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Homilia Quinta Feira Santa 2013

HOMILIA – 28/março/2013
5ª.-FEIRA SANTA, MISSA DO CRISMA
Dom Milton Santos – Arcebispo de Cuiabá

Querido Povo de Deus; Institutos de Vida Consagrada – Femininos e Masculinos; Lideranças; Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão e da Palavra – Catequistas; Seminaristas; Diáconos; queridos Sacerdotes; Arcebispo Emérito Dom Bonifácio Piccinini: LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! Hoje – Quinta-feira Santa de 2013 – esta celebração da Eucaristia é o primeiro momento – como Arquidiocese – para acolhermos o novo PAPA FRANCISCO, eleito no dia 13 de março de 2013. AGRADECEMOS A DEUS o presente que Ele nos deu na pessoa do Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Jesuíta, Arcebispo de Buenos Aires: Papa FRANCISCO! A escolha do nome, Francisco, é significativa, porque de certo modo contém alguns dos traços mais característicos da sua pessoa – a simplicidade, a pobreza, a autenticidade – e, ao mesmo tempo, se torna programática porque realça elementos que devem hoje definir o semblante da Igreja e o seu relacionamento com o Mundo. Antes de dar a sua primeira bênção como Pontífice, ele nos pediu a nós que o abençoássemos. Em profundo silêncio, cada qual o fez do mais fundo do seu coração, deixando-se guiar pelo Espírito.

Convido os presentes aqui na Catedral-Basílica do Senhor Bom Jesus; convido os ouvintes da Rádio Difusora Bom Jesus de Cuiabá e internautas a participarmos desta Eucaristia da Unidade em adesão de comunhão com o Papa Francisco  e  invocar sobre Ele a abundância dos dons do Espírito, a fim de que tenha a Luz com que discernir quanto Deus espera da Sua Igreja hoje, e encontre a energia para o concretizar. Com espírito de fé, de grande estima e de devoção, acolhamos o Papa Francisco,  enquanto o confiamos ao cuidado e à guia materna de Maria – Mãe da Igreja, Lhe asseguremos o nosso afeto, a nossa obediência e a nossa mais sincera e decidida colaboração, neste tempo de nova evangelização.
Nos primeiros momentos após a eleição o Papa Francisco vislumbrou para nós – um pouco ao menos! – a direção do seu Papado – disse: “Após estes dias de graça, eu espero que tenhamos a coragem para caminhar na presença do Senhor, com a cruz do Senhor e reconstruir esta Igreja", afirmou o Papa Francisco.
Na celebração na Capela Sistina, que ocorreu menos de 24 horas depois de sua escolha, o novo Papa falou sobre aquilo que considera serem três pilares da vida de fé cristã: caminhar, edificar e confessar. Disse: "Não é fácil. Caminhando, edificando e confessando, às vezes há tremores… movimentos que nos empurram para trás". "Quando caminhamos sem a cruz, edificamos sem a cruz, confessamos ao Senhor sem a cruz, não estamos mais com Cristo. Tudo se torna mundano." "Nossa vida é uma jornada. Quando paramos, algo está errado. (Devemos) Seguir caminhando na presença do Senhor, da luz do Senhor". Estas foram os primeiros momentos do Papa Francisco…
Trazemos também o foco da Eucaristia de hoje para nós: Esta Eucaristia é uma VISIBILIDADE do PÓS-SÍNODO ARQUIDIOCESANO DE CUIABÁ na FASE DE ASSEMBLÉIAS na elaboração de DIRETRIZES que pormenorizem, delineiem o nosso VER; O NOSSO JULGAR, E, O NOSSO AGIR… OLHANDO PARA A FRENTE! Ontem, – 27 de março –  terminamos a série de MINI-VISITAS PASTORAIS nas 27 Paróquias e no Seminário Cristo-Rei apresentando as DIRETRIZES PASTORAIS 2012-2018: Formação de Catequistas e Sacramentos da Iniciação Cristã.
Hoje, mais um foco das nossas atenções e orações é o SACERDOTE MINISTERIAL, e, consequentemente, o foco está voltado também para estes homens e mulheres que  fazem as vezes do SACERDOTE e exercem o próprio sacerdócio comum nos Ministérios Extraordinários da Palavra de Deus – o “Ministério de Catequistas!”, e, os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.               
HOJE  cada um de nós,  sacerdote no sacerdócio ministerial – renovará a sua profissão-de-amor.  Tudo se inicia em nós a partir do chamado que Deus nos faz: é a Vocação! A primeira leitura de hoje nos traz a vocação de Isaías. Esta vocação é a motivação da Campanha da Fraternidade-2013. “Diz Isaías: ´Ouvi então a voz do Senhor que dizia: “Quem enviarei eu? E quem irá por nós? – “Eis-me aqui – disse eu – enviai-me!” Em nossos jovens está ecoando esta mesma resposta no Hino da Campanha da Fraternidade/2013: “Estou aqui, meu Senhor, sou jovem, sou tem povo! Eu tenho fome de justiça sou teu povo! Eu tenho fome de justiça e de amor (Cf Mt 5,6) Quero ajudar a construir um mundo novo. Estou aqui, meu Senhor, sou jovem, sou teu povo! Para formar a rede da fraternidade. E novo céu, uma nova terra, a tua vontade…: “Eis-me aqui, envia-me, Senhor!” (Is 6,8)
Na segunda leitura o Livro do Apocalipse coloca em nossos lábios a gratidão por este chamado sacerdotal que nos impulsiona a vivermos a radicalidade do nosso Batismo: “Aquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém!”
E, o Evangelho desta Missa do Crisma nos traz um Projeto de Vida cristão, e, por ser cristão é Projeto de Vida Sacerdotal.
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu, e enviou-me para anunciar a boa-nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor.”
Essa é a evangelização de Jesus: não consiste em palavras, doutrinação, conceitos, dogmas, documentos…, mas numa prática que leve as pessoas marginalizadas à posse da vida plena.
Certamente, cada um de nós diz do próprio jeito, com a própria intensidade: “O MEU SACERDÓCIO NÃO É MEU… É DE DEUS!
Somente sendo um SACERDOTE NO ESPÍRITO SANTO é que terá o DOM DA ESPIRITUALIDADE E DA COMUNHÃO que não o deixa pactuar com a superficialidade que mata a ação do ESPÍRITO. (Oração do Sínodo)
Hoje é o dia especial para cada um dizer: “O Espírito do Senhor está sobre mim…” Você – PADRE, SACERDOTE – é ungido para ser discípulo-missionário anunciando a Boa-Nova, a Boa-Notícia que consiste na libertação de quem se marginalizou, ou, foi marginalizado. Assim, as pessoas serão presos soltos; cegos enxergando; oprimidos libertados… Então, por causa do nosso sacerdócio que é de Deus… as pessoas recomeçam vida nova; por causa de um SACERDÓCIO NO ESPÍRITO SANTO a partilha dos bens voltará a regular as nossas relações e as relações sociais.
Jesus fez a PARTILHA DO PÃO: um gesto muito simples e cotidiano. Com Jesus, esse ato transforma-se em algo a mais, e , na Última Ceia, assume um novo significado. Naquele momento, Jesus não distribui somente o pão, mas a si mesmo. Ele se doa… 
Um SACERDÓCIO NO ESPÍRITO SANTO  levará a pessoa à recuperação plena de tudo aquilo do qual foi defraudada… Pela ação do ESPÍRITO SANTO o nosso sacerdócio é “eucaristizado”! A chave do nosso sacerdócio é o apaixonar-se por Cristo!
“A beleza e a plenitude da vida consagrada, sacerdotal, da vida cristã… depende da qualidade do nosso amor por Cristo. É só o que pode nos defender dos altos e baixos do coração.
Podemos dizer com Santa Terezinha do Menino Jesus: “Viver para amar, pois, minha Vocação é o amor!” Ou, como nos lembra o parágrafo 20 do Documento Conclusivo do Sínodo com as palavras do Papa Bento XVI na Encíclica Deus Caritas est, 14: “A união com Cristo é, ao mesmo tempo, união com todos os outros, aos quais ele se entrega. Eu não posso ter Crsito só para mim, posso pertencer-lhe somente unido a todos aqueles que se tornaram ou se tornarão seus. A comunhão tira-me para fora de mim mesmo projetando-me para ele e, desse modo, também para a união com todos os cristãos. Tornamo-nos ´um só corpo`, fundidos todos numa única existência.”
Hoje estamos – agora cito o Documento de Aparecida-“estamos diante da tentação, muito presente na cultura atual, de ser cristãos sem igreja e das novas buscas espirituais individualistas… a fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão.” (Doc. Ap. 156)
O nosso sacerdócio, a nossa vida de consagrados, a nossa vida cristã existem para conjugar três verbos: confirmar, renovar e revitalizar a unidade na comunhão! A COMUNHÃO necessita substancialmente do SILÊNCIO E DA PALAVRA para fazer da COMUNICAÇÃO um ato pleno de comunhão com Deus, com o próximo e com a sociedade.
Este é o jeito de sermos “casa e escola da comunhão” – reflexo-espelho da comunhão que Deus é em Família-Trinitária. – AMÉM!

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