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Papa Luciani será beato em setembro de 2022

Papa Luciani será beato em setembro de 2022: a lição de humildade “de um montanaro tenaz”.
O colaborador na causa de beatificação de João Paulo I, pe. Davide Fiocco, nascido como Albino Luciani em Canale d’Agordo, na região de Belluno, lembra a peregrinação quando criança a Roma em 3 de setembro de 1978, para a missa de início do Pontificado. “O aplauso do povo não era para ele”. A humildade é um de seus grandes ensinamentos.
Alessandro Di Bussolo – Vatican News

“É uma bela coincidência que a data da beatificação do Papa Luciani tenha sido anunciada nas mesmas horas em que o Papa Francisco falava de humildade, tanto na audiência geral quanto depois na Cúria Romana.” Foi o que disse o pe. Davide Fiocco, colaborador da causa de beatificação de João Paulo I e diretor do Centro Papa Luciani de Santa Giustina, da Diocese de Belluno-Feltre que tem em Albino Luciani um de seus filhos mais ilustres. A notícia de que o “Papa sorriso”, Pontífice por apenas 33 dias entre agosto e setembro de 1978, será beatificado em 4 de setembro de 2022 por Francisco, em São Pedro, foi recebida com alegria pela região do Vêneto onde a pandemia começou novamente a causar medo, mas a satisfação entre os fiéis é grande.

Colaborador na redação da Positio para a beatificação
Pe. Davide, nasceu há 53 anos atrás, em Canale d’Agordo, a mesma cidade das Dolomitas de Belluno na qual nasceu Albino Luciani, em 17 de outubro de 1912. O sacerdote é também diretor do escritório de comunicação social da diocese. Em 2012, ele começou a ajudar a vice-postuladora Stefania Falasca, escritora e jornalista de “Avvenire”, na redação da Positio super virtutibus (mais de 3600 páginas) entregue à Congregação das Causas dos Santos, em outubro de 2016.
Em 3 de setembro de 44 anos atrás, pe. Davide Fiocco era um pequeno peregrino de Belluno, de 9 anos, que tinha ido a Roma com sua família para celebrar o Patriarca de Veneza que tinha se tornado Papa. Hoje, ele enfatiza o orgulho de todos os conterrâneos de João Paulo I, por “tê-lo dado ao mundo, um montanaro que tão bem nos representou: homens tenazes, discretos, mas apaixonados pelas coisas que fazem”. Em nossa entrevista, destacamos que a data de sua beatificação está muito próxima do aniversário de início de seu ministério petrino, no qual Luciani enfatizou que aceitou “o jugo que Cristo quis colocar sobre nossos frágeis ombros” com “trepidação atônita”, mas também “com imensa confiança na poderosa graça de Deus”.
O Papa Luciani será beatificado no dia 4 de setembro do próximo ano, 44 ??anos e um dia depois da missa de início de seu pontificado. O senhor acha que a data foi escolhida por isso?
Pe. Fiocco: Posso imaginar. É uma bela circunstância, uma coincidência que certamente dá prazer. Também posso dizer que tenho uma lembrança pessoal daquele dia, porque eu era um menino de 9 anos, mas estava presente na Praça São Pedro naquela noite de 3 de setembro de 1978. Lembro-me da impressão de uma criança catapultada entre 200 mil pessoas naquela praça, que foi realmente uma coisa incrível que ficou na minha imaginação. Muito mais forte é a recordação da audiência que concedeu aos cidadãos de Belluno pela manhã na Sala das Bênçãos. Éramos duas mil pessoas para ver aquele homem que mais ou menos conhecíamos, vestido de branco. Ele nos impressionou muito, principalmente as pessoas idosas que o conheceram como pe. Albino e o viram João Paulo I. Por isso, releio ainda hoje com curiosidade as palavras que ele disse, também revendo as pessoas presentes, cumprimentando-as uma por uma. Era o seu estilo, e conosco de Belluno ele tentou ser um aldeão e foi, e o sentimos como tal.
O cardeal Stella, postulador da causa e veneto de origem disse: O Papa Albino Luciani nunca escondeu as suas origens venetas, e vocês são muito orgulhosos disso…
Pe. Fiocco: O que você quer, somos do Vêneto, somos provincianos e montanaros. Temos orgulho de ter tido essa pessoa, de também tê-la dado ao mundo e que depois levou para um cenário internacional, o que é um pouco a nossa índole de homens tenazes, discretos, mas apaixonados pelas coisas que fazem. Então nos sentimos bem representados por ele.

Quais são as novidades sobre a data da beatificação? Estão sendo programadas em Belluno peregrinações e caminhos de oração?
Pe. Fiocco: No momento, isso não é possível. Como relatam as crônicas, o Vêneto está um pouco agitado, esta onda de pandemia está nos pressionando e por isso, por enquanto, ainda somos muito cautelosos. A reação do povo, da mídia e dos grupos de fiéis nos povoados foi certamente de satisfação e felicidade: estamos felizes por ter um nosso conterrâneo que sobe às honras dos altares.
O Papa Francisco que o beatificará no primeiro domingo de setembro, falou nos últimos dias da humildade como a grande lição de Natal. Outra analogia entre seu ministério e o do Papa João Paulo I?
Pe. Fiocco: É uma grande coincidência que o anúncio da data de beatificação tenha chegado praticamente ao mesmo tempo em que o Papa Francisco falava na audiência geral, e depois também à Cúria Romana, sobre humildade. A humildade é um dos grandes ensinamentos do Papa Luciani, ele também falou sobre ela na Cátedra de Pedro na audiência de 6 de setembro de 1978, falando sobre humildade, e foi a primeira. Quase como que para dizer: “Esta é a antífona de entrada do meu Pontificado”. Mas é um motivo que percorre todo o seu magistério, mesmo como bispo. A imagem que ele usava frequentemente era a do burrinho em Jerusalém, que, se ele carregava nosso Senhor, certamente não poderia considerar que os aplausos das pessoas fossem para ele. Portanto, este ensinamento de Luciani permanece na história, creio eu, como sua virtude específica.
A decisão de Francisco de convocar um sínodo sobre a Igreja sinodal também vai na direção dessa colegialidade episcopal tão querida ao Papa João Paulo I?
Pe. Fiocco: Certamente, as coisas estão conectadas. A única intervenção que o bispo Luciani fez no Concílio foi em apoio à doutrina da colegialidade episcopal. Doutrina que teve sua laboriosa recepção tanto nos documentos conciliares quanto no pós-Concílio. O Papa Luciani estava convencido disso e a apoiou. Ele participou de três sínodos como padre sinodal, fazendo depois intervenções, na imprensa, em defesa desta escolha que Paulo VI tinha feito, da qual ainda sentimos o carisma profético.

 

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