Juventude e Fraternidade

Juventude e fraternidade
A CNBB  lançou na Quarta-feira de Cinzas, a 49ª Campanha da fraternidade, iniciada em 1964. Na arquidiocese de Cuiabá, o lançamento será no dia 12 (Terça-feira),  no 27º  VINDE E VEDE. O tema da  CF-2013 é “Fraternidade e Juventude” e o lema, “Eis-me aqui, envia-me”(IS 6,8). A CF tem como objetivo geral:“Acolher os Jovens no contexto de mudança de época, proporcionando caminhos para o seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz”. Este objetivo, juntamente com o objetivo da Jornada mundial da Juventude: “Ide e fazei discípulos entre  todas as nações”(Mt 28,19), serão trabalhados nas comunidades durante a quaresma.

A campanha quer ser um olhar carinhoso da Igreja sobre a realidade dos jovens, acolhendo-os com a riqueza de suas diversidades e potencialidades transformadoras, canalizando-as para uma ação transformadora na Igreja e na sociedade. A organização Internacional da Juventude define que esta fase compreende a faixa etária entre 15 e 24 anos. No Brasil, a lei que criou a Secretaria Nacional da Juventude e o PROJOVEM, determina o período entre 15 a 29 anos. O último Censo de 2010 (IBGE) mostra que, no Brasil, residem 45 milhões de Jovens entre 15 a 29 anos. É, portanto, uma parcela significativa que pode e deve contribuir com o nosso belo quadro social, cultural, político e religioso no País. Esta Campanha quer nos lembrar que a Juventude é o alicerce sobre o qual deve apoiar-se o grande edifício da vida. É a semente de onda brota tudo, conforme diz a canção de Milton Nascimento: “Há de se cuidar do broto para que a vida nos dê flores…”. Entretanto, “vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus”(Documento de Aparecida,44). Ora, a mudança de época provoca oscilação nos critérios tradicionais de compreender o mundo e maneira de bem viver que serviram de orientação para as pessoas por muitos séculos. Estes critérios já não são aceitos pelas novas gerações. Hoje surge uma diversidade de novas visões do mundo, do homem, da sociedade, da religião e de Deus, sobretudo entre os jovens. Vivemos numa sociedade da diversidade cultural e religiosa. É muito comum encontrar hoje, famílias cujos filhos seguem diferentes crenças, transformando a família num grande mosaico religioso. Pode-se dizer que cada sociedade constitui o jovem à sua própria imagem. Por exemplo, o grande desinteresse dos Jovens de hoje pela participação política, reflete o comportamento apático da sociedade atual em relação à política. Na atual conjuntura cultural costumamos ouvir falar dos medos da juventude de hoje: Medo de morrer, num momento em que a vida está desabrochando; Medo de sobrar, por não descobrir o sentido da vida; e medo de ficar desconectado diante da estonteante rapidez da cultura midiática (Internet, redes sociais, facebook). Em relação às políticas públicas, a dívida social do Estado com a juventude é gigantesca. A educação pública não atinge todos os jovens. No Brasil é assustador o número de jovens que permanecem fora da escola. Ora, os jovens sem escolaridade tem mais probabilidade de desenvolver comportamento antissocial. Há um axioma antigo que Diz: “Abrir escolas é fechar cadeias”..Em relação ao emprego, o mercado de trabalho não cresce o suficiente para gerar novos postos de trabalho para inclusão dos jovens. Em relação ao lazer, os Municípios, sobretudo as periferias das cidades, não possuem estruturas que garantam cultura e lazer aos Jovens, os quais são instrumentos preventivos contra as drogas. Em fim, a Campanha da fraternidade é uma atividade evangelizadora global e ampla, desenvolvida no tempo da quaresma, para ajudar os cristãos a se tornarem mais fervorosos de espírito e caridosos, e as pessoas de boa vontade a se tornarem mais solidárias e fraternas com seus semelhantes. Esta é a verdadeira penitência que Deus quer e espera de nós em preparação para a santa páscoa. A nossa conversão nesta quaresma deve se transformar em atitudes concretas de acolhimento fraterno, “afetivo e efetivo” dos jovens, que constituem o presente jovem da Igreja, da humanidade e sentinelas do amanhã!
Pe Deusdedit M.de Almeida é sacerdote pertencente a Arquidioces de Cuiabá e Pároco da Paróquia Coração Imaculado de Maria(Cuiabá)

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