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Domingo dia 30 de agosto

30/09/2009     A Verdadeira Religião
A Liturgia nos convida a aprofundar o sentido da "LEI".Deus quer a realização e a vida plena para o homem e, nesse sentido, propõe a sua "Lei" e
o modo como ela deve ser observada.Na 1a Leitura, o Povo de Deus recebe a LEI. (Dt 4,1-2.6-8)
No final da vida, antes de entrar na Terra Prometida,MOISÉS deixa um "testamento Espiritual": A LEI proposta por Deus.
A LEI DE DEUS é sagrada, não pode ser alterada…
– A "Lei" de Deus representa uma Sabedoria desconhecida pelos outros povos,
um meio de viver a Aliança com Deus, e assim chegar à Terra Prometida…
– A Observância da Lei será uma Resposta de gratidão a esse Deus libertador, que muitas vezes no passado agiu para salvar o seu Povo.
– A "Lei" de Deus é um Caminho seguro para a felicidade e a vida plena.
Ela interpreta as necessidades fundamentais da natureza humana.
Quem a observa realiza-se como pessoa e como criatura de Deus;
Por isso, recomenda ao povo, que a acolha e se deixe guiar por ela.
* O judaísmo sempre deu grande destaque à Lei,
mas, muitas vezes, de sinal de Aliança e de Liberdade,
tornou-se um "jugo" insuportável.
Na 2a leitura: SÃO TIAGO lembra:
"Sede CUMPRIDORES da Palavra, e não apenas ouvintes" (Tg 1,17-18.21-22.27)
* A Palavra de Deus devemos acolher e por em prática…
A Verdadeira Religião não consiste apenas no cumprimento de ritos
e na fidelidade a certas práticas de piedade,
mas na dedicação em favor dos necessitados ("órfãos e viúvas"),
no compromisso por um mundo mais fraterno e cristão.
No Evangelho, temos a atitude de CRISTO diante da LEI. (Mc 7,1-8.14-15.21-23)

etomamos o Evangelho de Marcos…
– Os fariseus, que tramavam contra a vida de Cristo,
eram profundamente exigentes na observância externa das leis
e se escandalizaram porque os apóstolos não faziam antes de comer
os ritos de "purificação", prescritos por "preceitos humanos"…
– Cristo denuncia o espírito mesquinho deles:
Hipócritas… Abandonais o Mandamento de Deus,
pegando-vos à tradição dos homens"

* Na VERDADEIRA RELIGIÃO, não basta apenas
a observância externa da Lei e das "tradições humanas",
precisa também uma autêntica conversão do coração.
Deus olha o interior das pessoas e não as práticas exteriores e formais.
– O texto reflete também a situação vivida pela Comunidade de Marcos,
com relação às leis e tradições judaicas,
que deviam ser abandonadas diante da novidade do cristianismo.
A fidelidade à tradição não deve impedir a justa renovação.

+ A LEI: um CAMINHO, não um fim.

– A "Lei" tem o seu lugar numa experiência religiosa,
enquanto sinal indicador de um caminho a percorrer,
é um meio para chegar mais além no compromisso com Deus e com os irmãos.
– A verdadeira religião não se resume no cumprimento formal das "leis",
mas num processo de conversão que leve o homem à comunhão com Deus
e a viver numa real partilha de amor com os irmãos.
Nesse processo, as "leis" são apenas um caminho, não um fim absoluto…
* Ainda hoje pode haver uma maneira farisaica de agir,
resistindo a todos os anseios sérios de renovação.
Uma exagerada fidelidade à tradição pode abafar a fidelidade ao Espírito,
que é dinâmica, não passiva, missionária e não fechada em si mesma.
+ A Lei o que é para nós?
– Um TABU… um estraga prazeres, que toleramos com dificuldade…
– Ou um CAMINHO, no qual percorremos com alegria,
  porque sabemos para onde nos conduz com segurança?

– Nos contentamos apenas com a PRÁTICA EXTERNA,
  uma religião de tradição, talvez para salvar as aparências?
– Ou procuramos ter sempre um coração puro e
  disponível à voz de Deus e à voz de nossa consciência?
– Temos um coração aberto às renovações justas,
  sabendo distinguir a Lei de Deus e as Tradições, o Perene e o Transitório?
Cristo veio para nos libertar de uma religião exterior,
e nos levar a uma religião interior… "em espírito e verdade…"
E Nós? 
– Praticamos uma Religião como a dos fariseus,
  perfeita nas expressões externas, mas vazia por dentro?
– ou a verdadeira religião proposta por Jesus,
  onde os ritos têm o seu lugar, mas como expressão
  dum verdadeiro compromisso com o Reino de Deus?

Aos fariseus de hoje, Cristo continua denunciando:
"Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim!"

CATEQUISTAS, obrigado pela nobre missão que vocês assumiram:
fazer vibrar o coração dos catequizandos com a Palavra de Deus,
para que descubram em suas vidas o Cristo no Pão partilhado.

              Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa – 30.08,2009

Primeira Leitura
(Dt 4,1-2.6-8)

Livro do Deuteronômio:
1Moisés falou ao povo, dizendo: “Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida pelo Senhor Deus de vossos pais.
2Nada acrescenteis, nada tireis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que vos prescrevo.
6Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos, para que, ouvindo todas estas leis, digam: ‘Na verdade, é sábia e inteligente esta grande nação!’ 7Pois, qual é a grande nação cujos deuses lhe são tão próximos, como o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos? 8E que nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão justos, como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos?”
— Palavra do Senhor.     — Graças a Deus!

Segunda Leitura
(Tg 1,17-18.21b-22.27)

Carta de São Tiago apóstolo:
Irmãos bem-amados: 17Todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do alto; descem do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação.
18De livre vontade ele nos gerou, pela Palavra da verdade, a fim de sermos como que as primícias de suas criaturas.
21bRecebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada, e que é capaz de salvar as vossas almas. 22Todavia, sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
27Com efeito, a religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo.
— Palavra do Senhor.  — Graças a Deus!

Anúncio do Evangelho
(Mc 7,1-8.14-15.21-23)

—O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
—PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.
5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?”
6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.
14Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai, todos, e compreendei: 15o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 21Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”.
— Palavra da Salvação.  — Glória a vós, Senhor!

nº 844
Homilia do 22° Domingo do Tempo Comum (30.08.09)
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
“Religião pura”

Pureza do coração
Retornamos ao evangelho de Marcos, depois de refletir o capítulo 6º do evangelho de S. João. Continuamos o conhecimento da pessoa e da doutrina de Jesus. Ele é nossa paz, e deixa-nos em paz, orientando-nos na vivência dos conflitos que encontramos na Igreja. Parte dos problemas é a relação entre fé e tradição, ensinamento divino e ensinamentos humanos. Lemos no evangelho de Marcos (7,1-23) que os fariseus acusavam os discípulos de comerem com as mãos impuras, isto é, sem as ter lavado (v.2). A pureza, a que se refere, não é a limpeza ou higiene pessoal, mas a pureza ritual, quer dizer, exterior destinada ao culto. Os cristãos judeus estavam entre a tensão das tradições e a religião baseada na pureza do coração apresentada por Jesus. Ele não está contra a lei, mas contra a mentalidade dos anciãos na interpretação da lei que destruía a fé pura. Jesus critica os que anulam o mandamento de Deus pela tradição (Mt 15,6). O livro do Deuteronômio manda não colocar outro mandamento (Dt 4,2). Mas não se toma conhecimento pois a tradição pesa mais. É o mesmo que vemos também na Igreja. Muitas vezes damos mais valor aos ritos e às normas secundárias do que ao fundamental. É muito comum a gente ouvir que ‘sempre se fez assim’. A moral que Jesus apresenta é opção por Ele e não por ritos que estão fora da Palavra de Deus. Jesus não é contra o rito, mas o ritualismo. Setores da Igreja têm se ligado a ele. Depois de um tempo de liberdade coloca em risco o dinamismo que poderia nos ajudar a crescer. Tiago faz o convite à religião pura da solidariedade e não do ritualismo que acalma nossa consciência mas não põe em prática a Palavra.
Deus próximo

O povo tinha consciência de ser o povo escolhido e que tinha Deus presente como lemos no Deuteronômio: “Qual é a grande nação que tenha os seus deuses tão próximos, como o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos?” (Dt 4,7). Lei de Deus é o grande testemunho da sabedoria do povo. Ela é a expressão de sua vontade que é a justiça (v.8). Esta presença de Deus o faz missionário promotor da justiça entre outros povos. É uma escola para os povos. A sabedoria justifica sua existência como povo. A religião só vai manifestar a presença de Deus se o fizer pela prática de leis justas que respeitem o direito. A Igreja também, mesmo não tendo poder internacional, pela sua vida e missão, pode educar os povos à criação da consciência de justiça, da promoção da pessoa e da presença de Deus.

Praticantes da Palavra
Tiago ensina que o acolhimento da Palavra é princípio de Salvação, pois ela se identifica com Aquele que a comunica: “Recebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada e que é capaz de salvar as vossas almas. Sede praticantes da Palavra e não meros ouvintes (Tg 1,21-22). A prática da Palavra se traduz no cuidado que temos para com os necessitados: “Religião pura e sem mancha é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações” (Tg 1,27). A Palavra será sempre a orientadora da verdadeira religião, ensinando a não dar valor às tradições que anulam a Verdade e estimulando à prática da solidariedade. Ela forma o coração para que dele saiam não impurezas, mas as obras do amor. Sacrificar a prática do amor por tradições egoístas não condiz com o projeto de Jesus.
Leituras:Deut. 4,1-2.6-8;Salmo 14;Tg 1,17-18.21b-22.27; Marcos 7,1-8.14-15.21-23

Ficha nº 844 – Homilia do 22° Domingo do Tempo Comum (30.08.09)
1.Refletimos sobre o capítulo seis de S. João.Voltamos ao evangelho de Marcos. Refletimos hoje sobre a questão da pureza ritual e a pureza do coração. A crítica de Jesus não é quanto à higiene, mas o ritualismo. Os cristãos viviam esse problema nas comunidades. É a tensão entre os preceitos divinos e os preceitos humanos que obscurecem a lei dando valor ao secundário.
2.O povo tem consciência da presença de Deus que, através de sua lei ensina a sabedoria também aos outros povos. A sabedoria perante os povos justifica sua existência como povo. A religião só vai manifestar a presença de Deus, se o fizer pela prática de leis justas. A Igreja tem como missão educar os povos à criação da consciência da justiça, da promoção da pessoa e da presença de Deus.
3.Tiago ensina que o acolhimento da Palavra é princípio de Salvação e a religião pura existe só na pratica da solidariedade. Não basta a fé. São necessárias as obras da caridade. A Palavra orienta a superar o ritualismo e chegar à pureza do coração de onde nascem as boas obras contrárias às imundícies.

Higiene espiritual
No tempo de Jesus os judeus tinham muita preocupação com as questões da purificação ritual. Não se tratava da purificação do coração, mas das coisas. Assim poderiam praticar a religião direitinho.
Jesus critica este modo de ser, pois o importante é a pureza do coração. Dali é que saem as podridões. E insiste com as palavras do Profeta Isaías: Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. Em vão me prestam culto; pois o que ensinam são mandamentos humanos”(Is 29,13).
Moisés alerta o povo a que cumpra os mandamentos (Dt 4,1). S. Tiago acrescenta: “A religião pura e sem mancha diante de Deus Pai é está: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo” (Tg 1,27).
É uma boa chamada para nós, pois, muitas vezes damos valor ao exterior e não ao interior. O fundamental é o amor.

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