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Presidente da CNBB diz que o Sínodo é um exemplo a ser seguido

Presidente da CNBB diz que o Sínodo é um exemplo a ser seguido por toda diocese, paróquia e comunidade.

Na live de hoje, 25 de outubro, no Facebook, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, falou das expectativas para a aprovação e acolhida do documento final do Sínodo para a Amazônia que se encerra no próximo domingo, 27 de outubro, com celebração na basílica de São Pedro, no Vaticano.
“O Sínodo não acaba com a conclusão no próximo domingo. É a partir disso que, de fato, vai começar”, disse. Dom Walmor também falou dos desafios que se abrem para a Igreja a partir do Sínodo que ele definiu “como um tempo novo, um momento muito propício e fecundo para a missionariedade de nossa Igreja”.
Dom Walmor diz que este momento expressa, desde o Concílio Vaticano II, o caminho de uma Igreja Sinodal, isto é, “uma Igreja que escuta o seu Deus, escuta o seu Evangelho, os clamores dos pobres e escuta uns aos outros no diálogo”. Por isso, afirma o presidente da CNBB, o Sínodo é um exemplo do que deve ser seguido por toda Igreja particular, toda diocese, toda paróquia e comunidade como um lugar de escuta.
“Quando a gente escuta, a ação muda. Porque os clamores tocam, as palavras iluminam e do coração brota um novo modo de a gente viver e compreender”, disse. O arcebispo disse que quando perguntarem a ele como foi o Sínodo, ele dirá: “uma riqueza eclesial da mais alta importância. Um grande dom de Deus que todos aqueles que participamos somos chamados e desafiados a fazer com que toda essa riqueza se desdobre em serviço”. Acompanhe, abaixo, a íntegra do que disse o religioso na live de hoje.

Conclusões, expectativas e desdobramentos do Sínodo
“Com muita alegria, desejo a todos saúde e paz. E essa mesma alegria de compartilhar esperanças para fecundar o caminho nosso como Igreja missionária, presente em todo lugar por meio de cada um de nós, para que o Evangelho de Jesus chegue nos corações. Nós estamos naturalmente cheios de expectativas, esperançosos, depois de se ter reunido, de todos os grupos, importantes contribuições ao documento final. Vamos recebê-lo na tarde/noite de hoje. Teremos o tempo para ler. E amanhã, sábado, 26 de outubro, teremos a Congregação Geral para votação.
Cada um de nós procurou contribuir. O Santo Padre muito bem nos acolheu e nos conduziu neste caminho. Sobretudo, conduzidos pela ação do Espírito Santo, que fecunda nossos corações chamados a encontrar sempre novos caminhos para Amazônia e para a Igreja no mundo inteiro. E de modo muito especial nos deixando desafiar por esse horizonte da ecologia integral, porque precisamos urgentemente de uma nova postura na Casa Comum. Eu gostaria de dizer que o Sínodo para a Amazônia, como outros momentos vividos pela Igreja, comprova o que nós professamos como fé: “quem conduz a Igreja é o Espírito Santo de Deus”. Nós somos servidores e, portanto, abertos à sua ação.
As críticas foram muitas por faltar adequado entendimento, o que é lamentável. Mas muito se fez para ajudar muitas pessoas a compreender a importância da experiência eclesial do Sínodo para a Amazônia. Houve abertura. E sobretudo na experiência dos participantes: bispos, padres, diáconos, cristãos leigos, indígenas, peritos, auditores, todos com o olhar voltado para o bem, como devemos ser como Igreja, e abertos à ação do Espírito Santo.
Poderemos, tenho certeza, depois de altos e baixos e de buscas, oferecer ao Santo Padre aquilo que ele vai nos dar como grandes orientações para o novo que buscamos. Tudo isso só é possível porque somos a Igreja de Jesus Cristo. Por isso mesmo, é preciso convidar a todos para viver esta comunhão porque é ela que nos faz dar os passos na direção certa, mesmo quando muitas vezes parece que estamos andando na sombra, no escuro, ou até em meio a altos e baixos”.

O Sínodo e as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil
“Nós vamos encontrar na experiência deste Sínodo, de fato, um grande dom do Espírito Santo de Deus, fecundando a Igreja no mundo, particularmente na Amazônia, mas também de modo muito especial em nosso Brasil, quando nós estamos trabalhando no horizonte bonito das novas Diretrizes da Ação Evangelizadora para proclamar a Palavra, à luz da opção preferencial pelos pobres, formando comunidades missionárias e, de modo muito especial, ajudando nessa cultura urbana desafiadora que vivemos para criar uma nova mentalidade de trabalharmos e vivermos, de acordo com os valores do Evangelho, na Casa Comum”.

Novos caminhos para Igreja
“Portanto, estamos felizes. O caminho será longo. O Sínodo não acaba com a conclusão no próximo domingo com a celebração eucarística na basílica de São Pedro. É a partir disso que o Sínodo, de fato, vai começar, depois da longa etapa de preparação de dois anos e de quase um mês intenso de trabalho. Então, quando o Santo Padre nos indicar o caminho, vamos começar um caminho novo. E, eu tenho certeza, muito propício e fecundo para a missionariedade de nossa Igreja. É um novo tempo, um novo momento. Uma Igreja é sempre brindada pela força do seu Espírito Santo”.

Esperança pós-sínodo
“Estamos falando que somos chamados, pela nossa experiência de fé, a depositar em nosso Deus. É nele que confiamos porque somos d’Ele. D’Ele viemos, para Ele estamos voltando. É ele quem nos conduz. Por isso, a Igreja está no coração do mundo, ela não é um clube de amigos, não é uma organização não governamental, não é uma instância qualquer. A Igreja é a congregação dos filhos e filhas de Deus, como povo de Deus, abertos nesse caminho. Há, portanto, a estrela dessa esperança. Nós estamos voltados para o Reino definitivo a caminho do qual nós estamos. É essa nossa esperança. Uma esperança que ilumina e se desdobra, é claro, para que nossa fé seja autêntica num grande compromisso com a vida. A vida em todas as suas etapas, desde a concepção até o momento último, no declínio com a morte natural. E, por isso mesmo, nos debruçamos sobre os mais pobres, ouvindo os clamores daqueles que estão sofrendo, porque nós temos que cuidar da vida e promovê-la. É dessa esperança que falamos porque está selada por Cristo, Salvador do mundo, que morre na cruz e ressuscita para nos salvar. É essa esperança que nos ilumina e nos faz como cristãos. Embora não tenhamos aqui a nossa Pátria definitiva, estamos a trabalhar para que, enquanto nesta Pátria terrena caminhamos, possamos fazer dela um lugar bonito de amor e de fraternidade. A Igreja é um grande instrumento de salvação nesse caminho e sempre é sinal de esperança.

Experiência de participar do Sínodo
“Eu agradeço a Deus por essa rica e desafiadora oportunidade de ter participado da preparação para o Sínodo, inclusive participando de um encontro com todos os padres sinodais e peritos da Amazônia, porque nós no Brasil como Igreja e como sociedade, como eu tenho dito, precisamos “tomar um banho” de Amazônia para conhecer a sua riqueza, as suas tradições, seus povos, a beleza da Igreja e seus desafios missionários. Portanto, aqui foi uma oportunidade de fortalecer essa convivência, de escutar muito, porque a experiência sinodal é uma experiência de escuta e, quando a gente escuta, a ação muda. Porque os clamores tocam, as palavras iluminam e do coração brota um novo modo de a gente viver e compreender.
Por isso, ao me perguntarem como foi o Sínodo, terei a oportunidade de dizer: uma riqueza eclesial da mais alta importância. Um grande dom de Deus que todos aqueles que participamos somos chamados e desafiados a fazer com que toda essa riqueza se desdobre em serviço. Eu estou muito feliz por isso e tenho certeza que o Sínodo da Amazônia será uma grande riqueza fecundando o caminho missionário da Igreja no Brasil.
Por isso, torno-me porta voz e servidor desse caminho como Igreja, como primeiro servidor na presidência da CNBB, que tem uma grande importância e que é o lugar de fecundar essa beleza bonita da colegialidade e da fraternidade entre os bispos, de modo que, fortalecidos, e colocando em comum coisas muito bonitas, possamos dar a beleza do caminho próprio de cada Igreja particular. Essa é uma grande riqueza e isso enche o coração de alegria e de gratidão”.

O aprendizado de ser uma Igreja sinodal
“Ao falar de Sínodo é importante pensar que o Concílio Vaticano II abriu esse caminho para que a nossa Igreja seja sinodal, isto é, uma Igreja que escuta, escuta o seu Deus, escuta o seu Evangelho, os clamores dos pobres, escuta uns aos outros. O Papa Francisco tem dito que é muito importante, no tempo atual, na contemporaneidade, sermos uma Igreja sinodal, uma Igreja que escuta. Escutando é que nós podemos, de fato, deixar que o Espírito Santo fecunde o nosso caminho. Por isso, o Sínodo é um exemplo do que deve ser seguido por toda Igreja particular, toda diocese, toda paróquia e comunidade. Também sinodal. Um lugar de escuta: escuta de Deus, do Evangelho, dos clamores e dos sofrimentos dos pobres e escuta uns dos outros no diálogo.
E foi isso que aqui experimentamos, com alegria. Posições diferentes, contribuições enriquecidas. Mas tudo na perspectiva bonita do amor de Deus e do serviço como Igreja. É por isso que nossa Igreja caminha e se torna forte. E ela será cada vez mais forte na medida em que for mais sinodal, portanto será fortalecida na comunhão, fiel às suas tradições, fiel ao seu Evangelho e fiel a tudo aquilo que é o tecido intocável da beleza mistérica da nossa Igreja. O Sínodo nos fortaleceu e, por isso, temos que fazer esse caminho, que seja exemplar e um grande convite a todos participarem”.

Português como idioma no evento
“Eu fico muito feliz com o fato de o português, pela primeira vez, ser uma das línguas mais faladas num evento como o Sínodo, porque é muito importante que todos os órgãos centrais da Igreja reconheçam a importância do português. Exatamente porque somos uma das maiores nações católicas do mundo, com uma conferência episcopal de grandíssima importância, um povo com riquezas e tradições muito bonitas. E juntando com outros povos que são também lusófanos, somos um grande grupo.
Por isso, é preciso que o português seja reconhecido nas transmissões e nos momentos. Isso tem crescido muito e o Sínodo de fato se tornou uma oportunidade para consolidar essa perspectiva. Inclusive porque grande parte da região Pan-Amazônia pertence ao Brasil, com mais de 20 milhões de habitantes e, portanto, essa é uma oportunidade bonita de consolidar o português e, ao falar a língua, nos remetemos a sistemas, tradições e valores”.

Presença do Papa
“O Papa Francisco é um homem de Deus, é um homem bom. Sua presença é sempre sinodal: acolhe a todos e está no meio de todos como aquele que serve e escuta. Também contribui. Cria um sentido muito profundo de família. Uma força muito singular de paternidade e que traz todo mundo a participar e a dizer o que sente e pensa. Faz a diferença a presença acolhedora, amorosa, fraterna e paterna do Papa Francisco. Somos muito agradecidos a ele. Por isso, vamos viver uma experiência muito bonita de comunhão, de amor filial e de adesão ao Papa Francisco e, assim, nos fortalecer. Seja esse o caminho de toda nossa Igreja para que se torne mais forte nessa união bonita com aquele que é o sinal da unidade de toda a nossa Igreja. Estamos juntos nesse caminho com muito carinho e muita fidelidade”.

Visita da presidência da CNBB ao Santo Padre
“Como é habitual a presidência da CNBB fazer, a cada ano, uma visita à Cúria Romana, do dia 28 ao dia 31 de outubro, a nova presidência da CNBB (dom Jaime Spengler, dom Mário Antônio, dom Joel Amado e eu) visitará as diferentes Congregações e Dicastérios do Vaticano para ouvir, compartilhar e encontrar sempre novos caminhos. Esse caminho será coroado pelo nosso encontro com o Papa Francisco. Um momento de a gente reafirmar nossa adesão, nossa comunhão e também compartilhar nossas preocupações, desafios e tudo que nós estamos vivendo e fazendo para ouvir a sua palavra e suas orientações. E, ao mesmo tempo, fazer o nosso abraço, que é um abraço seu e meu, de todo povo brasileiro e de todos nós que somos discípulos e discípulas de Jesus, nos fortalecendo nesse caminho com muita alegria.
Desejamos que esse trabalho de comunicação a partir do Vaticano nos inspire. Porque estamos procurando também estrategicamente trabalhar a comunicação na CNBB que precisa acontecer em cada diocese, em cada paróquia e comunidade por meio de nossos veículos (rádios, tvs, redes sociais) para que possamos cumprir a nossa tarefa bonita que é o mandamento que o senhor Jesus nos deu: ide e fazei discípulos meus entre os povos. Portanto, pregando o Evangelho. É o que estamos fazendo com muita alegria e simplicidade. Não há alegria maior que ser discípulo e discípula de Jesus. Vamos juntos nesse trabalho para que, no lugar de notícias falsas e tudo aquilo que ofende a dignidade das pessoas e de juízos inadequados que muitas vezes são espalhados, possamos oferecer uma comunicação que educa, abre corações, informa na verdade, que forma e nos faz cada vez mais discípulos e discípulas de Cristo”.

Presidente da CNBB diz que o Sínodo é um exemplo a ser seguido por toda diocese, paróquia e comunidade

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