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Sacrosantum Concilium

“SACROSANCTUM CONCILIUM” E REFORMA LITÚRGICA PÓS-CONCILIAR NO BRASIL.
Um olhar panorâmico, no contexto histórico geral da liturgia:

dificuldades, realizações, desafios

Frei José Ariovaldo da Silva, OFM

Petrópolis – RJ
No dia 4 de dezembro deste ano de 2003, a Constituição “Sacrosanctum Concilium” sobre a Sagrada Liturgia, do Concílio Vaticano II, completa 40 anos de existência. Quarenta anos!… É bastante tempo.

            Foi o primeiro documento do Concílio, o qual estabelece os princípios fundamentais para desencadear uma profunda reforma da Liturgia na Igreja, que se fazia urgente e necessária. Vejamos como tais princípios chegaram a ser adotados e aplicados no Brasil: dificuldades, realizações, desafios…

Antes, porém, penso ser necessário situar a reforma promovida pelo Vaticano II no contexto histórico geral da liturgia. Primeiro, vendo brevemente como era a Liturgia no primeiro milênio (algumas características principais) e, depois, anotando como a Liturgia foi tratada no segundo milênio da era cristã, até o advento do Concílio. Assim, talvez possamos entender melhor por que a Igreja acordou de repente para a reforma, resgatando o essencial que se havia ‘perdido’. E possamos também pelo menos intuir o porquê de certas dificuldades na implantação da reforma litúrgica no Brasil. Quem sabe, assim, possamos nos sentir ainda mais motivados, a levar adiante o grande sonho do Concílio em termos vivência e compreensão da sagrada Liturgia em nosso país[1].

Claro que não é minha intenção ser completo nesta exposição. Minha intenção é apenas apresentar algumas idéias, deixando o resto para esta assembléia eventualmente completar.

1. Algumas características da Liturgia no primeiro milênio

Vejamos como era a liturgia no primeiro milênio, pelo menos até o século IX, detectando aqui, resumidamente, apenas algumas características próprias da celebração da liturgia naquele período da era cristã. É o suficiente. Vale a pena conferir.
No primeiro milênio, a liturgia (toda ela) era vivida e compreendida como celebração memorial do mistério de Deus atuando na história. A liturgia era vivida e compreendida como celebração do mistério pascal. Era uma liturgia, portanto, que garantia a centralidade deste mistério. A Páscoa (paixão, morte e ressurreição), que nos fez passar da morte para a vida, era o motivo central de toda celebração da liturgia.
            A liturgia tinha um cunho eminentemente eclesial-comunitário. Refletia um modo de ser igreja toda ela ministerial. A assembléia era sentida e vivida como corpo de Cristo, povo sacerdotal. Por isso se zelava pela distribuição de diferentes serviços nas ações celebrativas, e toda a assembléia se sentia a celebrante da liturgia. Temos, portanto, uma liturgia cujo ator da celebração era a comunidade presidida por seus pastores. O povo todo reunido em assembléia se sentia sujeito da celebração de liturgia. E todos participavam ativamente.
            Participada por todos, a liturgia é que era “a devoção popular” e a principal fonte de espiritualidade cristã. Não existiam outras devoções. A centralidade do mistério pascal celebrado na liturgia é que era determinante. Inclusive os mártires eram celebrados à luz deste mistério.
O povo tinha um contato direto com a Palavra de Deus na liturgia. Ao se proclamarem as Escrituras, o povo sentia que era Deus mesmo que estava falando. Portanto, a escuta da Palavra era vivenciada como um momento privilegiado de diálogo de Deus com seu povo.
Procurando ser fiel à tradição cristã e apostólica, isto é, buscando garantir o eixo central da liturgia, que é o mistério de Cristo, as assembléias litúrgicas sabiam participar deste mistério usando a linguagem própria de sua cultura, com sua língua e costumes próprios. Tanto é que se formaram, tanto no Oriente como no Ocidente, verdadeiras “famílias litúrgicas”, com sua língua e costumes próprios. Dentre as diferentes “liturgias” que se formaram no primeiro milênio, temos também a liturgia romana.
A liturgia romana, da qual somos herdeiros, tinha a característica de ser simples, sóbria, despojada e prática, mas ao mesmo tempo elegante e nobre. As orações (geralmente dirigidas ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo) eram curtas, objetivas, concisas, e muito bem elaboradas. Sem muitos rodeios, mas com elegância literária e impressionante densidade teológica, ela se atém ao essencial, a saber, ao mistério celebrado. Importante é o mistério que se celebra. A celebração eucarística tinha como finalidade adorar a Deus Pai, mas por meio de Jesus Cristo, na representação do seu sacrifício único. O culto eucarístico era impressionantemente sóbrio. Com muita reserva se falava de adoração do santo alimento. Não existiam sinais de veneração (genuflexão, elevação, toque de campainha etc.) no ‘momento da consagração’, nem depois. Muito menos existia adoração ao Santíssimo Sacramento durante a missa, como se entende e se faz hoje em muitos lugares. Entendia-se que na missa romana a eucaristia nos é dada por Deus em primeiro lugar para ser comida e bebida, e não tanto para ser adorada.
Numa palavra, durante o primeiro milênio, o que se procurava era garantir o essencial quando se celebrava a divina liturgia, a saber: o mistério pascal como motivo central da celebração, o contato direto de todos com a Palavra de Deus proclamada na celebração, a participação ativa, consciente e plena de todos na celebração, o jeito de celebrar adaptado aos diferentes povos com sua cultura. O batismo era visto como um verdadeiro ‘mergulho’ da pessoa no oceano de água viva de Deus, para em comunidade se viver a vida de Deus. Aliás, a própria palavra “batismo” (que vem da língua grega) significa mergulho! Deus ‘mergulha’ no mar da nossa existência (cheia de anjos e demônios!), e nós ‘mergulhamos’ no abismo do amor de Deus. A missa era encarada mesmo como uma ceia, um banquete do qual todos faziam questão de participar, comendo e bebendo do corpo e sangue do Senhor entregue por nós e por nossa salvação. O matrimônio era visto como um sinal visível (um símbolo!) do casamento definitivo que existe entre Deus e nós, e vice-versa. Todos os sacramentos eram vistos como presença viva do Deus da vida. Pelos sacramentos somos ‘tocados’ pelo mistério pascal do Senhor e nós ‘apalpamos’ o mistério de Cristo que nos salva e dá coragem.
2. A Liturgia romana no segundo milênio: deslocamentos de eixo

No segundo milênio da era cristã (por influência remota dos povos franco-germânicos, a partir do século IX, e pelo posterior centralismo romano) aconteceu um impressionante deslocamento de eixo na compreensão e vivência da Liturgia.

A centralidade da Liturgia como celebração do mistério pascal cedeu lugar às devoções (devoção aos santos e ao Santíssimo Sacramento). As devoções passaram a ocupar o lugar central. Os próprios sacramentos, que antes eram compreendidos e vividos como celebração do mistério pascal, agora são vistos preferencialmente como “remédio” para curar os males, ou preveni-los, e manter uma boa relação de amizade com Deus, para escapar do perigo do inferno. Conseqüentemente, a Igreja, em vez de ser um espaço de vivência comunitária do mistério pascal tornado presente pela Liturgia, é vista antes como uma espécie de grande supermercado religioso, uma enorme farmácia espiritual, com seus agentes de saúde credenciados na qualidade dos ministros ordenados, para onde o povo acorre em suas necessidades individuais.

A dimensão eclesial comunitária da Liturgia cede lugar ao individualismo religioso, pois o povo não se sente mais assembléia, povo sacerdotal, corpo de Cristo, sujeito da celebração litúrgica. O padre aparece como o único celebrante da Liturgia, transformada num fato puramente clerical. O povo já não participa mais. Cada qual “na sua”, as pessoas apenas assistem (sem entenderem) às cerimônias feitas pelo padre lá no altar distante, que reza de costas, em latim, tudo em voz baixa. O individualismo religioso assumiu o lugar central.

Outro deslocamento de eixo: A Liturgia como fonte de espiritualidade cristã cede lugar às devoções. O centro de espiritualidade não é mais o mistério pascal celebrado na Liturgia, mas os santos e o Santíssimo Sacramento venerados pelas práticas devocionais (novenas, promessas, procissões, adorações etc.).

A centralidade da Palavra de Deus na Liturgia cede lugar às devoções a Jesus e aos santos. Tanto que a Palavra nem é mais proclamada na Liturgia. O padre apenas a lia em voz baixa para si lá no altar. E o povo?…

A participação plena na missa pela sagrada comunhão cede lugar à prática devocional de “ver e adorar” a hóstia consagrada. Bastava “ver” a hóstia e “adorá-la”, e o povo já se dava por muito satisfeito. O povo raramente comunga. E quando o faz, é mais por devoção.

Outro deslocamento de eixo: O uso da língua e costumes próprios das culturas dos povos, na celebração do mistério pascal, cede lugar (no Ocidente) ao centralismo de Roma que obriga a todos adotarem rigorosamente o modelo romano, nos seus moldes medievais e pós-tridentinos de celebrar a Liturgia.

E mais: A nobre simplicidade da Liturgia romana do primeiro milênio, em sua forma de celebrar o mistério, cede lugar à extravagante pompa barroca no período pós-tridentino, em que prevalece o luxo, o triunfalismo, o enaltecimento exagerado dos elementos exteriores do culto, relegando o essencial para segundo plano[2].

Numa palavra, aconteceu no segundo milênio um impressionante deslocamento de eixo na compreensão e vivência da Liturgia: do essencial para aspectos acidentais, do teologal para o devocional, do eclesial-comunitário para o individualismo religioso, do mistério celebrado para o cumprimento meramente exterior dos ritos, da adaptação às culturas para a uniformidade rígida e obrigatória para todos, da nobre simplicidade para cerimoniais complicadíssimos, incompreensíveis.

            Foi com esta vivência e compreensão de Liturgia, isto é, em moldes medievais e pós-tridentinos, que fomos evangelizados no Brasil. Esta foi a Liturgia que herdamos e que se enraizou no imaginário de nossa gente, que passou a compor (pelo “catolicismo popular”: Puebla 444) o mosaico da nossa tradição cultural[3].

           

3. A “Sacrosanctum Concilium”: resgate do essencial

            Ciente de tais deslocamentos de eixo na compreensão e vivência da Liturgia (que haviam se arrastado por séculos e séculos: praticamente todo o segundo milênio!), depois dos longos e penosos anos do movimento litúrgico, enfim a Igreja, mediante a Constituição “Sacrosanctum Concilium”, tomou uma importante decisão pastoral: regatar o essencial que se havia ‘perdido’ e recolocá-lo no seu eixo central.

            Resgata-se a centralidade do mistério pascal na celebração da Liturgia. Supera-se a visão meramente exterior e utilitarista da Liturgia em favor de uma visão eminentemente teológica da mesma. Resgata-se a vivência e compreensão da Liturgia como celebração do mistério pascal, como momento histórico da salvação. Resgata-se a Liturgia como a fonte mais excelente de espiritualidade cristã.

            Resgata-se a linguagem simbólico-sacramental de toda a Liturgia, pela qual o mistério de Deus comunica a seu povo a salvação pascal, e o povo, por sua vez, se comunica com o mistério acolhendo a salvação e se comprometendo com o projeto do Deus da vida. E se resgata a compreensão dos sacramentos como celebração do mistério pascal.

            Resgata-se a dimensão eclesial-comunitária da Liturgia, a importância da assembléia litúrgica (povo sacerdotal, corpo de Cristo), toda ministerial e sujeito da celebração. É todo o povo que, presidido por seus pastores, celebra a Liturgia!

            Resgata-se a prioridade da participação plena, consciente e ativa na Liturgia, como um direito e obrigação do povo cristão.

            Regata-se a tradição antiga de uma Liturgia que sabe se adaptar à índole dos diferentes povos.

            E para que o essencial, isto é, o mistério de Cristo, pudesse reaparecer na sua pureza absoluta, era preciso limpar toda a “poeira” medieval e pós-tridentina que foi se acumulando sobre as expressões celebrativas próprias do rito romano, que o transformaram num complicadíssimo cerimonial religioso. Era preciso purificar o rito romano de todas as excrescências acumuladas ao longo dos tempos e que comprometiam seriamente a vivência do mistério pascal. Resgatar a Liturgia romana na sua pureza original, este foi um dos grandes desafios, como na prática enfatiza o próprio Concílio: “O texto e as cerimônias devem ordenar-se de tal modo, que de fato exprimam mais claramente as coisas santas que eles significam e o povo cristão possa compreendê-las facilmente, na medida do possível, e também participar plena e ativamente da celebração comunitária” (SC 21). E ainda: “As cerimônias resplandeçam de nobre simplicidade, sejam transparentes por sua brevidade e evitem as repetições inúteis, sejam acomodadas à compreensão dos fiéis e, em geral, não careçam de muitas explicações” (SC 34).

4. Reforma litúrgica pós-conciliar no Brasil

           

Determinado resumidamente o contexto histórico geral da Liturgia, podemos ver agora como no Brasil os católicos responderam e corresponderam à proposta da “Sacrossanctum Concilium”, na tentativa de resgatar o essencial que se havia ‘perdido’ (= relegado a segundo plano). Naturalmente que este não é o espaço para entrarmos em todos os detalhes da implantação da reforma no Brasil. Trazemos aqui, sucintamente, apenas alguns dados que julgamos relevantes sobre dificuldades, realizações, desafios.

            4.1. Dificuldades

            Uma primeira grande dificuldade (desde a década de 60) veio de um grupo de cristãos reacionários liderados pelo então bispo da diocese de Campos (RJ), D. Antônio de Castro Mayer, os quais simplesmente não aceitaram as reformas do concílio Vaticano II, alegando que a Liturgia de Pio V (1570: logo depois do concílio de Trento) é “a verdadeira Liturgia romana“. Puro desconhecimento histórico! Pois, na verdade, a Liturgia de Pio V não é Liturgia romana pura. Ela vem cheia de elementos de origem franco-germânica herdados do século IX. Hoje há duas liturgias na diocese de Campos: uma da reforma do concílio Vaticano II, e a outra, tradicionalista, que celebra a Liturgia nos moldes medievais e pós-tridentinos (de fundo romano-franco-germânica, portanto).

            Se por um lado haviam os tradicionalistas reacionários, por outro houve também os afoitos e apressados que, sem conhecer a fundo o espírito da reforma do Vaticano II, cometeram graves abusos e desvios. Lembramos a afronta de padres à religiosidade e à nossa cultura religiosa popular, quebrando igrejas, derrubando artísticos altares, alijando os “santos” para fora do recinto sagrado, sob pretexto de reforma litúrgica. Sem contar, como escreve D. Clemente Isnard, certas iniciativas esdrúxulas promovidas “por algum padre  ignorante de Liturgia e desejoso de fazer coisas novas”. Mas não só isso: “outro escolho… foi e tem sido o descaso, a rotina, a acomodação…[4].

            Outro problema que dificultou a agilidade do processo de reforma foi sem dúvida o número reduzido de pessoal especializado para ajudar na formação litúrgica que se fazia urgente. Isso, sobretudo nas décadas de 60 e 70. A falta de formação litúrgica em todos os níveis tem sido uma das grandes dificuldades para levar adiante o processo de reforma. Mas há esperanças…

            A esta falta de formação se alia o próprio “imaginário litúrgico” do povo brasileiro profundamente estruturado em moldes medievais e pós-tridentinos, como acima aludimos. Afinal, foram cinco séculos de evangelização nestes moldes!… Neste sentido, entende-se porque o espírito da reforma litúrgica do Vaticano II tem tido enormes dificuldades em ‘penetrar’ no nosso “catolicismo popular”[5]. Ainda mais com o poder atual da mídia que, desconhecendo o espírito da “Sacrosanctum Concilium”, muitas vezes justifica e reforça o clericalismo e o individualismo religioso que herdamos.

            Uma última dificuldade se liga ao uso de folhetos nas celebrações. A iniciativa, louvável em parte (pelo reconhecido zelo pastoral em prol de uma particicipação mais ativa), e dependendo da forma como o folheto é usado, pode bloquear a criatividade e a inculturação da Liturgia. E o que é mais sério: pelo fato de ser um “descartável”, ele pode contribuir para “banalizar” a sagrada Liturgia, sobretudo quando simplesmente é substituído pelo livro (lecionário, evangeliário etc.) ao se proclamar a Palavra viva de Deus no ambão[6].

Sem falar do uso sem critério de cantos nas celebrações, muitas vezes favorecido por hinários mais adequados para encontros catequéticos, pastorais e ‘devocionais’ do que para celebrações litúrgicas…

4.2. Realizações

            À medida que os livros litúrgicos romanos foram sendo revistos e publicados em suas edições típicas, no Brasil se encaminhou logo um intenso, longo, e penoso trabalho de tradução dos textos litúrgicos para o português. Para tanto, foi constituída na CNBB uma Comissão Nacional de Liturgia (a partir de 1964: Secretariado Nacional de Liturgia), sob a presidência de D. Clemente José Carlos Isnard, OSB.

            O trabalho foi imenso, com muitas reuniões, discordâncias e suados acordos, idas e vindas a Roma e a Portugal: um “complicado processo”, cujos detalhes não vem ao caso aqui abordar[7]. Hoje os livros litúrgicos estão todos traduzidos.

            Dentre os livros litúrgicos mais significativos traduzidos hoje, por causa das adaptações já introduzidas, destacamos alguns. Em primeiro lugar, o Missal Romano, ressaltando, sobretudo a partir de 1993, a nova tradução sobre a 2ª edição típica: nesta foi acrescida “grande variedade de introduções ao ato penitencial, à oração sobre as oferendas, ao Pai-nosso e ao abraço da paz, bem como fórmulas para o envio no fim da missa”, além de “aclamações para todas as orações eucarísticas” (cf. Apresentação). E por falar em oração eucarística, uma delas foi feita especialmente para ser usada no Brasil: é a Oração Eucarística V, composta de forma ritmada, apropriada para ser proclamada e cantada no nosso jeito brasileiro. Outro livro importante é o da Liturgia das Horas, com os salmos e responsórios traduzidos em forma ritmada, cadenciada, para serem cantados também no nosso jeito brasileiro. E por falar em Liturgia das Horas, um livro (não oficial, mas oficioso) que faz sucesso é o Ofício Divino das Comunidades: uma tentativa bem sucedida de inculturação da Liturgia das Horas à índole da maioria dos brasileiros. Para a celebração do matrimônio foi elaborado um Ritual alternativo do matrimônio, adaptado para o Brasil a partir da 2ª edição típica com a nova Introdução Geral. O Ritual do batismo de crianças recebeu uma tradução adaptada à índole do povo brasileiro. O mesmo já sucedeu com Ritual de Iniciação Cristã de Adultos. Outros, como o Ritual de Exéquias e o Ritual de Bênçãos, estão em vias de tradução adaptada. Convém também lembrar o Hinário Litúrgico da CNBB em três volumes, que recolhe para os diferentes tempos do ano litúrgico o melhor da música litúrgica composta no Brasil nestes ricos anos pós-conciliares.

            D. Clemente Isnard testemunha que “o interesse pela renovação da Liturgia se estendeu na década de 60 como um rastilho de pólvora”[8]. Daí que, nesta mesma década foram realizados vários Encontros Nacionais de Liturgia, refletindo sobre diferentes temas: Pastoral da Assembléia Litúrgica, Iniciação cristã, Pastoral da Penitência, Matrimônio, Domingo, Arte Sacra. Também se realizaram na mesma década muitos Encontros de Música Sacra, ocasião em que se criaram e se divulgaram inúmeros cantos litúrgicos de boa qualidade, que vieram contribuir enormemente para a participação ativa do povo na Liturgia. Na linha da formação, há que se destacar na mesma década o funcionamento do Instituto Superior de Pastoral Litúrgica (ISPAL) no Rio de Janeiro. Pessoas que estudaram no ISPAL hoje estão na linha de frente da pastoral litúrgica no país.

            A partir de 1964, implantou-se no Brasil, sob o comando da CNBB, a Campanha da Fraternidade: uma forma tipicamente brasileira de viver a Quaresma dentro do ano litúrgico, enfocando cada ano um problema social que mais nos aflige. O mesmo se diga das “novenas de Natal”: uma forma bem brasileira de viver o tempo do Advento.

            Na década de 70, a CNBB desenvolveu um grande projeto de pastoral sacramental, publicando uma série de documentos de orientação sobre diferentes sacramentos: Sacramentos da iniciação cristã (1974), Penitência (1976), Matrimônio (1978), Unção dos enfermos (1979), Batismo das crianças (1980). Também foi publicado um documento intitulado “Pastoral da música litúrgica no Brasil” (1976). Em 1977, na tentativa de adaptar a Liturgia ao povo mais simples, foi aprovado e publicado pela CNBB um “Diretório para missas com grupos populares”. Infelizmente, este documento teve um fim inglório, pela proibição que sofreu da Sagrada Congregação para o Culto Divino, não obstante inúmeras tratativas.

            A década de 80 também foi muito rica. Destaca-se pelos Encontros Nacionais de Professores de Liturgia, promovidos pela Linha 4 (Liturgia) da CNBB. Num destes encontros, realizado em Salvador (BA) nos dias 07 a 11.07.1983, surgiu a idéia de realizar um amplo levantamento sobre a situação da Liturgia no Brasil. Um questionário foi distribuído pela CNBB para todas as dioceses, Ordens e Congregações Religiosas. Sobre as respostas, devidamente tabuladas e sintetizadas, uma equipe de liturgistas elaborou uma avaliação da situação da Liturgia no Brasil. Todo esse material foi publicado sob o título Liturgia: 20 anos de caminhada pós-conciliar (Estudos da CNBB 42). A partir desse levantamento germinou e veio à luz o importante Documento 43 da CNBB (Animação da vida litúrgica no Brasil: elementos de pastoral litúrgica) publicado em 1989.

            Os Encontros Nacionais dos Professores de Liturgia resultaram na fundação da Associação dos Liturgistas do Brasil (ASLI), por ocasião do 10° Encontro realizado em Vitória (ES) nos dias 13 a 17.02.1989. Um ano depois, no Encontro realizado em Curitiba (PR) nos dias 06 a 09.02.1990, seus estatutos foram aprovados em caráter definitivo, sendo depois registrados em Cartório. A ASLI se reúne uma vez por ano para estudo de um tema específico, bem como para intercâmbio de experiências, articulações de atividades científicas e pastorais dos liturgistas, etc.

            A partir de 1984 funciona na Faculdade de Teologia N. Sra. da Assunção (São Paulo) o curso de pós-graduação em Liturgia. Ao mesmo tempo constituiu-se na Faculdade o Centro de Liturgia, composto por uma equipe de liturgistas que, além de pensar e programar o curso de pós-graduação em Liturgia, também organiza e promove um Curso de Verão (dois janeiros) e Semanas de Liturgia para agentes de pastoral em geral. Trata-se de um Centro irradiador de animação da vida litúrgica para o Brasil e América Latina, possibilitando o progresso da ciência e da pastoral litúrgicas em nosso meio. O Centro desenvolveu, adotou, e vem promovendo uma metodologia própria para a produção da ciência litúrgica em nosso país (incluída a promoção da formação litúrgica!), pela qual se parte da constatação e análise de práticas celebrativas bem concretas (primeiro passo), reflete-se teologicamente sobre esta realidade à luz da Tradição (segundo passo) e se tira conclusões para o aperfeiçoamento destas práticas (terceiro passo)[9]. Nesta linha, no campo da formação litúrgica se desenvolveu também a eficiente metodologia do “laboratório litúrgico”[10], já bem difundida pelo Brasil afora, promissora de uma Liturgia verdadeiramente inculturada, pois possibilita uma mútua fecundação entre religiosidade popular e Liturgia.

            Cursos de Verão, mais ou menos na mesma linha metodológica, são desenvolvidos também no sul do Brasil e no Nordeste. Sem contar as inúmeras Semanas e Cursos de Liturgia realizados pelo país afora, em paróquias, dioceses, seminários, com o clero e o povo. Sobretudo o povo tem demonstrado uma enorme vontade em se aprofundar na Liturgia, ainda mais quando percebe nela a fonte por excelência de espiritualidade cristã engajada na luta em favor da vida. O grupo “Celebra”, com núcleos em várias regiões do país, vem igualmente prestando um ótimo serviço de formação litúrgica nos meios populares. 

            Na mesma esteira de trabalho em prol da formação litúrgica temos que lembrar igualmente as inúmeras publicações já feitas no Brasil (algumas de alto nível!) em livros e revistas. E por falar em revista, temos que mencionar a Revista de Liturgia, bimestral, das Pias Discípulas do Divino Mestre, de São Paulo. Desde 1973 ela vem prestando excelente serviço às comunidades eclesiais, através de artigos (formativos e informativos) e de subsídios para preparar as celebrações.            

            À luz dos grandes Encontros do episcopado latino-americano em Medellín (1969) e Puebla (1979), despertou-se a consciência de que o grande sujeito da Liturgia no Brasil e na América Latina é o povo pobre. Este deverá ser o grande protagonista de uma boa reforma da Liturgia. Nesta linha, não podemos deixar de enfatizar a contribuição das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) no Brasil: nelas verificamos de forma muito vital o processo de inculturação litúrgica no Brasil, deslanchado pelo Vaticano II[11]. Cerca de 70% delas celebra o dia do Senhor em torno da palavra de Deus. Tanto é que a CNBB veio em seu auxílio publicando em 1994 um documento intitulado Orientações para a celebração da palavra de Deus (Documento 52). Com os elementos próprios da cultura, em sadia sintonia com os valores do “catolicismo popular”, conjugando religiosidade popular e Liturgia, as CEBs sabem celebrar a páscoa de Cristo na páscoa do povo e a páscoa do povo na Páscoa de Cristo, e celebram a Eucaristia como ceia memorial do sacrifício de Cristo em favor dos pobres. O caráter popular e participativo em toda a ação litúrgica, o caráter pascal das celebrações, a centralidade da palavra de Deus, os novos ministérios, o caráter ecumênico das celebrações, a valorização do corpo e da natureza, a valorização da linguagem simbólica, a música, são algumas características da Liturgia em processo de inculturação no Brasil por força das CEBs.

            Os negros, com o apoio da Linha 4 CNBB, têm feito um excelente trabalho no sentido de poderem celebrar o mistério pascal de Cristo com os elementos de sua raça. Pesquisas, publicações, seminários, celebrações, tudo vem contribuindo para uma Liturgia com rosto negro no Brasil[12].

            A CNBB vem incentivando também um processo de inculturação da Liturgia nos meios indígenas. Neste sentido, para refletir sobre o assunto, ela já promoveu dois seminários, reunindo liturgistas, missionários e representantes indígenas. O primeiro foi nos dias 29 a 31.08.2000, e o segundo foi nos dias 31 a 08-02.09.2001. Entre os índios Xavante, no Mato Grosso, já existe um avançado ensaio de inculturação do rito de iniciação cristã e da celebração da Vigília Pascal[13].

            No campo da arte sacra já foram construídos ou restaurados neste período pós-conciliar belíssimos espaços realmente convidativos para celebrar em comunidade o mistério que nos faz Igreja (Povo de Deus-Corpo de Cristo) reunido para ouvir a Palavra, celebrar a Páscoa e, na força do Ressuscitado, trabalhar pelo Reino[14]. A própria CNBB retomou ultimamente, e com crescente sucesso, os Encontros Nacionais de Arte Sacra: um em Vila Velha (ES) nos dias 11 a 13.07.1996, outro em São Paulo nos dias 25 a 27.06.1999, e um terceiro em Belo Horizonte (MG) nos dias 02 a 05.08.2001[15].

            O pentecostalismo dentro da Igreja Católica tem contribuído para celebrações mais alegres, espontâneas e vivas nas comunidades, arrebanhando inclusive multidões para momentos celebrativos cheios de grande emoção. Contudo, apresenta também sérias dificuldades para o avanço da reforma litúrgica no espírito do concílio Vaticano II[16]. No intuito de esclarecer e ajudar, a CNBB publicou em 1994 um precioso documento intitulado Orientações pastorais sobre a Renovação Carismática Católica (Documento 53).

           
4.3. Perspectivas e desafios…
           

Pelas realizações acima apontadas, muito sucintamente, pode-se perceber que há boas perspectivas em relação ao processo de reforma litúrgica do Vaticano II no Brasil. Tem aumentado o número de pessoas preparadas e especializadas. Continua-se investindo, com crescente intensidade, na formação litúrgica em todos os níveis. Aumenta o interesse pela Liturgia, pois, aos poucos, descobre-se que em sua celebração se encontra a fonte genuína da espiritualidade e vivência cristãs.

            Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer e os desafios são muitos. O maior deles ainda continua sendo, com certeza, o da formação, não só do ponto de vista prático-celebrativo, mas também histórico-teológico-litúrgico em diálogo com as práticas. Basta lembrar que a maioria dos seminários, casas religiosas e faculdades de teologia ainda não colocou a Liturgia entre as disciplinas principais, conforme as exigências do Vaticano II (cf. SC 16). Ainda não se criou, no mundo acadêmico da teologia, uma consciência neste sentido.

            Resultado: por causa de uma formação litúrgica ainda deficiente, aliada a certo poder “deformador” da mídia, corremos o risco de continuarmos no espírito cultual da cristandade medieval e pós-tridentina, com alguma tintura moderna apenas, mas longe do Espírito do Senhor, longe do centro da nossa fé (do mistério pascal de Jesus Cristo que nos empenha a um compromisso comunitário na vivência da fé). Corremos o risco de continuarmos a dar mais importância à “presença real”, às devoções ao Santíssimo Sacramento, do que à Eucaristia como ceia memorial do sacrifício pascal de Cristo que nos libertou e continua nos libertando. Corremos o risco de continuarmos a ver a missa apenas como “remédio que cura”, como se a celebração eucarística não fosse já a presença da salvação; ou como “coisa de padre” que se encomenda para ‘homenagear’ pessoas (vivos ou defuntos) e destacar eventos sociais, e não como ação comunitária participada por todos; ou como show para ser piedosa e entusiasticamente assistido, e não como ceia pascal dos cristãos em clima tranquilo de ação de graças. Corremos o risco de ver os sacramentos apenas como “remédio” (uma espécie de “vacina” contra os males), e não como celebração da Páscoa que nos libertou da raiz de todos os males. Corremos o risco de continuarmos com uma Liturgia clerical, individualista, mágica e puramente devocional, sem compromisso comunitário, distante do projeto de Jesus Cristo. Sem formação litúrgica, corremos o risco de ver comprometida de certa maneira a reforma do concílio Vaticano II.

            O papa João Paulo II insiste na evangelização das culturas. Ora, nós temos uma cultura religiosa, de fundo medieval e pós-tridentino, como lembramos acima. Cabe agora, mediante uma sadia formação litúrgica, fazer com que a Liturgia se encarne profundamente no “catolicismo popular” como realidade cultural tipicamente nossa (cf. Puebla 444). Isso já está se ensaiando no Brasil… Cabe a nós dar continuidade a todo esse trabalho, sem deixar-nos também engolir pela onda de discutíveis apelos de certos fenômenos “religiosos” do nosso tempo, certamente estranhos e até maléficos a uma sadia reforma da Liturgia no Brasil. Cabe a nós dar continuidade a uma formação litúrgica que leve em conta nossa cultura (“catolicismo popular”), ou melhor, que dialogue com as culturas populares, num processo de mútua fecundação entre religiosidade popular e Liturgia no espírito do Concílio Vaticano II.

            Os livros litúrgicos já estão todos traduzidos. Agora, o grande passo é o da paulatina inculturação da Liturgia em nosso meio, sem trair a intuição básica do Vaticano II. Oxalá o processo de formação litúrgica prossiga – não seja impedido, nem pela acomodação – e o espírito de permanente diálogo entre a prática e a Tradição continue sem parar. Então, com certeza, a inculturação litúrgica no espírito da “Sacrosanctum Concilium” será uma feliz realidade entre nós.

            Resgatar e garantir entre nós o essencial da Liturgia, tão querido pela “Sacrosanctum Concilium” e pelas comunidades cristãs do primeiro milênio: eis o grande desafio. Mas sem ferir e muito menos destruir nossas centenárias tradições culturais. Melhor dizendo, resgatar e garantir o essencial, promovendo uma mútua fecundação entre Liturgia e Religiosidade Popular: eis o desafio. Para tanto, graças a Deus, já dispomos de uma promissora metodologia de trabalho, a meu ver, ainda não plenamente assimilada.  


[1] Uma pequena bibliografia geral: Cf. J. A. da Silva, La Celebración del misterio de Cristo a través de la historia. Panorama histórico general de la liturgia. In: CELAM, Manual de Liturgia. Volumen IV. La Celebración del Misterio Pascual y la liturgia en la vida de la Iglesia, Bogotá, Colombia, 2002, p. 647-658; I. Buyst & J. A. da Silva, O mistério celebrado: memória e compromisso I, Siquem, Valencia 2002, p. 27-74; X. Basurko & J. A. Goenaga, A vida litúrgico-sacramental da Igreja em sua evolução histórica. In: D. Borobio (Org.), A celebração na Igreja I: Liturgia e sacramentologia fundamental, Loyola, São Paulo 1985, p. 37-160; S. Marsili et alii, Panorama histórico geral da liturgia (= Anámnesis 2), Paulinas, São Paulo 1987; A. G. Martimort (Org.), A Igreja em oração. Introdução à Liturgia I: Princípios da Liturgia, Vozes, Petrópolis 1988, p. 41-90 (História da Liturgia: Ritos e Famílias Litúrgicas); A. Chupungco, Adaptação. In: D. Sartore & A. M. Triacca, Dicionário de Liturgia, Paulinas, São Paulo 1992, p. 1-12; B. Neunheuser, História da Liturgia. In: ibid., p. 522-544; J. Llopis, La liturgia a través de los siglos (= Emaús 6), Centre de Pastoral Litúrgica, Barcelona 1993.

[2]Exemplo típico, além da missa, temos nas celebrações de ordenação. Os católicos romanos enfatizam e dramatizam de tal maneira os ritos complementares (colocação das vestes sagradas, unção, entrega dos objetos representativos da missão do ordenando etc.), que o essencial do rito (a saber, a imposição das mãos, em silêncio, seguida da oração consecratória) cai praticamente em segundo plano.

[3] Cf. J. A. da Silva, A liturgia que o Brasil e a América Latina herdaram. In. I. Buyst & J. A. da Silva, O mistério celebrado…, op. cit., p. 54-55, com alguns pormenores a mais da liturgia que herdamos.

[4] C. Isnard, Reminiscências para servir a uma história da renovação litúrgica no Brasil. In: Revista de Liturgia (A vida em Cristo e na Igreja) n. 61 (1984), p. 11.
[5] Veja, por exemplo, a compreensão que a grande massa popular ainda tem de missa, ou dos outros sacramentos.

[6] O n. 37 da Introdução ao Lecionário proíbe o uso de folhetos nas celebrações litúrgicas, isso “em consideração à dignidade da Palavra de Deus”.
[7] Cf.. A. Beckhäuser, Os livros litúrgicos em vernáculo no Brasil. Memória de complicado processo. In: J. A. da Silva & M. Sivinski (Org.), Liturgia: um direito do povo, Vozes, Petrópolis 2002, p. 64-95; cf. também C. J. C. Isnard, Reminiscências… art.cit.,  p. 5-11.

[8] Ibid., p. 8.
[9] Cf. I. Buyst, Como estudar Liturgia: princípios de ciência litúrgica, São Paulo, Paulus, 1990; Id., Pesquisa em Liturgia: relato e análise de uma experiência, São Paulo, Paulus, 1994; id., Cristo ressuscitou: meditação litúrgica com um hino pascal, São Paulo, Paulus, 1995; Centro de Liturgia. Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção. São Paulo, Formação litúrgica. Como fazer? (= Cadernos de Liturgia 3), São Paulo, Paulus, 1994; id., Curso de Especialização em Liturgia. Uma experiência universitária significativa (= Cadernos de Liturgia 4), Paulus, São Paulo, 1995).
[10] Cf. D. Ormonde, Laboratório litúrgico. O que é, como se faz, por quê? In: Revista de Liturgia (A Vida em Cristo e na Igreja) n. 122 (1994), p. 34-35; L. E. P. Baronto, Laboratório litúrgico. Pela inteireza do ser na vivência ritual, São Paulo, Editora Salesiana, 2000.
[11] Cf. M. de Barros Souza, Eucaristia no estilo das CEBs. In: Celebrar o Deus da vida. Tradição litúrgica e inculturação, Loyola, São Paulo, 1992, p. 144-147; P. Carpanedo & M. Guimarães, Comunidades que celebram – um jeito novo de celebrar a fé a a vida. In: X Encontro Intereclesial (Ilhéus – Bahia – 11 a 15 de julho de 2000), CEBs: Povo de Deus, 2000 anos de caminhada, Paulo Afonso, Editora Fonte Viva, 1999, p. 131-149; J. A. da Silva & V. Fernandes, A Liturgia no X Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base. In: Revista de Liturgia n. 161 (2000), p. 4-7.
[12] Vale lembrar: O Pe. Gabriel Conzaga Bina, negro, publicou recentemente um livrinho muito significativo: O atabaque na igreja. A caminho da inculturação litúrgica em meios afro-brasileiros, Gráfica e Editora Brasil, Mogi das Cruzes 2002 (= tese de mestrado apresentada Pontifícia Faculdade de Teologia N. Sra. da Assunção, em São Paulo).

[13] Cf. G. Lachnitt, Símbolos da iniciação cristã entre os xavante. Inculturação dos ritos de iniciação cristã entre os xavante: dos símbolos do “rito da iniciação cristã dos acultos” a símbolos rituais em consonância com a cultura xavante (= Tese de Doutorado apresentada na Pontifícia Faculdade de Teologia N. Sra. da Assunção, em São Paulo, no dia 08.06.2001), São Paulo, 2001.
[14] Destacamos os trabalhos do artista sacro Cláudio Pastro e da arquiteta Regina de Albuquerque Machado (cf. C. Pastro, Arte Sacra, São Paulo, Paulinas, 2001; R. de Albuquerque Machado, O local da celebração. Arquitetura e Liturgia, São Paulo, Paulinas, 2001).
[15] Na década de 60 já tinha havido dois destes Encontros: um no Rio de Janeiro nos dias 01 a 05.11.1967, e outro em Brasília no dias 30.10 a 03.11.1968.
[16] Cf. A. Beckhäuser, Análise de certos fenômenos “religiosos” à luz da sagrada Liturgia. In: REB 59 (1999), p. 618-643.

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