AS LIÇÕES DE NAZARÉ

AS LIÇÕES DE NAZARÉ
JESUS nasceu em uma família. A família de Nazaré. A majestade divina entra no mundo através de uma família, a fim de dignificar a família humana. Na obra salvadora de Deus, a família ocupa um lugar de destaque. A família é a obra prima da criação e a pupila dos olhos de Deus. Eu diria: a Invenção mais bonita de Deus! Ora, a família de Nazaré é a escola onde se começa a compreender o sentido da família e da vida humana. Muitas lições podemos extrair da família de Nazaré. A primeira é a lição do silêncio. Precisamos cultivar a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito. Somos hoje, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos da vida moderna barulhenta. O silêncio de Nazaré ensina-nos o recolhimento, a interioridade e a disposição para escutar. S. Lucas diz que “Maria guardava as lembranças de todas essas coisas em seu coração”(LC 2,23).

Deus fala através do  silêncio humano. Assim como nos capacitamos para falar bem, através de cursos de oratória, devemos, também, nos capacitar para ouvir, através de cursos de “escutatória”. Saber ouvir é uma grande virtude! Tenho uma grande admiração por S. José, meu santo preferido, porque foi o homem do silêncio. O evangelho não registra nenhuma palavra dita por José. Construiu sua santidade na simplicidade e no silêncio de Nazaré. Quanto a Jesus, os evangelistas falam muito pouco sobre sua infância.  É um silêncio proposital. Jesus entra no mundo como uma pessoa comum. Vive na simplicidade e pobreza de uma família comum. Uma vida escondida! É por isso, que mistério da encarnação de Jesus é um convite para o nosso despojamento, a busca da humildade e simplicidade de vida. O ser humano gosta de privilégio, de “glamour” e  status social! Infelizmente a sociedade reverencia as pessoas pela função social que exerce ou representa. Fixemos nosso olhar sobre a família de Nazaré e aprendamos suas lições! Valorizemos as pessoas por aquilo que elas são e não por aquilo que elas representam.  Segunda lição de Nazaré é a vida familiar. A família de Nazaré nos ensina como deve ser uma família: Comunhão de amor, santuário da vida, escola da fé e do amor a Deus .  Porquanto, a família é a escola das virtudes humanas e sociais. É o núcleo onde o ser humano adquire equilíbrio afetivo, emocional  e serenidade pessoal. Por isso, aquele ou aquela que não gosta da sua família, carrega uma carga negativa para toda vida. Veja por exemplo, os jovens que estão mergulhados na criminalidade e nos vícios. Eles não são maus! São carentes e mal amados! Talvez, não tiveram um núcleo familiar digno! Já dizia no passado S. Freud: “Todo vício é uma forma de compensação”. A terceira lição de Nazaré  é o trabalho. Jesus era conhecido como o “filho do carpinteiro”. Este apelido de José nos lembra que   o trabalho é parte da identidade humana. Somos conhecidos pelo que fazemos. O trabalho dignifica o homem e aperfeiçoa a obra criadora de Deus. O amor ao trabalho ajuda moldar o caráter de uma pessoa. Por isso, precisamos imprimir na juventude a cultura do trabalho! O trabalho não é um fim em si mesmo, mas que sua liberdade e nobreza resultam, mais que de seu valor econômico, dos valores que constituem o seu fim.  O ser humano, imagem e semelhança de Deus, não é instrumento de produção e lucratividade! No sistema capitalista selvagem o ser humano é útil enquanto produz  e, quando não mais produz, é descartado pelo sistema econômico desumano e embrutecido!  A pessoa vale pelo que produz, e Isto contraria o plano Deus. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e o colocou no mundo para ser o senhor da criação e administrá-la com seu trabalho. Neste sentido o trabalho é instrumento de santificação do homem , transformação do mundo e glorificação a Deus.
Aproveito esta oportunidade para desejar um feliz, abençoado e próspero ano de 2013 para toda a família Mato-grossense.

Pe. Deusdédit
Pároco da Paróquia Coração Imaculado de Maria;
Assessor eclesiástico  da Pastoral famliar do regional Oeste 2
Vigário geral da Arquidiocese de Cuiabá

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