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O futuro de Mianmar deve ser a paz, diz Papa às autoridades do país

Papa fez seu primeiro discurso em Mianmar durante encontro com autoridades, sociedade civil e corpo diplomático do país – Jéssica Marçal (Da Redação CN)

A paz foi o tema que perpassou o primeiro discurso do Papa Francisco em Mianmar, durante o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático do país. O Santo Padre destacou a necessidade de compromisso com justiça e o respeito pelos direitos humanos no processo de paz.
Francisco foi acolhido pela conselheira de Estado de Mianmar, Aung San Suu Kyi, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991. Ela fez um discurso manifestando a alegria e satisfação por receber o Papa. “Obrigada por ter vindo até aqui. O senhor trouxe até nós a força e a esperança em nosso entendimento, a nosso esforço pela paz, à reconciliação nacional e à harmonia social”, disse San Suu Kyi, lembrando que o Papa visita o país seis meses após o estabelecimento formal das relações diplomáticas entre Mianmar e a Santa Sé.
Francisco disse que é um contentamento sua visita se realizar depois desse acontecimento, um fato que ele vê como sinal do empenho da nação em prosseguir no diálogo e cooperação dentro da comunidade internacional.
Dos tesouros de Mianmar, o maior deles, segundo o Papa, é o povo, que sofreu e continua sofrendo em virtude de conflitos e hostilidades que criaram divisões. Agora, o país trabalha para restaurar a paz e o Santo Padre destacou que esse processo só pode avançar através do compromisso com a justiça e do respeito pelos direitos humanos.
“O futuro do Myanmar deve ser a paz, uma paz fundada no respeito pela dignidade e os direitos de cada membro da sociedade, no respeito por cada grupo étnico e sua identidade, no respeito pelo Estado de Direito e uma ordem democrática que permita a cada um dos indivíduos e a todos os grupos – sem excluir nenhum – oferecer a sua legítima contribuição para o bem comum”.

Comunidades religiosas
Não faltou no discurso do Papa uma menção ao papel que as comunidades religiosas de Mianmar têm nesse trabalho de reconciliação e integração nacional. Ele afirmou que as diferenças religiosas devem ser uma força em prol da unidade e da tolerância, não uma fonte de divisão. Nesse sentido, ele considerou um sinal de esperança o compromisso dos líderes das várias tradições religiosas do país em trabalhar juntos, com respeito mútuo, pela paz e auxílio aos pobres.
O Papa mencionou ainda no discurso os jovens como “um dom a estimar e encorajar”, mas esse é um investimento que só trará bom rendimento com oportunidades reais de emprego e educação de qualidade, ressaltou. Ele também mencionou nesse ponto a necessidade de compromisso com o meio ambiente, de modo que esse não esteja corrompido pela ganância e depredação humana.
“Nestes dias, quero encorajar os meus irmãos e irmãs católicos a perseverar na sua fé e a continuar a expressar a sua mensagem de reconciliação e fraternidade através de obras caritativas e humanitárias, de que toda a sociedade possa beneficiar. Espero que, na respeitosa cooperação com os seguidores de outras religiões e com todos os homens e mulheres de boa vontade, contribuam para abrir uma nova era de concórdia e progresso para os povos desta amada nação”, finalizou.

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