Liturgia 2º Domingo da Quaresma

LITURGIA – 2º DOMINGO DA QUARESMA – 01.03.2015

“Este é o meu Filho amado – escutai-o!”
1. Acolhida.
Irmãos e irmãs, acompanhemos, com passo firme, a caminhada de Jesus rumo ao Calvário. Ele caminha por nós carregando nossos pecados! Não é bom continuar vivendo em ritmo de carnaval, quando Ele carrega a cruz para nos redimir e salvar! Ele nos ama de verdade!
Viver a Quaresma não basta recordar ou assistir algum célebre “Filme da Paixão de Jesus”! É necessário deixar-se envolver afetivamente e sentir no coração aquilo que ele suportou no corpo por nós!
Um filme, podemos assisti-lo enquanto tomamos uma "bebida"! Meditar exige respeito e silêncio!

2. Palavra de Deus.
Gn 22,1-18 – Abraão, homem de fé verdadeira, mas com profunda dor e silêncio diante da ordem divina, estava pronto para sacrificar o próprio filho. Mas, na “Hora H”, Deus segurou o seu braço impedindo-o de machucar filho querido, Isaac, e garantiu-lhe uma bênção especial e a realização de todas as promessas anteriormente feitas por Deus.
Rm 8, 31b-34 – Meditar a Paixão do Senhor é descobrir o amor misericordioso e apaixonante de Deus por nós: “Por nós, Ele não poupou o próprio Filho, Jesus”!
Mc 9,2-10 – Jesus caminha rumo a Jerusalém, onde será morto crucificado! “Ele é o filho querido do Pai, mas não será perdoado!” Ele será crucificado por nós! Haverá prova maior do amor divino por nós?

3. Reflexão.
A “História de Abraão”, disposto a sacrificar o próprio filho, Isaac, é, com certeza, uma profecia do amor divino e infinito do Pai que não duvidou entregar próprio Filho para nossa salvação! (Jo 3,16-17). Jesus foi amarrado na Cruz, assim como Isaac foi amarrado à lenha do sacrifício, mas não foi salvo no último instante! Morreu por nós, abandonado na Cruz!
Na “Transfiguração na montanha”, Deus revela a identidade de Jesus: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que Ele diz”. Com certeza, Jesus era mais amado do que o filho único de Abraão, mas Deus não o poupou! Ele aceitou o seu sacrifício redentor!  De fato, não dá para assistir um “Filme da Paixão”, sentado numa poltrona e bebendo uma cerveja gelada e comendo pipocas!
Por que Deus, na sua infinita sabedoria e amor, não escolheu outro caminho para salvar a humanidade? Por que escolheu o caminho do sofrimento e da morte? Com certeza, estamos diante de um mistério insondável. Muitos se revoltam diante do sofrimento de Jesus e do próprio sofrimento. A pergunta não sai de nossa cabeça: “Por que a dor, o sofrimento e a morte”? O próprio Jesus pediu ao Pai que, se fosse sua vontade, afastasse dele o cálice do sofrimento e da morte, mas, acrescentou: “Não se faça a minha vontade”! As perguntas, embora legítimas, não resolvem mistérios! O abandono nas mãos de Deus enche a alma de consolação e de paz.
Diz o Salmo do responsório: “Guardei aminha fé, mesmo dizendo: É demais o sofrimento em minha vida!”.
“Este é o meu Filho amado – escutai o que Ele diz!”

Frei Carlos Zagonel
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