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Imaculada Conceição

Com o dogma da Imaculada Conceição, a Igreja Católica afirma que Maria, por singular privilégio de Deus e em vista dos méritos da morte de Cristo, foi preservada de contrair a mancha do pecado original e veio à existência já totalmente santa. Quatro anos depois da definição do dogma pelo Papa Pio IX, esta verdade foi confirmada pela própria Virgem em Lourdes, em uma das aparições a Bernadete, com as palavras: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Dogma da Imaculada mostra que Deus é mais forte que o pecado

08 de dezembro – Solenidade da Imaculada Conceição
Gênesis 3, 9-15.20; Efésios 1, 3-6.11-12; Lucas 1, 26-38

A festa da Imaculada recorda à humanidade que existe uma só coisa que contamina verdadeiramente o homem, e é o pecado. Uma mensagem urgente para ser proposta. O mundo perdeu o sentido do pecado. Brinca-se como se fosse o mais inocente do mundo. Alinha com a idéia de pecado seus produtos e seus espetáculos para torná-los mais atrativos. Refere-se ao pecado, inclusive aos mais graves, com diminutivos: pecadinho, viciozinho. A expressão "pecado original" se utiliza na linguagem publicitária para indicar algo bem diferente da Bíblia: um pecado que dá um toque de originalidade a quem o comete!

O mundo tem medo de tudo, menos do pecado. Teme a contaminação atmosférica, as penosas doenças do corpo, a guerra atômica, atualmente o terrorismo, mas não lhe dá medo a guerra a Deus, que é o Eterno, o Onipotente, o Amor, enquanto Jesus diz que não se tema aos que matam o corpo, mas só a quem, depois de ter matado, tem o poder de lançar à geena (cf. Lc 12, 4-5).

Esta situação "ambiental" exerce uma tremenda influência até nos crentes que, contudo, querem viver segundo o Evangelho. Produz neles um adormecimento da consciência, uma espécie de anestesia espiritual. Existe uma narcose por pecado. O povo cristão já não reconhece seu verdadeiro inimigo, o senhor que o mantém escravizado, só porque se trata de uma escravidão dourada. Muitos que falam de pecado têm dele uma idéia completamente inadequada. O pecado se despersonaliza e se projeta unicamente sobre as estruturas; acaba-se por identificar o pecado com a postura dos próprios adversários políticos ou ideológicos. Uma pesquisa sobre o que as pessoas pensam que é o pecado daria resultados que provavelmente nos aterrorizariam.

Ao invés de livrar-se do pecado, todo o empenho se concentra hoje em livrar-se do peso de consciência relativo ao pecado; em vez de lutar contra o pecado, luta-se contra a idéia do pecado, substituindo-a por aquela – bastante diferente – do "sentimento de culpa". Faz-se o que em qualquer outro campo se considera o pior de tudo, ou seja, negar o problema ao invés de resolvê-lo, voltar a jogar e sepultar o mal no inconsciente em vez de extrai-lo.

Como quem crê que elimina a morte suprimindo o pensamento sobre a morte, ou como quem se preocupa por baixar a febre sem curar a doença, da qual aquela é só um providencial sintoma. São João dizia que se afirmamos estar sem pecado, enganamos a nós mesmos e fazemos de Deus um mentiroso (cf. 1 João 1, 8-10); Deus, de fato, diz o contrário: que pecamos. A Escritura diz que Cristo "morreu por nossos pecados" (1 Cor 15, 3). Suprima o pecado e você torna vã a própria redenção de Cristo, destrói o significado de sua morte. Cristo teria lutado contra simples moinhos de ventos, teria derramado seu sangue por nada.

Mas o dogma da Imaculada nos diz também algo sumamente positivo: que Deus é mais forte que o pecado e que onde abunda o pecado superabunda a graça (cf. Rom 5, 20). Maria é o sinal e a garantia disso. A Igreja inteira, detrás d’Ela, está chamada a ser "resplandecente, sem que tenha mancha, nem rugas nem coisa parecida, mas que seja santa e imaculada" (Ef 5, 27).

Um texto do Concílio Vaticano II diz: "Enquanto a Igreja na Santíssima Virgem já chegou à perfeição, pela qual se apresenta sem mancha nem ruga, os fiéis, no entanto, ainda que se esforçam por crescer na santidade, vencendo o pecado; e por isso dirigem seu olhar a Maria, que brilha ante toda a comunidade dos eleitos, como modelo de virtudes" (Lumen gentium, n. 65).

 

 

Zenit

Comentário do Frei Raniero Cantalamessa, OFM Cap., Pregador da Casa Pontifícia.

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