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Deus abençoe nossas famílias!

A Igreja Católica no Brasil  está celebrando a 13ª edição da semana nacional da família (9 a 15/08). Esta semana tem como objetivo, mobilizar a Igreja e toda a sociedade para um momento de  reflexão, oração e luta em defesa dos valores da família. Indiscutívelmente, a família vive hoje, a maior crise de valores humanos, éticos e cristãos  de todos os tempos. O tema central da semana nacional neste ano  é: “Família, Igreja doméstica, caminho para o discipulado”. Este tema é inspirado no Documento de Aparecida (CELAM), o qual  afirma: “ No seio de uma família, a pessoa descobre os motivos e o caminho para pertencer à família de Deus. Dela recebemos a vida que é a primeira experiência do amor e da fé. O grande tesouro da educação dos filhos na fé, a conserva, a celebra, a transmite e dá testemunho dela.Os Pais devem tomar nova consciência de sua alegre e irrenunciável responsabilidade na formação integral dos filhos”(D.A,118). A família é, pois, escola de fé, de valores humanos e cívicos, espaço onde a vida humana nasce, cresce, desenvolve e morre. Santo Tomaz disse: “A família é como o “útero” social, que vai engendrando e desenvolvendo os filhos, até a sua maioridade, para entregá-los ao mundo satisfatoriamente desenvolvidos”.  É, precisamente por isso, que a família é o maior tesouro e patrimônio da pessoa e da humanidade. Ora, se a família é o maior tesouro da pessoa humana, ela merece uma atenção redobrada e  investimento diário, não só no aspecto econômico, mas, sobretudo no aspecto moral e espiritual. A renovação do compromisso matrimonial é compromisso diário.  Santo Agostinho diz que o amor não pode parar: “ Se não se renova o combustível, o fogo do amor se  apaga”. Um provérbio francês afirma: “Aquilo que não se renova morre”.  O amor conjugal tem que ser profundo e progressivo, como o amor a Deus. Os cônjuges  devem  cultivar, diariamente,  aquele amor entusiasmado que tinham quando eram namorados ou noivos. O matrimônio não Pode se abalar quando chegam as dores e os contra-tempos que a vida sempre traz consigo. Aí é que o amor aprende a tornar-se mais firme. As contrariedades e os sacrifícios  generosamente partilhados unem profundamente o casal. O amor conjugal e familiar deve ser inspirado no amor vivido por Jesus, amor-doação. Amar como Jesus, é  doação total ao outro. É gratuidade!  Ou seja, querer bem sem quer nada do outro. É o mesmo que dizer: Eu te amo, porque te faço feliz! Pois, ninguém tem direito de ser feliz sozinho! Além disso, o amor conjugal cristão é um amor eterno, conforme expressa a fórmula litúrgica e canônica: “ Prometo amar você até que a morte nos separe”, pois, o amor em si mesmo é eterno, “mais forte do que a morte”(Ct 6,8), diz a sagrada escritura. Por isso,  Jesus  elevou o matrimônio à dignidade de sacramento, confirmando o projeto original de Deus Pai, expresso no livro do Gênesis , o qual retrata a Teologia da criação da família, como Instituição divina. “Criou deus os seres humanos à sua imagem; à imagem de Deus os criou, homem e mulher os criou”(Gn 1,27). Pertence à natureza humana que o  homem e a mulher busquem um no outro sua reciprocidade e complementariedade. Quando a bíblia diz: “Depois, da costela que tirara do homem, Deus modelou uma mulher e a trouxe ao homem”(Gn2,22), ela quer expressar o sentido do companheirismo, da parceria, da cumplicidade e da igualdade do casal diante de Deus. Portanto, a doutrina da indissolubilidade  matrimonial , revelada pela bíblia e confirmada por Jesus, constitui a base e estabilidade da família. Portanto, a  separação(divórcio) é um grande prejuízo, emocional, afetivo, religioso e econômico para o casal, sobretudo para os filhos. Evoco aqui as palavras do sábio Aristóteles: “O amor aos filhos é a maior defesa da união conjugal”.  Lembremos sempre, queridos Pais, que Deus ama profundamente nossas famílias, apesar de tantas feridas e divisões. A presença invocada de Cristo através da oração em família nos ajuda a superar os problemas, a curar as feridas de tantas famílias e abre caminhos de esperança. Nesta semana da família, aproveite para  uma revisão da sua vida familiar. Você que é Pai ou mãe, converse com seus filhos. Reze com eles e para eles! Pois, sabemos que o melhor remédio contra as drogas e outros vícios é, ainda, a prevenção, que acontece através do diálogo familiar, permanente e fecundo. Os Pais devem  “falar com Deus sobre seus filhos e falar de Deus para seus filhos”. Que Deus abençoe  e salve nossas famílias!
Pe. Deusdédit  M. Almeida, Pároco da Paróquia C. I. de Maria , assessor da Pastoral familiar e Vigário Geral da Arquidiocese de Cuiabá

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