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Queridos Sacerdotes, Diáconos: Hoje – Quinta-feira Santa de 2021 – esta celebração da Eucaristia renova em cada um de nós os compromissos de “ensinar o que cremos e praticar o que ensinamos”!
HOJE cada um de nós, sacerdote no sacerdócio ministerial – renovará a sua profissão-de-amor, que é profissão-de-comunhão entre nós sacerdotes e profissão-de-comunhão com as Crianças, com a juventude, com os adultos: profissão-de-comunhão com as pessoas com saúde, ou, enfermas…, especialmente, neste tempo tão delicado e difícil de PANDEMIA GLOBAL!!
Hoje… constatamos uma outra “PANDEMIA GLOBAL”: a “mudança de época”, não… “época de mudanças”!! Hoje estamos “diante da tentação, muito presente na cultura atual de ser sacerdotes sem a comunhão diocesana e viver na busca de antigas ou novas espiritualidades individualistas”!! A autêntica fé sacerdotal nos liberta do isolamento do “eu-padre”, porque nos conduz à comunhão!!
Como todos os valores, a COMUNHÃO SACERDOTAL não é um fato instintivo e natural porque se estudou um pouco de filosofia, teologia… Natural é, antes, a busca de si, o egocentrismo, o individualismo, a que mais facilmente estamos inclinados, por causa da nossa fraqueza.
O espírito de comunhão, ao contrário, requer aprendizagem contínua – é a formação permanente: requer aprendizagem com regras precisas, tempos longos, etapas definidas; exigem uma estratégia educativa pessoal e comunitária, com seus ritmos e os seus espaços!
A experiência dos nossos dias mostra-nos à evidência a multiplicidade e a variedade dos problemas que perpassam as Comunidades, os indivíduos: uma crise que atinge a vivência comunitária numa Diocese! Nunca talvez se tenha falado tão insistentemente de COMUNHÃO como hoje, e nunca talvez como hoje assistamos à penetração sutil de multíplices formas de 2 individualismo e subjetivismo que danificam as Comunidades, as Paróquias, a Diocese… tornando difícil, quase brecada, a entrega pessoal a Deus e ao outro, diminuindo o entusiasmo e o carisma de viver: é a TRÁGICA PANDEMIA DA “MUDANÇA DE ÉPOCA”: é o padre vivendo para si… tão somente, um tanto desconectado da comunhão com Arquidiocese como tal!
Somente o Espírito do Senhor é capaz de nos converter para o amor-comunhão para sermos primeiramente nós… “casa e escola da comunhão!!” Esse é o único caminho apresentado pela primeira leitura de hoje – Isaías 61, 1ss. e Lc 4,16-21… aliás, é a mesma passagem:“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu, e enviou-me para anunciar a boa-nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor.” Esta é a evangelização de Jesus: não consiste, apenas, em palavras, doutrinação, conceitos, dogmas,documentos…, mas numa prática que leve as pessoas marginalizadas à posse da vida plena.
Afirma o Papa Francisco: “Quem celebra a Eucaristia não o faz porque quer parecer melhor que os outros, mas porque se reconhece sempre necessitado de ser acolhido pela misericórdia de Deus feita carne em Jesus Cristo. Devemos ir à Missa humildemente,como pecadores”.
Ainda o Papa Francisco: “Amai a Igreja! Deixai-vos guiar por ela! Nas paróquias, nas dioceses, sede um verdadeiro pulmão de fé e de vida cristã, uma aragem fresca! “Parafraseando o Papa Francisco… eu diria: “Amai a
ARQUIDIOCESE! Deixai-vos guiar por ela! Nas paróquias, e,na Arquidiocese de Cuiabá… como tal, sede um verdadeiro pulmão de fé e de vida sacerdotal-em-casa-e-escola-da-comunhão, uma aragem fresca! ”
No coração da Maria, – mãe do sacerdote – a mulher eucarística por excelência, coloquemos a nossa vida sacerdotal para caminharmos unidos nesse tempo tão difícil e desafiador de uma PANDEMIA MUNDIAL… AMÉM!!!
5ª.-FEIRA SANTA, MISSA DO CRISMA
+ Dom Milton Santos – Arcebispo Metropolitano de Cuiabá
