47º Dia Mundial de Oração Pelas Vocações. Artigo escrito pelo Pe. Jair Cardoso Alves Neto (Mestrando em Direito Canônico – Rio de Janeiro).
A cada ano na riqueza da Liturgia Pascal, temos a graça de celebrarmos no Quarto Domingo o chamado “Domingo do Bom Pastor” que também é o dia em que toda a Igreja Universal se une em suas preces em pedir ao Senhor da messe que envie mais operários, ou seja, é o dia mundial de oração pelas vocações. Desde que fora intitulado este domingo em prol dos “louvores” pelas vocações, o Santo Padre envia sua mensagem afetuosa a toda a Igreja. Neste domingo do “Bom Pastor” e também do 47º Dia Mundial de Oração pelas Vocações o Papa Bento XVI fez uma reflexão muito preciosa da qual teve como tema: “O testemunho suscita vocações”.
Com o seu texto o nosso querido Papa quis mais uma vez reavivar a chama daqueles jovens que se sentem chamado por Deus e também quis suscitar para que todo o “orbe católico” continue a rezar pelas vocações, pois, não podemos ficar com os olhos voltados para aqueles sacerdotes que ao longo do seu sacerdócio cometeram inúmeras injustiças e que não foram fiéis a sua missão, mas, temos que olhar para aqueles sacerdotes que são exemplos de entrega e que com o seu testemunho e a sua maneira de conduzir o seu rebanho são um “Alter Christus”. Contudo, o Papa nos diz: “desejo convidar todos aqueles que Senhor chamou para trabalhar na sua vinha a renovarem a sua fidelidade de resposta, sobretudo neste Ano Sacerdotal que proclamei por ocasião dos 150 anos de falecimento de São João Maria Vianney, o Cura d’ Ars, modelo sempre atual de presbítero e pároco” (Mensagem de Bento XVI pelo 47º Dia de oração pelas Vocações).
Na vocação é bonito ver a livre e gratuita iniciativa de Deus e também a responsabilidade daquele que se sente chamado. Como vemos na própria etimologia da palavra vocare- em latim que significa-chamado. Se Deus chama logo teremos alguém que vai escutar este chamado e mesmo com anseios e aparentes incertezas é bom fazer parte de um cooperador do “Ministério de Cristo”. Ainda hoje na Igreja Deus serve-se do testemunho de vários sacerdotes fiéis a sua missão, para suscitar novas vocações sacerdotais e religiosas para o serviço do seu povo. Quem padre hoje, na sua infância não teve em quem se espelhasse e em dizer: “quero ser padre como padre fulano….. ou beltrano……” Isto porque aquele padre para ele era ou é um sinal de seguidor do Senhor e também um bom pastor.
Para ser um verdadeiro “pastor de almas”, o Papa Bento XVI nos apresenta três aspectos necessários e importantes para os sacerdotes e para aqueles que se sentem chamados a vocação sacerdotal e a vida consagrada: 1- A amizade a Cristo 2- O dom total de si mesmo 3- Viver em Comunhão. Quanto ao primeiro ponto que é a amizade com Cristo, o sacerdote deve se espelhar em Cristo como grande Homem-Orante que constantemente estava em intimidade com o Pai. O padre deve ser aquele que como São João reclina a cabeça no peito do mestre, isto é, aquele que deposita a sua vida no lugar maior de intimidade que é o Coração de Jesus. Dessa maneira, o sacerdote deve ser um homem de Deus que na sua intimidade com o Senhor e como bom pastor leve também suas ovelhas a terem esta mesma experiência de oração e encontro com o Senhor. A oração assim é o primeiro testemunho que suscita as vocações. Oração esta tanto do sacerdote quanto da comunidade. O segundo aspecto é o dom total de si mesmo, pois, a maior oferta a Deus é a própria vida, “Nisto conhecemos o amor: Jesus deu a vida por nós e nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos” (1Jo 3, 16). Com este convite somos chamados a fazer o que Cristo fez “servir” e ser obediente ao Pai. Um exemplo que vemos esta atitude do “servir” e que Nosso Senhor nos deixou como exemplo foi a “ùltima Ceia”, quando se deu na “Eucaristia” e também fez o belo gesto do lava-pés. Deixando assim para todos os seus seguidores que o bem maior é “servir a Deus e ao próximo” e o padre deve se esforçar para ser perito nisso. O terceiro e último aspecto é o de viver a comunhão profunda no amor e “é nisto que todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). O padre deve ser o homem da comunhão: “abertos a todos, capaz de fazer caminhar unido todo o rebanho que a bondade do Senhor lhe confiou, ajudando a superar divisões, sanar lacerações, aplanar contrastes e incompreensões, perdoar as ofensas” (Mensagem de Bento XVI pelo 47º Dia Oração pelas Vocações).
Portanto, devemos nós escutar o apelo do Papa em rezar pelas Vocações e para que tenhamos inúmeros e santos sacerdotes, pois, sabemos que quão importante é a vocação sacerdotal e religiosa. O sacerdote é um dom comum. Assim sendo, o sacerdote não vive para si, mas, para os outros. E vivendo desta maneira ele santifica os seus fiéis e se santifica por meio do serviço. Contudo, pedimos ao Senhor que envie bons pastores a sua “Divina Messe”. Por isso, rezemos pelas vocações em nossa Arquidiocese e bem como em todas as Paróquias e Comunidades.