone ou da imagem, preparar um belo e simbólico arranjo de flores, como o que estamos propondo no modelo.

 
Como sempre fazemos, a foto tem a finalidade de ser uma proposta, mas com a possibilidade de ser melhorada.
No exemplo da foto, os arranjadores procuraram  sugerir aos expectadores a sensação de Maria sendo elevada, colocando flores com uma dimensão de movimento em torno da imagem.

Frase celebrativa: sugerimos a antífona aclamatória ao Evangelho como frase celebrativa por evidenciar o motivo da celebração, o motivo da ação de graças que a Igreja eleva ao céu.

Frase celebrativa
Maria é elevada ao céu,
alegrem-se os coros dos anjos.

Equipe de acolhida: a saudação mariana, sempre popular e bem recebida, continua sendo um bom modo de acolher os celebrantes, anunciando-lhes, desde a recepção, o caráter mariano da celebração.

Frase de acolhida
Bem-vindo!
Salve Maria!
Ambientação: escolher uma canção liturgicamente mariana para ambientar os celebrantes. Poderá ser alguma canção que será cantada durante a celebração ou, poderá ser uma canção que expressa o carinho do povo para com Maria. Outro modo para ambientar a celebração é fazer a entronização do ícone ou da imagem de Nossa Senhora que ficará diante dos celebrantes, durante a celebração. Neste caso, a canção escolhida deverá ser bem popular, como as duas sugestões que fazemos a seguir:
* – “Maria de Nazaré” (SAL 547) (CO 1201)
* – “Pelas estradas da vida” (SAL 560) (CO 1199)
Ritos iniciais
Maria, depois de Cristo, é o principal modelo da vida cristã. Por isso, a Assunção de Nossa Senhora aos céus é celebrada como a realização plena de todo o homem e mulher que vivem o discipulado do Evangelho nos caminhos da caridade e transformam a vida em louvor ao Pai. Estes terão o mesmo destino de Maria: viverão envolvidos na santidade divina.
Antífona de entrada: Maria é o grande sinal, revestida de sol porque está envolvida na luz da glória divina. Ela é o motivo da alegria eclesial nesta celebração.
Antífona de entrada
Grande sinal apareceu no céu:
uma mulher que tem o sol por manto,
a lua sob os pés,
e uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Acolhida presidencial: Maria é a mulher invadida pela santidade divina e por isso Deus a elevou de corpo e alma aos céus.
Modelo para acolhida presidencial
A santidade do Senhor que tomou conta da vida de Maria e a elevou aos céus em corpo e alma, esteja sempre convosco.
T – Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Monição inicial: Uma vez que em Maria realiza-se a plenitude da santidade divina, ela é também o melhor exemplo da vida cristã e do discipulado.
Modelo de monição inicial
Celebramos, hoje, a solenidade da Assunção de Nossa Senhora aos céus. O Mistério que celebramos demonstra a plena realização da santidade divina em Maria e faz dela o melhor exemplo de como viver a vida cristã e como ser discípulos e discípulas do Evangelho, para que também nós um dia vivamos envolvidos na santidade de Deus.
Hoje, rezamos também pelas vocações religiosas. Vamos, pois, iniciar nossa celebração rezando pelas vocações religiosas, por aqueles que já são religiosos e por aqueles que se prepararam para a vida religiosa.
(momento de silêncio para apresentar as intenções, no início da celebração e rezar na intenção proposta).

Ato penitencial: ao contrário de Maria, esquecemos que Deus é fortaleza e a segurança do seu povo, que a verdade divina é fonte de nossa liberdade. Por isso, é preciso pedir perdão.
Anotações práticas
Considerando o aspecto festivo da celebração, sugerimos cantar o ato penitencial com uma canção que já é conhecida em nossas comunidades, por ser da Campanha da Fraternidade de 2004. Lembramos que, depois do rito penitencial, canta-se ou recita-se o Kyrie eleison.
A melodia em mp3 pode ser encontrada neste endereço:
http://www.coralsjbatista.com.br/coral/musicas/festivas/cf/cf_2004/cf_2004.htm
Modelo para o ato penitencial
P – Invoquemos cantando o perdão divino para que possamos celebrar dignamente esta santa eucaristia.
Perdão, Senhor, para o vosso povo!
Perdão, Senhor, para o vosso povo!
Perdão, Senhor, por termos preferido
Confiar em nossa fraqueza
Sem saber que sois a fortaleza!

Perdão, Senhor, por termos preferido
Recusar a vossa verdade,
Sem saber que ela é liberdade!

Perdão, Senhor, por termos tantas vezes
Caminhado sem esperança,
Sem saber que sois a segurança!
P – Deus que em vossa misericórdia elevais os humildes de coração, tende compaixão de vosso povo, perdoai as nossas faltas e, a exemplo de Maria, concedei-nos a graça de viver convosco na vida eterna.
T – Amém!
Rito de glorificação inicial: Maria, por viver envolvida em santidade, na casa do Pai, canta eternamente a glorificação divina. A assembléia une-se a ela para cantar louvores ao Senhor.
Modelo de motivação para o rito do glória
Unidos a Maria, que canta eternamente a glória de Deus, cantemos nosso louvor ao Pai:
Oração do dia: Deus seja louvado por ter elevado à glória do céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria.
Oremos
Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a Imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos a sua glória. PNSJC.
T – Amém!
Liturgia da Palavra
A Palavra desta celebração apresenta um convite para contemplar Maria como a mulher, plenamente humana, que viveu a alegria de sentir em si as maravilhas realizadas por Deus, como ela mesma canta no Magnificat.
Proposta para a homilia
Objetivo: chamar atenção para a importância de dar a Maria seu devido lugar no plano salvífico e na Igreja. Maria é a mulher santa, aquela que se fez serva de Deus para que a humanidade pudesse participar da glória eterna, que ela já participa, desde sua Assunção.
Dinâmica: mencionar os exageros da devoção mariana com muita cautela, uma vez que em assembléias plurais, como as nossas, é sempre passível alguma incompreensão. As comunidades que usam o datashow poderão mostrar cenas bíblicas de Maria, como a do Evangelho – visita de Maria a Isabel – e, concluir com uma imagem da Assunção.

Oração dos fiéis: interceder a graça de participar da alegria da eternidade, juntamente com Maria, ela que foi Assunta à casa do Pai.
P –  Com o coração repleto de alegria, elevemos nossas preces ao Pai, para que contemplando o Mistério da Assunção cresça em nossos corações a esperança de participar da mesma glória e alegria da qual participou Nossa Senhora.
A exemplo de Maria, ó Pai, lembramos daqueles nossos irmãos e irmãs que se fazem defensores da vida. Concedei-lhes a coragem e a confiança de Maria se o dragão da morte se tornar ameaçador.
T – Nossa Senhora da Assunção, intercedei conosco ao Pai.
Como Maria, exemplo de vida consagrada a vós, ó Pai, rezamos pelos religiosos, pelas religiosas e por todos os consagrados. Acolhei-os em vosso amor e fazei que seu testemunho de vida embeleza a alegria de viver.
T – Nossa Senhora da Assunção, intercedei conosco ao Pai.
Na Assunção de Maria, ó Pai, abristes as portas da esperança na vida eterna, pelos méritos da ressurreição de Jesus. Aumentai em nós a esperança de um dia participar da eternidade, junto de vós.
T – Nossa Senhora da Assunção, intercedei conosco ao Pai.
Aprendemos de Maria a visitar nossos irmãos em suas necessidades, ó Pai. Fazei crescer em nossos corações a disponibilidade, para que através do serviço, sejamos testemunhas vivas da caridade evangélica.
T – Nossa Senhora da Assunção, intercedei conosco ao Pai.
Contemplamos o “sim” vocacional de Maria, ó Pai, na participação de vossa obra salvífica. Abençoai vossa Igreja com santas e fecundas vocações, para que respondam com fidelidade ao vosso projeto salvador para o mundo.
T – Nossa Senhora da Assunção, intercedei conosco ao Pai.
P – Nossa alma e todo nosso ser vos dão graças, Senhor, porque realizais maravilhas em nossa Mãe Maria, elevando-a ao céu em corpo e alma. Nós vos adoramos e vos bendizemos, ó Pai, neste dia festivo da Igreja, e pedimos que aceiteis nossos humildes pedidos, concedendo-nos também a graça de um dia participar da vida eterna. PCNS.
T – Amém!
Liturgia Sacramental
A Assunção de Nossa Senhora aos céus é, sem dúvida alguma, um belíssimo presente que nós, Igreja que caminha nas estradas do mundo, oferecemos ao Pai. E o Pai acolheu essa oferta da humanidade. Na Missa deste Domingo, a Igreja renova a oferenda, colocando nela a vida de cada celebrante.
Procissão das ofertas: assim como Maria deixou sua casa para oferecer seus serviços a Isabel, assim o cristão, em cada Missa que participa, deixa sua casa para oferecer sua vida a Deus. Um oferecimento que ganha sentido à medida que aprende a ofertar, no dia a dia, seus serviços e seu tempo a quem está necessitado.
Anotações práticas
Se a Missa contar com a presença especial de consagrados e consagradas, estes poderão ser convidados a participar da procissão das oferendas. Pode-se convidar também aquelas associações ou movimentos que inspiram suas atividades na espiritualidade mariana, como Congregação Mariana, Legião de Maria…
Orate fratres: a 1ª leitura proclama a luta e a fadiga na defesa da vida e o Evangelho canta a alegria de participar do projeto divino. Ambas são suportes na apresentação das oferendas ao Pai.
Orate fratres
Orai, irmãos e irmãs, para que levando ao altar as alegrias e as fadigas de cada dia, nos disponhamos a oferecer um sacrifício aceito por Deus Pai todo-poderoso.
T – Receba o Senhor por tuas mãos…
Oração eucarística: a Assunção de Nossa Senhora motiva a assembléia a dar graças a Deus, nesta celebração.
Modelo de monição para a Oração Eucarística
Uma vez mais, somos convidados a dar graças a Deus pela alegria da Assunção de Nossa Senhora aos céus. Acompanhando em silêncio a Oração de ação de graças ao Pai, adoremos agradecidos a nosso Deus e Senhor, que na Assunção de Maria nos abre a esperança de um dia viver envolvidos em sua santidade.
Preparação para a comunhão
É momento de se aproximar do alimento que sustenta a caminhada rumo à eternidade, para participar plenamente da santidade divina. É momento de ajudar os celebrantes a ver neste caminho o próprio caminho de suas vidas na busca da eternidade.
Pai nosso: Maria era aquela que guardava e meditava silenciosamente a sabedoria do Evangelho em seu coração. Isso fez dela exemplo de discípula de Jesus.
Convite para o Pai nosso
Inspirados na sabedoria do Evangelho, que fez de Maria exemplo de discípula de Jesus, rezemos como o Senhor nos ensinou: Pai nosso…
Abraço da paz: Maria se deixou amar por Deus e, por isso, Deus pôde fazer nela maravilhas, tornando-a plena da sua paz.
Proposta de saudação da paz
No Senhor que faz maravilhas em quem se deixa amar por ele, saudemo-nos com um gesto de paz.
Convite para a comunhão: Maria assumiu o projeto divino, fazendo-nos compreender que esta é a primeira condição para viver esperando participar da santidade divina.
Proposta de convite para a comunhão
Felizes aqueles que, a exemplo de Maria, assumem o projeto divino em suas vidas, pois viverão envolvidos na santidade divina.
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Antífona de comunhão: a antífona de comunhão torna-se um eco do convite para a comunhão: Deus faz maravilhas em quem se deixa amar por ele e assume seu projeto salvífico.

Antífona de comunhão
Todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
porque o Poderoso fez em mim grandes coisas.
Ritos finais
Antes de voltar para a vida diária, os celebrantes são lembrados, uma última vez, sobre o papel e o lugar de Maria no projeto divino para com a humanidade.
Compromisso concreto: retomar o objetivo da homilia, e voltar a propor Maria como modelo e mestra da vida cristã e do discipulado. É um compromisso com a finalidade de conscientizar os celebrantes sobre o lugar e o papel de Maria na História da Salvação, como é orientação da Igreja e, como possibilidade de ver nela, a mulher – a pessoa humana – na qual cada um pode se inspirar para viver o projeto divino.
Anotações práticas
O padre é a pessoa mais indicada para passar o compromisso concreto. Poderá fazer isso em forma de lembrete e concluir sua proposta com uma invocação mariana, acenando para a dimensão intercessora de Maria.
Bênção e despedida: A bênção final poderá ser feita com a fórmula para as missas de Nossa Senhora (Cf. Missal Romano, p. 537, nº 15).
Bênção solene de Nossa Senhora
P – O Senhor esteja convosco
T – Ele está no meio de nós!

O Deus de bondade, que pelo Filho da Virgem Maria quis salvar a todos, vos enriqueça com sua bênção.
T – Amém!

Seja-vos dado sentir sempre e por toda parte a proteção da Virgem, por quem recebestes o autor da vida
T – Amém!

E vós, que vos reunistes hoje para celebrar a sua solenidade, possais colher a alegria espiritual e o prêmio eterno.
T – Amém!

P – Abençoe-vos Deus todo-poderoso Pai e Filho e Espírito Santo.
T – Amém!

Para a despedida, o padre (ou diácono) poderá dizer:

A exemplo de Maria sejam discípulos e seguidores de Jesus.
Ide em paz, o Senhor vos acompanhe.
LITURGIA DA PALAVRA (leituras)
As leituras demonstram como Maria é humana e, enquanto humana, participa plenamente do Mistério da Salvação divina. Maria é a mulher vestida de sol, é a rainha que entra no palácio real, é a cantora das maravilhas que Deus nela realizou e é aquela que toma parte da vitória definitiva da vida, na eternidade.
1a Leitura – Ap 11,19; 12,1-6.10
Leitura do Livro do Apocalipse de São João
Abriu-se o Templo de Deus que está no céu
e apareceu no Templo a arca da Aliança.
Então apareceu no céu um grande sinal:
uma mulher vestida de sol,
tendo a lua debaixo dos pés
e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas
Então apareceu outro sinal no céu:
um grande Dragão, cor de fogo.
Tinha sete cabeças e dez chifres
e, sobre as cabeças, sete coroas.
Com a cauda, varria a terça parte das estrelas
atirando-as sobre a terra.
O Dragão parou diante da Mulher
que estava para dar à luz,
pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse.
E ela deu à luz um filho homem,
que veio para governar todas as nações
com cetro de ferro.
Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono.
A mulher fugiu para o deserto,
onde Deus lhe tinha preparado um lugar.
Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando:
"Agora realizou-se a salvação,
a força e a realeza do nosso Deus,
e o poder do seu Cristo".

Palavra do Senhor.        Graças a Deus

Salmo Responsorial – Sl 44
À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de ofir
As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
e à vossa direita se encontra a rainha
com veste esplendente de ouro de Ofir.
À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de ofir

Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto.
"Esquecei vosso povo e a casa paterna!”
Que o Rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor.

À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de ofir

Entre cantos de festa e com grande alegria,
ingressam, então, no palácio real".

À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de ofir

2a Leitura  – 1Cor 15,20-27
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
 Irmãos:
 Cristo ressuscitou dos mortos
 como primícias dos que morreram.
 Com efeito, por um homem veio a morte
 e é também por um homem
 que vem a ressurreição dos mortos.
 Como em Adão todos morrem,
 assim também em Cristo todos reviverão.
 Porém, cada qual segundo uma ordem determinada.
 Em primeiro lugar, Cristo, como primícias;
 depois, os que pertencem a Cristo,
 por ocasião da sua vinda.
 A seguir, será o fim,
 quando ele entregar a realeza a Deus-Pai,
 depois de destruir todo principado
 e todo poder e força.
 Pois é preciso que ele reine
 até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés.
 O último inimigo a ser destruído é a morte.
 Com efeito
 "Deus pôs tudo debaixo de seus pés".
Palavra do Senhor.   Graças a Deus

Aclamação ao Evangelho
Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Maria é elevada ao céu,
Alegrem-se os coros dos anjos
Evangelho: Lc 12,35-40
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas
Naqueles dias,
Maria partiu para a região montanhosa,
dirigindo-se, apressadamente,
a uma cidade da Judéia.
Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
a criança pulou no seu ventre
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
Com um grande grito, exclamou:
Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!"
Como posso merecer
que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos
a criança pulou de alegria no meu ventre.
Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque será cumprido,
o que o Senhor lhe prometeu".
Então Maria disse:
"A minha alma engrandece o Senhor,
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
porque olhou para a humildade de sua serva.
Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
porque o Todo-poderoso
fez grandes coisas em meu favor.
O seu nome é santo,
e sua misericórdia se estende, de geração em geração,
a todos os que o respeitam.
Ele mostrou a força de seu braço:
dispersou os soberbos de coração.
Derrubou do trono os poderosos
e elevou os humildes.
Encheu de bens os famintos
e despediu os ricos de mãos vazias.
Socorreu Israel, seu servo,
lembrando-se de sua misericórdia,
conforme prometera aos nossos pais,
em favor de Abraão
e de sua descendência, para sempre".
Maria ficou três meses com Isabel.
depois voltou para casa.

Palavra da Salvação.     Glória a vós, Senhor.

REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)

1 – Quem é Maria?
A solenidade da Assunção, celebrada neste Domingo, é uma Liturgia que nos enche de alegria, por proclamar a subida triunfal aos céus, em corpo e alma, de Nossa Senhora. É um dogma da Igreja, definido no ano de 1950, pelo Papa Pio XII; foi o último dogma proclamado solenemente na Igreja, propondo a Assunção de Nossa Senhora como artigo de fé, professando que cremos que Deus levou Maria para junto de si em virtude, e pelo mérito, dela ter sido preparada para ser a Mãe de Jesus, o Filho de Deus. E assim de fato aconteceu. Este dogma, hoje, é também motivo para nos perguntar sobre a identidade de Maria. — “Quem é Maria?” “Quem é esta que avança, vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés?” como cantamos em um de nossos hinos litúrgicos, inspirado na 1ª leitura da celebração. As respostas, como é fácil prever, são muitas e variadas.

2 – Visão mágica de Maria
Infelizmente, uma consideração muito presente é a visão mágica que muitos católicos, e cristãos de outras Igrejas, têm da Mãe da Jesus. Tal visão foi desenvolvida durante séculos, com atribuições estranhas a figura de Maria, com poderes divinizados e não de uma pessoa humana, com é Maria. A história conta que muitas devoções, nascidas na Idade Média e intensificadas na Idade Moderna, fizeram de Maria um ser suspenso entre o céu e a terra. Nem bem humana e nem bem divina. Em alguns casos, chegou-se ao cúmulo de inserir Maria no seio da Trindade, como se vê, ainda hoje, em santinhos e imagens. Alguns títulos de Nossa Senhora são inspirados na doutrina, como por exemplo, aquele de “Nossa Senhora desatadora dos nós”; é pintura de um artista alemão, no ano de 1700, com a leitura doutrinal do pecado original, o nós que foi desatado por Cristo, desde a encarnação no seio de Maria. De uma simples pintura, com finalidade catequética, desvirtuou-se no que temos hoje: algo que se aproxima da mágica, pela qual Maria é capaz de resolver todos os problemas de nossas vidas. Ainda hoje, infelizmente, ouvimos pregações estranhas sobre o culto de Nossa Senhora, ouvimos letras de canções que atribuem a Maria atributos que pertencem a Deus e não a uma pessoa humana, como é Maria.

3 – Proposta do Vaticano II
Foi considerando essa realidade doutrinal, presente no povo, que a Igreja, a partir do Concílio Vaticano II (em 1963), começou a redirecionar o culto mariano para que voltasse a ter os mesmos fundamentos e as mesmas inspirações do início da História da Igreja, fundamentando-se em dois pilares: a Sagrada Escritura e a Teologia. A Igreja pede que conheçamos a identidade de Maria, não por histórias e lendas, mas a partir da Bíblia e da Teologia da Igreja. Ambos os princípios, da Escritura e da Teologia, por exemplo, são evidentes nesta celebração. É fácil perceber como Maria está inserida no projeto salvífico de Deus e, como Maria tem consciência disso, através do Magnificat: “o Senhor fez maravilhas e santo é o seu nome”. É Deus quem age em Maria e ela reconhece que isto é uma ação maravilhosa, digna de agradecimento e de louvor ao Pai. São Paulo, na 2ª leitura, ensina que a eternidade é mérito da ressurreição de Cristo; compreendemos que Maria vive eternamente em Deus, por causa da ressurreição de Jesus. A 1ª leitura e o salmo responsorial mostram como Maria foi acolhida e protegida por Deus, ela que, sendo fiel ao projeto divino, encanta Deus com sua beleza.

4 – Maria, aquela que vive em Deus
A Igreja ensina que Maria merece nosso culto e nossa devoção porque ela é modelo de vida cristã, fazendo-se serva obediente a Deus e, assim, permitindo que Deus fizesse maravilhas em sua vida e em sua existência. A Igreja ensina também que o culto a Nossa Senhora tem uma finalidade existencial, é um modelo de como viver o Evangelho; é um culto que não pára em Maria, mas conduz a Jesus, estimula a viver como discípulos e discípulas de Jesus. O Papa João Paulo II dizia que Maria é modelo e mestra. Modelo porque ensina a viver em íntima comunhão com Jesus, guardando todas as coisas de Jesus no seu coração. Mestra que ensina a guardar a Palavra de Jesus no coração através do silêncio, da meditação e da oração perseverante. Outro ensinamento da Igreja diz que Maria é nossa intercessora; ela vive junto de Deus e de seu Filho, na eternidade, e lá, próxima de Deus, intercede por nós e intercede conosco. Podemos sim rezar a Nossa Senhora. O que a Igreja ensina é não transformar Maria numa deusa, por exemplo, numa super-mulher com poderes mágicos. Mesmo no céu, Maria continua humana e, enquanto humana e mãe, pode nos ajudar em nossas necessidades.

5 – Orações pelos religiosos
Volto a lembrar, como fiz no início da celebração, que neste Domingo temos como intenção especial as orações pelas vocações religiosas e pelos consagrados. São homens e mulheres que consagraram suas vidas a Deus. Nós rezamos por eles, pedindo que suas vidas consagradas e inteiramente dedicadas a Deus sejam fonte de bênçãos para nossas comunidades. Rezamos especialmente por milhares de jovens que estão a caminho da consagração total a Deus. Também rezamos por eles, para que tenham a graça do discernimento e a coragem de dedicarem suas vidas na consagração a Deus, a exemplo de Maria, a mãe e a mestra de todos os consagrados e consagradas. Amém!

Você pode Gostar de:

29º Domingo do Tempo Comum (16.10)

29º Domingo do Tempo Comum Ano C cor verde – 16/10/2022 1. Saudação Presidente – …