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O agradecimento da mídia do Vaticano pelo dom de Padre Federico Lombardi

Uma participação emocionada de muitos homens e mulheres que trabalham no Dicastério da Comunicação ou estão aposentados, que foi vista na manhã desta terça (6) na igreja de Santa Maria em Traspontina, na Via della Conciliazione, a um passo da sede da Rádio Vaticano, para celebrar os 80 anos de vida e 50 de sacerdócio do padre jesuíta, por muito tempo diretor da emissora de rádio, bem como do Centro de Televisão do Vaticano e da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Adriana Masotti – Cidade do Vaticano

A missão do sacerdote, a beleza de estar diante do Senhor como irmãos e irmãs, a proclamação do amor de Deus ao qual todos somos chamados e que vem do coração ferido de Jesus crucificado, nas palavras do Padre Federico Lombardi. Na sua homilia na missa desta terça-feira (6), uma meditação saudada por uma assembleia atenta feita de rostos que ele conheceu um a um em seus muitos anos de trabalho para a mídia do Vaticano.

Juntos para rezar e agradecer
“Tendo passado mais de um terço da minha vida e mais da metade da minha vida sacerdotal nestes ambientes, era correto ter uma oportunidade para nos reencontrar aqui para rezar também nestes dias de aniversários”, afirma ele. O Padre Lombardi agradece ao Dicastério que o organizou essa ocasião e lembra as muitas outras vezes em que a comunidade de trabalho se viu orando nesta mesma igreja em circunstâncias “felizes e tristes”. É Jesus “que nos reúne aqui”, diz ele, e é Dele que o Padre Lombardi quer falar, a partir das leituras do dia.

Diante do crucifixo ficamos sem palavras
A página do Evangelho descreve a cena no ápice da vida de Jesus: a cruz. É uma cena diante da qual “se fica sem palavras”. “Não conheço uma página mais impressionante das Escrituras”, diz ele, “não conheço uma imagem maior. Ao longo dos anos, tenho me sentido cada vez mais atraído por ela, e como que subjugado por ela. Diante dela, não temos muitas palavras a dizer. Devemos contemplá-la, com nossos olhos e sobretudo com o olhar do espírito”, permitindo “que o mistério do amor de Deus se revele, pouco a pouco, com força crescente, sobre nós e sobre o mundo, que parece dominado – na época e também hoje – pela morte e pelo ódio”.

Através da cruz, a proclamação do amor de Deus
O Salmo Responsorial relata “as palavras de um personagem misterioso que não oferece a Deus holocaustos ou sacrifícios, mas oferece-se a si mesmo sem reservas”, porque só há uma coisa que ele deseja, fazer a vontade do Senhor. E a Carta aos Hebreus, observa o Padre Lombardi, “nos explica que estas palavras – ‘venho para fazer tua vontade’ – não são apenas palavras do salmista, mas são plenamente realizadas quando Jesus ‘entra no mundo’, quando se encarna, começa sua jornada conosco”. Proclamar a misericórdia e o amor de Deus pela humanidade é a missão de Jesus, sua razão de ser. “Na cruz, o coração – no qual estava escrito no fundo a lei da misericórdia do Senhor – é aberto, de modo que o que ele sustentava é completamente dado, até a última gota”.

Obrigado por me permitir acompanhá-los
Do coração de Jesus brotou, naquele momento, a água e o sangue que “representam o batismo e a Eucaristia, os sacramentos pelos quais o amor e a graça de Jesus nos alcançam através da Igreja”, explica o Padre Lombardi. Eles são os sacramentos que nos são dados “nos vários momentos e circunstâncias” de nossa existência através dos padres.
“Batizar”, diz o Padre Lombardi, “perdoar, consolar com a unção, oferecer o pão cotidiano, abençoar na alegria e na tristeza, na vida e na morte, ou mesmo simplesmente acompanhar com afeto, com a palavra de Deus ou com o silêncio amoroso e o olhar de Jesus sobre nosso mundo e nossas vidas. Isso pode e deve fazer o sacerdote, e ele pode fazê-lo em nome de Jesus”.
E referindo-se à sua experiência pessoal, continua: “vocês me permitiram compartilhar experiências juntos, ao longo dos anos, e estou muito grato por isso. Eu as mantenho como as coisas mais preciosas”. Quanto aos sacerdotes, o Padre Lombardi fala de um “tesouro” confiado a vasos de barro que não se quebram “somente pela graça de Jesus e com a ajuda e atenção dos outros”. Dar graças a Deus “pelo coração aberto de Jesus e pelos sacramentos da Igreja” é, enfatiza, “o significado desta celebração”.

Devemos correr para mostrar a todos a face de Cristo
Os pensamentos do Padre Lombardi vão então para aqueles que estiveram envolvidos, ou estão envolvidos, nas comunicações do Vaticano com uma lembrança que diz respeito “ao nosso trabalho e ao lugar do nosso trabalho”. A referência é à loggia que está no pilar de São Longino dentro da Basílica Vaticana “com uma vista única do altar papal que está no centro da Basílica de São Pedro”. A partir dali, os comentários de rádio das várias celebrações papais foram transmitidos, “ocorrendo diante de nossos olhos”.
“Para mim”, diz ele, “a transmissão ao vivo mais amada era a Vigília Pascal”, celebrada “exatamente acima do túmulo de São Pedro”. “Logo abaixo de mim”, ele continua sua lembrança, “o grande Santo Longino de Bernini com sua lança na mão olhava maravilhado para o altar, onde o coração de Jesus, que ele havia aberto, continua a se abrir para toda a Igreja e para o mundo. Na minha frente, Verônica corria espantada para mostrar a todos o rosto de Jesus impresso em sua roupa e em seu coração”. Também nós, conclui o Padre Lombardi, devemos fazer isso, “também nós devemos correr para mostrar o rosto de Jesus escrito pela graça no coração, como a mensagem mais importante e mais bonita. Desta forma o nosso trabalho continuará alcançando o seu significado da fonte”.

Ruffini: somos todos um pouco filhos do Padre Lombardi
“Se estamos aqui hoje tão numerosos e felizes por estarmos aqui, é porque somos todos, de diferentes maneiras, filhos do Padre Federico Lombardi, filhos profissionais, espirituais que cresceram sobre seus ombros de jesuíta, de jornalista, de cristão apaixonado pelo Evangelho que soube ser e continua sendo um mestre e testemunha do serviço desinteressado à Igreja e à Santa Sé”.
O prefeito do Dicastério da Comunicação, Paolo Ruffini, saúda assim o Padre Lombardi em nome de todos, dando substância a um sentimento comum. Ele então lista algumas de suas características que fizeram dele um presente para os outros, como suas palavras, o seu “estar sempre presente”, “a capacidade de ouvir, de responder, de explicar, a sua gentileza, o seu humor”. E a sua paciência, “uma virtude do povo da montanha”.
Ruffini continua dizendo como dele todos nós aprendemos “a paixão pelo diálogo, o interesse por aqueles que pensam diferente, a curiosidade pelo mundo, a ambição de tentar mudar o que podemos e a humildade de entender que nem tudo é possível”, porque nem tudo depende de nós. O prefeito enfatiza ainda mais o desejo do Padre Lombardi, na esteira de Santo Inácio, de passar quase despercebido, apesar de não ser “um homem de meias-medidas”. “O Padre Federico é assim”, conclui Ruffini, “e isto é o que ele nos ensinou: que a trincheira onde nossa batalha é travada não está em outro lugar. É exatamente no lugar onde estamos”.

https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-09/acao-de-gracas-padre-lombardi-80-anos-50-sacerdocio.html.

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