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Homilia Quinta Feira Santa 2014

HOMILIA – 17/abril/2014         
5ª.-FEIRA SANTA, MISSA DO CRISMA         
Dom Milton Santos – Arcebispo Metropolitano de Cuiabá 

Querido Povo de Deus; Institutos de Vida Consagrada: Femininos e Masculinos; Lideranças; Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão e da Palavra – Catequistas; Seminaristas; Diáconos; queridos Sacerdotes; Arcebispo Emérito Dom Bonifácio Piccinini: Hoje – Quinta-feira Santa de 2014 – esta celebração da Eucaristia é o momento para acolhermos na alegria da fé SÃO JOSÉ DE ANCHIETA; beatificado em 1980 pelo Papa João Paulo II e declarado santo pelo Papa Francisco, aos 03 de abril/2014.
Esta Eucaristia é também um segundo momento – como Arquidiocese – além do 28º Vinde & Vede-2014 é um segundo momento para acolhermos a canonização do Papa João Paulo II anunciada para o próximo dia 27 de abril/2014, no segundo Domingo de Páscoa. 
Convido os presentes aqui na Catedral-Basílica do Senhor Bom Jesus; convido os ouvintes da Rádio Difusora Bom Jesus de Cuiabá e internautas a participarmos desta Eucaristia da Unidade em adesão de comunhão à SANTIDADE apontada pelo Beato Papa João Paulo II. Dizia João Paulo II: “A vocação do cristão é a santidade, em todo momento da vida. Na primavera da juventude, na plenitude do verão da idade madura, e depois também no outono e no inverno da velhice, e por último, na hora da morte. (João Paulo) – “Ser Santo é lutar contra o pecado de todos os dias!” (J. Paulo II)
Mas, de onde nascia o segredo da sua força, o segredo da sua fé e da sua santidade? De uma relação íntima com Deus, que se realizava na oração incessante, fazendo, muitas vezes, com que o beato João Paulo II deixasse intacta a cama e preferisse passar a noite no chão, imerso em oração. É o que nos confirma o postulador da causa de canonização, Mons. Slawomir Oder) 

Hoje, mais um foco das nossas atenções e orações é o SACERDOTE MINISTERIAL, e, consequentemente, o foco está voltado também para estes homens e mulheres que  fazem as vezes do SACERDOTE e exercem o próprio sacerdócio comum nos Ministérios Extraordinários da Palavra de Deus – o “Ministério de Catequistas!”, e, os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.               
HOJE  cada um de nós,  sacerdote no sacerdócio ministerial – renovará a sua profissão-de-amor.  Tudo se inicia em nós a partir do chamado que Deus nos faz: é a Vocação! A primeira leitura de hoje nos traz o jeito de acontecer a vocação de Isaías – sermos conduzidos pela ação do Espírito Santo hoje para fazermos acontecer “a nova Evangelização: nova no ardor, no Evangelização nos métodos; nova nas expressões… olhando para a frente! A passagem de Isaías que ouvimos se repetiu no Evangelho!
Na segunda leitura o Livro do Apocalipse coloca em nossos lábios a gratidão pelo chamado sacerdotal que nos impulsiona a vivermos a radicalidade do nosso Batismo: “Aquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém!” (Apc 1, 5b-6)
E, o Evangelho desta Missa do Crisma nos traz um Projeto de Vida cristão, e, por ser cristão é Projeto de Vida Sacerdotal: sermos Sacerdotes NO Espírito Santo!

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu, e enviou-me para anunciar a boa-nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor.”
Verbos…` para serem conjugados no dia-a-dia: “… ungir, anunciar, sarar, libertar, publicar!…
Essa é a evangelização de Jesus: não consiste, apenas, em palavras, doutrinação, conceitos, dogmas, documentos…, mas numa prática que leve as pessoas marginalizadas à posse da vida plena.
Certamente, cada um de nós diz do próprio jeito, com a própria intensidade: “O MEU SACERDÓCIO NÃO É MEU… É DE DEUS!
Somente sendo um SACERDOTE NO ESPÍRITO SANTO é que terá o DOM DA ESPIRITUALIDADE E DA COMUNHÃO que não o deixa pactuar com a superficialidade que mata a ação do ESPÍRITO. (Oração do Sínodo)
Hoje é o dia especial para cada um dizer: “O Espírito do Senhor está sobre mim…” Você – PADRE, SACERDOTE – é ungido para ser discípulo-missionário anunciando a Boa-Nova, a Boa-Notícia que consiste na libertação de quem se marginalizou, ou, foi marginalizado. Assim, as pessoas serão presos… soltos; cegos… enxergando; oprimidos… libertados… Então, por causa do nosso sacerdócio que é de Deus… as pessoas recomeçam vida nova; por causa de um SACERDÓCIO NO ESPÍRITO SANTO a partilha dos bens voltará a regular as nossas relações e… as relações sociais.
Jesus fez a PARTILHA DO PÃO: um gesto muito simples e cotidiano. Com Jesus, esse ato transforma-se em algo a mais, e , na Última Ceia, assume um novo significado. Naquele momento, Jesus não distribui somente o pão, mas a si mesmo. Ele se doa… 

Um SACERDÓCIO NO ESPÍRITO SANTO  levará a pessoa à recuperação plena de tudo aquilo do qual foi defraudada… Pela ação do ESPÍRITO SANTO o nosso sacerdócio é “eucaristizado”! A chave do nosso sacerdócio é o apaixonar-se por Cristo!
“A beleza e a plenitude da vida consagrada, sacerdotal, da vida cristã… depende da qualidade do nosso amor por Cristo. É só o que pode nos defender dos altos e baixos do coração.
Podemos dizer com Santa Terezinha do Menino Jesus: “Viver para amar, pois, minha Vocação é o amor!” Ou, como nos lembra o parágrafo 20 do Documento Conclusivo do Sínodo com as palavras do Papa Bento XVI na Encíclica Deus Caritas est, 14: “A união com Cristo é, ao mesmo tempo, união com todos os outros, aos quais ele se entrega. Eu não posso ter Cristo só para mim, posso pertencer-lhe somente unido a todos aqueles que se tornaram ou se tornarão seus. A comunhão tira-me para fora de mim mesmo projetando-me para ele e, desse modo, também para a união com todos os cristãos. Tornamo-nos ´um só corpo`, fundidos todos numa única existência.”
Hoje estamos – agora cito o Documento de Aparecida- “estamos diante da tentação, muito presente na cultura atual, de ser cristãos sem igreja e das novas buscas espirituais individualistas… a fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão.” (Doc. Ap. 156)
O nosso sacerdócio, a nossa vida de consagrados, a nossa vida cristã existem para conjugar três verbos: confirmar, renovar e revitalizar a unidade na comunhão! A COMUNHÃO necessita substancialmente do SILÊNCIO E DA PALAVRA para fazer da COMUNICAÇÃO um ato pleno de comunhão com Deus, com o próximo e com a sociedade.
Este é o jeito de sermos “casa e escola da comunhão” – reflexo-espelho da comunhão que Deus é em Família-Trinitária. – AMÉM!

+ Dom Milton Santos,sdb
Arcebispo Metropolitano de Cuiabá

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