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XXIª Assembléia de Pastoral Regional

Tema: Família Cristã: Igreja Doméstica na Amazônia.

Enfoque: Vª Conferência de Aparecida.

Destaque: Sacramento do Matrimônio.

 

Aos 24 dias do mês de agosto de 2007, no CENE – Centro Nova Evangelização sito à Rua Tereza Lobo, 399 – Cuiabá-MT, inciou-se a XXIª Assembléia com a recepção e acolhida dos participantes. Após o jantar, às 19h, houve a celebração da Santa Missa presidida por Dom Dimas Lara Barbosa, Secretário Geral da CNBB.

Às 20h15, D. Sebastião declarou Aberta a Assembléia. Pe. Jair Fante Fez a Acolhida de todos, explicando os eixos a serem trabalhados nesta Assembléia: Família Cristã e Vª Conferência de Aparecida. Coordenou a Apresentação das Dioceses e seus representantes. Presentes Dom Milton Santos, Arcebispo da Arquidiocese de Cuiabá e Administrador Apostólico da Diocese de Juína; Dom Leonardo da Diocese de São Félix do Araguaia; Dom Protógenes da Diocese de Barra do Garças; Dom José da Diocese de Cáceres; Dom Gentil da Diocese de Sinop; Dom Vital da Prelazia de Paranatinga; Dom Sebastião da Diocese de Guiratinga; Dom Joventino da Diocese de Rondonópolis, Dom Canízio da Diocese de Diamantino. Também presentes os representantes das várias pastorais, organismos e movimentos regionais, coordenadores diocesanos de pastorais bem como Seminaristas e representantes das casas religiosas do RO2. Pe. Jair Fante, Secretário Executivo do RO2, apresentou a pauta da Assembléia e a dinâmica dos trabalhos. Frei Faustino Paludo, que dirigiu a primeira parte desta Assembléia, expôs sobre a realidade da família no RO2. Apresentou uma síntese do trabalho preparatório da Assembléia. A primeira questão era sobre iniciativas/atividades desenvolvidas em torno do tema Família nas dioceses. Dentre tantas riquezas já em andamento, destacaram: manifestações em favor da vida como as marchas contra o aborto, com destaque às celebrações jubilares do Matrimônio e a semana da Família. Destaque também para o trabalho junto às escolas, realizado diretamente pelo Pe. Jair com formação para mais de dois mil professores sobre a relação família, juventude e educação. A segunda questão foi sobre os maiores desafios que a Família enfrenta nas Dioceses hoje. Destaque para a desestrutura familiar com a emergência dos novos modelos de família e a sociedade hedonista que propõe o ideal do prazer sexual e a desintegração familiar, o divórcio, a ausência dos pais, a crescente proliferação das drogas e da prostituição. Por fim, a terceira questão era sobre os resultados/conclusões já detectados em torno do tema. Retorno das famílias à Igreja; adesão das famílias às atividades; valorização do ser pessoa, da família; um despertar para os valores da Igreja; maior busca dos sacramentos; mudança dos relacionamentos familiar e interfamiliar. Assim concluímos o primeiro dia da assembléia.

 

No dia 25, após o despertar, oração matinal e café da manhã, iniciaram-se os trabalhos com o grupo de animação. Dom Bonifácio Piccinini, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Cuiabá, marcou presença nos animando à reflexão. Dom Dimas, Secretário Geral da CNBB, assumiu a assessoria sobre a Vª Conferencia de Aparecida. Iniciou esclarecendo sobre fatos que antecederam a Conferência e sua preparação, organização e a forma de representação de cada país na mesma. Dissertou sobre as influências presentes na conferência bem como da dinâmica adotada na sua realização contemplando todos os segmentos presentes. Tratou sobre alguns temas da Conferencia; a promoção da dignidade da pessoa no Eixo do Ver com o Título a “Vida de nossos povos” e as questões existenciais, onde o valor da vida vem sendo tratado como algo de menor importância no contexto sócio-econômico. Deu ênfase ao tema família, bem como a importância do Sacramento do matrimônio como um fator que dignifica a união familiar. Falou sobre o destino universal dos bens imprescindíveis ao ser humano, assim como dos demais bens disponíveis e necessários. Destacou os critérios da santidade, onde há muito mito a respeito. A santidade é o seguimento de Jesus e nossa semelhança com o mestre em nossas ações, destacou. Enalteceu a importância das Dioceses, Paróquias e especialmente das comunidades na comunhão da palavra e das ações da Igreja, especialmente em relação às CEB’s. Alertou também para outras possibilidades de Evangelização como os Círculos bíblicos os quais são segmentos dentro das próprias CEB’s, assim como os demais Movimentos e Pastorais. Dom Dimas levantou o questionamento sobre a integração entre as orientações nacionais, regionais, diocesanas e paroquiais. Foi destacado ainda as novas religiosidades que devem estar integradas na Igreja Local, assim como a Pastoral urbana. A mobilidade humana nos últimos tempos tem dificultado a perseverança do povo em nossa Igreja. D. Joventino questionou que a identificação da Igreja é a comunidade e não os grupos e movimentos, os quais são uma expressão da comunidade e não a sua síntese. D. Canízio observou a contradição entre a verdade do documento expresso pela Conferência e a definição dada pelos meios de comunicação.

 

Ainda na parte da manhã, Dom Dimas retomou o Eixo do Julgar inserindo o tema Renovar a Comunidade. O título trata sobre a vida de Jesus Cristo nos discípulos missionários, sendo que o encontro com Cristo deve ser o centro da formação dos discípulos missionários no processo de evangelização. Reiterou a importância dos santos trazidos para a realidade presente como referenciais para os povos. O anúncio querigmático do Evangelho deve ser motivacional para que os povos possam encontrar na Igreja o sentido da vida, respeitadas as diversidades culturais. O serviço da vida plena ocupou lugar de destaque na fala do assessor, com ênfase para o reino de Deus, Justiça social e a dignidade humana tal como a opção preferencial pelos pobres e excluídos. As práticas solidárias devem ser intrínsecas às ações cristãs. As políticas públicas devem ser tratadas com seriedade pelos católicos e a participação nos centros de decisão; deve haver continuidade do apoio da Igreja nesse ministério (ocupar cargos que tem poder de decisão social). Enalteceu as diversas ações desenvolvidas e contempladas no documento da Vª Conferencia de Aparecida.

O Capítulo Famílias, Pessoas mereceu referência por sua importância no contexto. Citou a diminuição do sacramento do Batismo como fator preocupante. Demonstrou a amplitude da Pastoral Familiar. O Planejamento Familiar também foi tratado pelo palestrante esclarecendo que a Igreja não é contrária, mas, defende o planejamento criterioso e mediante acompanhamento médico. Houve questionamentos sobre a legalização do aborto onde deve haver um trabalho contínuo pela preservação da vida, mas que a luta é difícil pelas forças contrárias. Tratou-se sobre a relação entre o feto e a mãe na definição da questão abortiva, onde alguns defendem o direito da mulher sobre seu corpo. O uso de anticoncepcionais de forma indiscriminada favorece os abortos ditos espontâneos. O uso da camisinha e a vasectomia também foram discutidos.

Na parte da tarde, os trabalhos foram retomados; Frei Faustino Paludo questionou as dificuldades encontradas para a edificação da família hoje. Foram colocados diversos motivos que desafiam nossas famílias, mas que não podemos apesar disso nos deixar vencer. Dom Dimas enalteceu a representatividade indígena na Conferência de Aparecida, onde as minorias também se acham presentes no documento. Especificou as implicâncias das atitudes que vem sendo tomadas pelo capital em detrimento das populações envolvidas. Sobre o Capitulo que trata da inculturação trouxe ao debate a necessidade das escola católica no dinamismo do ensinamento e da evangelização. A cultura deve ser entendida como a forma de expressão de cada povo ou mesmo de cada região e não a cultura erudita imposta como única que traduz o conhecimento.  Tratou sobre as potencialidades dos meios de comunicação e principalmente da Internet na evangelização.

Os questionamentos dos participantes levaram a esclarecimentos de diversos pontos do documento. Demonstrou a visibilidade e a credibilidade das ações da Igreja em todos os segmentos da vida social e política de nosso país, assim como das demais denominações que tem a Igreja Católica como referencial. Demonstrando assim como são amplas as possibilidades de inserção das nossas ações transformadoras. O século XXI porta questões contundentes a serem revistas: questão da mulher na sociedade e na defesa da vida, a questão violência crescente em nossos dias, etc. Concluindo D. Dimas tratou das pastorais sociais e da participação de membros das nossas comunidades em conselhos paritários, contribuindo nas decisões coletivas. Sobre as atitudes e ações para este século não há receita pronta, mas a ação do Espírito Santo abrirá caminhos para uma nova evangelização através da santidade. A Pastoral Familiar bem como as demais ações missionárias devem ser dinâmicas e feitas de lideranças desprendidas para que a multiplicação ocorra. Dom Sebastião agradeceu a participação de Dom Dimas nesta Assembléia, enriquecendo-a e esclarecendo a todos.

 

Ainda na parte da tarde Frei Faustino Paludo apresentou Critérios para o sacramento do Matrimônio.  Enfatizou as proposições pastorais sobre o matrimônio e a situação atual de sua celebração. Mostrou o levantamento realizado nas Paróquias do Regional sobre o Matrimônio, constatando-se alguns pontos importantes que definem a situação matrimonial em nosso Regional.

A questão social da celebração vem confrontar-se com os novos paradigmas deste terceiro milênio. São edificantes os fatos de casais, de profunda vivência de fé e de Igreja, se empenharem na preparação da celebração de seu matrimônio. A Pastoral Familiar e inúmeras comunidades estão dando particular atenção ao Sacramento do Matrimônio. Por outro lado, encontra-se também situações que contradizem o verdadeiro sentido do Sacramento. Assiste-se hoje certos fenômenos que questionam a prática litúrgica do Sacramento do Matrimônio. Enfatizou que está ganhando força e se espalhando a prática de se terceirizar ou de se confiar a certas “agências” a preparação e a realização do cerimonial religioso, onde uma equipe de funcionários é contratada pelos noivos, para receber os convidados, indicar os assentos, orientar as testemunhas, oferecer dicas de como realizar as cerimônias, inclusive definindo as músicas e os cânticos. Esta mesma equipe de cerimonial dita as normas de como sentar, como posar para as fotos, de como ficar e que postura o ministro deve assumir. Ai do ministro que fizer alguma observação. É toda uma equipe que entra em ação com espírito empresarial e social. A Igreja não pode permitir que suas celebrações sejam instrumentalizadas. O mistério que a liturgia celebra não pode submeter-se a essas etiquetas sociais cada vez mais exigentes e presentes nas celebrações católicas por meio das denominadas “agências de cerimonial”. Estas impõem e criam exigências constrangedoras: ás famílias que, por comodismo e status, são induzidas, muitas vezes, a gastar muito além de suas reais possibilidades; à Igreja, que se vê como palco de exposição da disparidade, injusta e humilhantes, entre pobres e ricos da estrutura social; aos próprios padres, muitas vezes, impossibilitados de exercerem bem o seu ministério litúrgico, por causa do tumulto com filmagem, fotos, música, etc., que tomou conta das celebrações e do ambiente paganizado que se foi instalando. Some-se a tudo isto a crescente exploração comercial das festas do casamento religioso, distanciando assim do verdadeiro sentido do Sacramento do Matrimônio. A celebração do matrimônio cristão é a expressão, realizada na liturgia, do amor entre um homem e uma mulher batizados, tendo em vista a edificação de uma comunidade conjugal: a família. Esse amor é bom, muito bom, aos olhos do Criador. A vocação para o matrimônio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher (CIC 1603). Este amor conjugal, bênção e dom de Deus, vivido à luz da fé, é sacramento: um sinal visível da aliança entre Deus e seu povo, de Cristo e da Igreja. A graça própria do sacramento do Matrimônio se destina a aperfeiçoar o amor dos cônjuges, a fortificar sua unidade indissolúvel. Por esta graça “eles se ajudam mutuamente a santificar-se na vida conjugal, como também na aceitação e educação dos filhos” (CIC 1641). Como outrora Deus tomou a iniciativa de firmar uma aliança com seu povo, assim agora Cristo, Salvador e esposo da Igreja, vem ao encontro dos cônjuges cristãos pelo sacramento do Matrimônio. Permanece com eles, concede-lhes a força de seguí-lo levando sua cruz e de levantar-se depois da queda, perdoar-se mutuamente, carregar o fardo uns dos outros, amar-se com um amor sobrenatural, delicado e fecundo. Nas alegrias de seu amor e de sua vida familiar, Cristo lhes concede, aqui na terra, um antegozo da festa de núpcias do Cordeiro (da vida eterna) (CIC 1462). Matrimônio se baseia no consentimento dos cônjuges, isto é, na sua vontade de doar-se mutuamente e definitivamente para viver uma aliança de amor fiel e fecundo (CIC 1662). Como o Matrimônio estabelece os cônjuges num estado público de vida na Igreja, convém que sua celebração seja pública no âmbito de uma celebração litúrgica diante do ministro (sacerdote ou diácono) ou de testemunha qualificada da Igreja, das testemunhas e da assembléia dos fiéis (CIC 1663). Como Proposições Pastorais, o Casamento religioso deve ser uma verdadeira festa, seja para os noivos, seja para as suas famílias e convidados (cf DPF 274). Uma festa celebrada no mistério pascal de Cristo, onde seja ressaltada a riqueza da Palavra de Deus, da oração da comunidade, das expressões simbólicas próprias do Sacramento (inculturação). A Igreja sente-se na obrigação, em função de sua missão evangelizadora e pastoral, de restituir à celebração do sacramento do Matrimônio a riqueza da fé e da Palavra de Deus. Isto requer uma especial atenção à Pastoral do Matrimônio, incluindo a sua preparação remota, próxima e imediata (cf Familiaris Consortio, nn. 65-66; DPF 263).  A Preparação remota: A preparação para o Matrimônio e a vida familiar é um processo abrangente e amplo (cf. DPF 264). Deve caracterizar-se numa educação permanente para o amor. Esta formação deve atingir as pessoas em todas as faixas de idade, e não reduzir apenas ao tempo que precede à celebração do casamento. O fundamento da preparação remota é a própria vivência familiar. A família é o lugar por excelência da primeira educação humana e religiosa, tendo como núcleo essencial o amor (cf CNBB, Orientações Pastorais sobre o Matrimônio, pp. 4-5).  A ação pastoral da Igreja deverá incentivar e apoiar as famílias no desempenho de sua missão educativa. Quando a família não assume essa missão de educar para o amor cristão, os filhos começam a ser prejudicados desde a infância na sua capacidade de assumir o casamento. A escola é outra instância significativa de educação para o verdadeiro amor.

Além de ampliar e consolidar a experiência da dimensão social, a escola, através da convivência sadia, natural e espontânea entre as pessoas de sexos diferentes, pode contribuir e completar a educação para o amor, recebida na família (cf DPF 264). A comunidade eclesial é, para os jovens (a pastoral juvenil), espaço excepcional de uma progressiva experiência de integração humana, de participação ativa e de exercício de todas as vocações e serviços. Os grupos de jovens e de adolescentes podem contribuir para que seus membros adquiram uma formação integral que lhes proporcione uma visão crítica e, ao mesmo tempo autêntica da vida matrimonial e familiar (cf DPF 266). A educação para o verdadeiro sentido do matrimônio, é efetuada: pelos cônjuges e pais cristãos; pela catequese apropriada aos adolescentes, aos jovens e aos adultos (cf DPF 264 e 347); pelos próprios enamorados / noivos;  pelos casais – Pastoral Familiar valorizando a família como Igreja Doméstica, o jeito fundamental de ser Igreja (cf CIC. Cân 1063). No desempenho dessa tarefa, a Pastoral Familiar continue insistindo sobre a atualização dos conteúdos e a metodologia, para que os noivos recebam ensinamentos vivos, inculturados e se tornem capazes de responder, eles próprios, aos seus questionamentos e problemas (cf DPF 268). Preparação Próxima: a preparação próxima dos noivos para o sacramento do matrimônio tem por finalidade: propiciar um aprofundamento na compreensão e vivência do amor, bem como de sua celebração sacramental; aprimorar a consciência sobre as responsabilidades próprias do matrimônio cristão; qualificar a opção adulta, consciente e livre do sacramento do matrimônio; apontar os meios que favorecem a vivência matrimonial conforme o ideal evangélico; preparar o casal para o tempo normal de adaptação e para as mudanças que haverão de acontecer. A preparação próxima ao matrimônio deve caracterizar-se por “uma formação integral da vida cristã” nas suas diversas dimensões da conversão, de prática das virtudes, de compromisso sócio político, de vida comunitária, de participação litúrgica, etc. O ideal é que essa preparação próxima ao casamento se estenda por um tempo razoável (4, 5 ou 6 encontros), em vista de uma autêntica experiência de vida de fé, iluminada pela Palavra de Deus e acompanhada por um esforço de vida cristã mais profunda, alimentada pelos sacramentos da penitência e da eucaristia. (As Dioceses do Regional do Mato Grosso deveriam unificar o tempo de preparação) Os “cursos de noivos”, reuniões ou “encontro de noivos” constituem-se numa ocasião privilegiada de catequese pré-matrimonial (cf DPF 268). Sobretudo quando abarcam o conjunto da vida cristã dentro das condições da vida familiar, bem como a preparação mais explícita para a celebração do sacramento e a abertura da família para a sociedade. (Nos Cursos ou Encontros conceda-se particular destaque à teologia do Sacramento, à espiritualidade matrimonial e à explanação do Ritual do Matrimônio). A preparação e a celebração do sacramento do matrimônio sejam sempre ocasiões que favoreçam a vivência cristã na família e o compromisso efetivo dos noivos com a comunidade eclesial. A comunidade eclesial deverá ocupar-se da preparação dos noivos e da própria celebração do sacramento do matrimônio. Em vista disso, é recomendável que se constituam equipes (a nível paroquial) responsáveis pela preparação e celebração do matrimônio. Compete ao pároco, sempre que possível, ou a outra pessoa devidamente preparada, a instauração do processo matrimonial. Após o diálogo pastoral com os noivos, na dimensão da fé, dará entrada formal do processo (cf RM 17 e 29). O encontro com o pároco ou outro padre ou diácono, será uma excelente ocasião de um encontro pessoal, de grande valor pastoral, onde os noivos podem ser orientados para a preparação espiritual e a celebração sacramental, lembrando-os dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia Cf RM 18; Cf DPF 270-(272). Seja oferecida uma acolhida fraterna e evangélica aos noivos que procuram a secretaria paroquial solicitando o casamento, mais do que uma relação meramente burocrática. O processo matrimonial deverá ser instaurado na paróquia de domicílio do noivo (ou da noiva) meses antes, a fim de que haja tempo hábil para a devida preparação e andamento dos documentos (os proclamas matrimoniais) (cf  CIC. cân 1115). Os proclamas serão anunciados ou afixados em local público no período estabelecido e ocorrerão na paróquia de domicílio dos noivos. Quanto à Celebração Sacramental: A Celebração do sacramento do matrimônio seja tratada como verdadeira ação litúrgica, portanto dignamente realizada. Primando pelo ambiente de fé, simplicidade, beleza, alegria e testemunho de amor e de vida diante da Igreja e da sociedade (cf DPF 259). É indispensável a proclamação da Palavra de Deus, pelo menos a proclamação do Evangelho (cf RM 34 e 35).

Quem preside a assembléia litúrgica empenhará seu serviço e competência em vista da participação ativa e frutuosa de todos os presentes. A celebração deverá ser preparada pelo ministro (bispo, presbítero, diácono ou assistentes (cf CIC. Cân. 1112, 1114), em conjunto com os noivos. Juntos escolhem a celebração na Missa ou não, as leituras bíblicas, a fórmula para a bênção das alianças e para a bênção nupcial, as preces dos fiéis, os gestos, os cantos e as músicas (cf RM 20 e 29); Aos noivos (e famílias) notadamente engajados na comunidade eclesial, dê-se preferência à realização do Sacramento do Matrimônio dentro da Missa (cf RM 33 e 34), lugar próprio para celebrar a plenitude da aliança de Deus conosco e a memória da morte e da ressurreição de Cristo, expressão máxima do amor do Esposo à esposa, a Igreja. A ação litúrgica eclesial e participativa do Sacramento do matrimônio pressupõe a presença e atuação de uma equipe que se encarregará da acolhida dos noivos, de seus familiares, dos assistentes e prestará as devidas orientações na realização na celebração sacramental. Se oportuno a equipe poderá efetuar algum ensaio de canto, estará atenta ao ambiente e auxiliará o ministro na presidência da celebração. Os noivos celebram a aliança entre si e com Deus, em comunhão com a Igreja reunida em assembléia. Todos os que participam da celebração do casamento são testemunhas do caráter público deste compromisso matrimonial. Toda a comunidade está comprometida na oração e no apoio ao novo lar que se inicia. No entanto, os noivos escolhem algumas pessoas dentre os familiares e amigos para serem testemunhas  no ato do casamento, mediante a assinatura. Estas testemunhas devem ser expressão das comunidades eclesiais e conscientes do sentido do matrimônio cristão. Para se evitar que o espaço sagrado da igreja se transforme numa passarela, tanto as testemunhas do noivo quanto da noiva devem entrar juntas com o noivo e seus familiares; As celebrações litúrgicas devem se revestir de cuidado e dignidade, e os ministros devem assistir aos matrimônios com tranqüilidade e boa disposição.

Em vista disto, cada Diocese ou paróquia deve definir claramente os horários disponíveis para a celebração sacramental do casamento. O Ritual do Matrimônio prescreve que a celebração seja tranqüila, em clima de oração e com o devido tempo para o desenvolvimento harmonioso das partes da celebração. Por isso se exige dos noivos o respeito aos horários previamente determinados (pontualidade), a fim de que se evite o nervosismo, atropelos e abreviações nos ritos, como também para não atrapalhar outras atividades religiosas da comunidade e de seus responsáveis. Em caso de atraso dos noivos, no horário previsto para a celebração (20 minutos) o Assistente fica livre para cumprir outros compromissos pastorais. O canto e a música são elementos indispensáveis em toda a celebração litúrgica (cf RM n. 30). No Matrimônio, os cantos sejam escolhidos de acordo com a natureza do rito e expressem o mistério celebrado. O que se diz dos cantos, vale também para a escolha das músicas. Sejam evitadas e melodias, trilhas sonoras de filmes ou de novelas. Os noivos, instrumentistas e sonoplastas sejam orientados quanto ao tipo de música condizente com a celebração sacramental. Cantos e músicas alheias ao espírito litúrgico não devem ser permitidas. O Concilio Vaticano II determinou que, na celebração litúrgica se evite discriminação de pessoas e toda a pompa que seja sinal de vaidade, luxo e ostentação social (SC 34). Busque-se, na simplicidade, a dimensão religiosa da celebração do Sacramento do Matrimônio. A ornamentação da igreja é uma expressão da alegria da festa que se celebra. Recomenda-se que haja nobreza, bom gosto, simplicidade e sobriedade. Evite-se tudo o que impeça a livre circulação ou passagem dos fiéis nos bancos. Os arranjos não dificultem a visão do altar, da mesa da Palavra e a movimentação dos ministros. É muito triste que um casal valorize o matrimônio principalmente pela pompa com que se celebra, pela ornamentação do templo, pelas músicas interpretadas, pela beleza do vestido da noiva, pelo brilhantismo da homilia, pela elegância dos convidados, enfim, pelo esplendor da cerimônia” (CPF 256). Procurem os noivos (e aos seus familiares e amigos) não se deixar envolver pelas propostas caras e pretensiosas das floriculturas e das  “agências de cerimonial religioso”, imbuídas de espírito comercial. Os profissionais ou animadores, da área de fotografia e filmagem, sejam orientados do sentido da celebração. Em todos os momentos, haja a devida discrição e respeito que preserve o clima de celebração e de oração, evitando todo e qualquer movimento que leve a dispersão. O casamento, de preferência, deve ser realizado na comunidade dos noivos (cf RM.27) Não só na matriz, mas também nas respectivas comunidades eclesiais. Não corresponde ao espírito comunitário e litúrgico a celebração do Sacramento do matrimônio em lugares tais como: buffets, clubes, salões, chácaras, sítios, fazendas ou outros lugares não destinados ao culto, pois não condiz com a dignidade da ação litúrgica, após a celebração, os noivos e testemunhas assinarem documentos sobre o altar. As assinaturas poderão ser efetuadas numa mesinha situada nas proximidades. Após a celebração entregue-se a Certidão de Matrimônio religioso aos nubentes. Assim procedendo quanto às taxas ou às espórtulas. Quanto ao efeito civil do casamento religioso os casamentos realizados na paróquia serão, sem demora, transcritos em dois livros serem rubricados pela Cúria Diocesana. Após o seu encerramento, um dos livros permanecerá na Cúria Diocesana e outro na Paróquia (cf CIC. Cân. 1121 e 1122). A notificação de casamento, no mais breve tempo possível, às paróquias onde cada um dos noivos foram batizados para o devido assentamento no livro de batizado. Quanto ao acompanhamento Pastoral: Os primeiros anos de vida conjugal constituem uma fase de grande importância na vida do casal. É o momento de ambos se conhecerem e consolidarem a união. O acompanhamento da Pastoral familiar, nesta etapa, é particularmente significativa (DPF 279); Necessário se faz ajudar os casais a encontrar na comunidade acolhida e respostas aos problemas dos primeiros anos de vida matrimonial (DPF 283); Nas Dioceses e Paróquias urge preparar agentes de pastoral aptos para estreitarem a amizade com os casais e os integre na comunidade eclesial (DPF 280); (transcrito do texto da palestra de Frei Faustino nesta assembléia) Outras proposições se referem a mobilização dos leigos para a preparação deste trabalho da Pastoral Familiar. A formação catequética deve ser permanente para que os ensinamentos perpassem o limiar da celebração única e exclusiva da cerimônia, mas traga toda uma preparação para o ápice que acontece no matrimônio. Em seguida foram interrompidos os trabalhos para o banho e jantar.

No sábado à noite, aconteceu a Mesa Redonda sobre a família, com convidados da assembléia para participar da mesa dos debates. O Presidente do RO2 D. Sebastião bem como Dom Leonardo Stein da Prelazia de São Félix, Irmã Bernadete, Frei Faustino, o casal da Pastoral Familiar Milton e Conceição. Dom Leonardo como Moderador abriu o debate dizendo que a mesa redonda é um espaço de reunião e diálogo, onde expressamos nossa opinião e ouvimos a opinião dos demais. Qual a atitude para trazer de volta as pessoas de segunda união foi a questão inicial. Através da Pastoral Familiar que é uma pastoral orgânica que trabalha a pessoa e nesse caso especial é feito um planejamento do encontro com pessoas preparadas para esta missão. O estudo do material sobre o assunto é de grande importância para esta Pastoral que trata de uma realidade da Igreja. A participação da comunhão é o fundamento do ensinamento e preparação desses casais. Frei Faustino enalteceu a necessidade de encarar a realidade caso a caso com olhar de misericórdia. Deve haver um olhar pastoral sobre o assunto, com cuidado na orientação desses casais. O que importa é percebermos que a humildade e a fé igualmente conduzem à salvação.

A Graça supõe a natureza, o valor da pessoa humana seus defeitos e limitações. Na perspectiva da Eucaristia deve haver a transcendência do momento da comunhão, a vivência da fé na família e no dia-a-dia do casal. O sofrimento das pessoas que se acham em falta com os sacramentos e reflete na sua necessidade em celebrar a Eucaristia, sendo um assunto complexo. Esta é uma questão Pastoral que caminha para uma solução possível, ocorrendo uma evolução neste campo. Dom Milton disse que na celebração comungamos duas vezes, sendo a primeira no ato penitencial e na palavra e a outra na Eucaristia propriamente dita. Há a Comunhão da Palavra e a Comunhão eucarística. Jesus falou da Comunhão da acolhida do Irmão e a partilha entre estes, a Caridade.  Sobre dar continuidade o trabalho da Pastoral Familiar e dos subsídios de estudo produzidos pelo RO2, Pe. Jair falou do projeto do Regional está servido de mosaico para outras realidades no Brasil. Cada Diocese deverá traçar seus planos pastorais com base nas diretrizes definidas a nível nacional.  D. Juventino sugeriu a elaboração de material próprio de nossa realidade com a constituição de grupos de trabalho. Deve haver um novo começo a partir da Conferência de Aparecida, onde devemos refletir mais a caminhada à luz da cultura e da fé. Em algumas Dioceses, como de Cáceres e Sinop, já possui subsídios próprios.  A formação bíblica deve ocupar lugar de destaque neste trabalho. Dom Milton exemplificou a realização do Sínodo como um trabalho de envolvimento de grande contingente de participantes de onde sairá um documento elaborado a partir das discussões realizadas. Em relação às políticas sociais, devemos ser mais participantes para sermos o sal da terra e a luz do mundo efetivamente. Outra questão colocada pelos participantes é de como trabalhar a Pastoral dentro da diversidade paroquial dos movimentos. Deve haver cooperação e Pastoral de Conjunto onde todos se envolvem de forma complementar.

A Pastoral Familiar deve trabalhar o sentido da acolhida das famílias dentro da realidade social. Não podemos confundir os movimentos com a Pastoral, pois os movimentos cuidam do casal e a Pastoral cuida da família como um todo. Questionou-se ainda sobre a evasão dos jovens da igreja após “cumprirem” a etapa do Crisma. São as fases passageiras, mas se tiveram boa formação, sempre voltam; precisamos de paciência com eles para que voltem a atuar nas comunidades. Foi feita a projeção de material áudio-visual e em seguida feita uma apresentação de peça teatral da realidade familiar por grupo de casais. As 21h aconteceu um momento de confraternização entre os participantes da Assembléia. Finalizando assim os trabalhos deste dia. Todo o trabalho do dia foi coordenado pelo Pe. Evandro, da Dioceses de Cáceres.

No dia 26, seguindo-se o despertar, a oração matinal e o café reiniciaram-se os trabalhos. O Pe. Jair introduziu as apresentações deste dia. Pe. Giovani, da Diocese de Rondonópolis coordenou este último dia ad Assembléia. Foi realizado sorteio de brindes doados pela Paulinas entre os participantes.  Após alguns comunicados, passou-se às apresentações desta manhã. A Coordenadora das CEBs tratou sobre o 11o. Encontro Regional das CEBs, cujo tema foi a Ecologia e a Missão, realizado no mês de julho p.p. em Sinop. Disse que o Encontro veio a fortalecer o movimento o qual está vivo e atuante, celebrando os 20 anos de caminhada das CEB’s no Mato Grosso com reflexões importantes sobre o destino de nosso planeta, onde foram assumidos compromissos em favor e defesa da vida. A Diocese de Rondonópolis tratou sobre Santas Missões Populares na Diocese. Este processo de evangelização tem por objetivo Reanimar as Comunidades, Renovar a Missão. Missões Populares é uma extensão das comunidades. Apresentou as ações desenvolvidas dentro deste trabalho, tendo como lema: “Vinde, Vede e Anunciai”. É importante a instituição de uma Logomarca e elaboração de material de motivação e alimentação do trabalho; formação, divulgação e outros recursos.  O caminho a percorrer deve ser a Presença Pública da Igreja; Interação da fé; Igreja a serviço da vida; Cristão e a promoção da justiça. Foi feita também a divulgação da Revista Família Cristã e sua importância no contexto familiar.  Passou-se a seguir a apresentação do calendário do RO2. Notícias do site do Regional e avaliação da Assembléia que considerou positivos os resultados. As 10h30 ocorreu a celebração da Santa Missa, em seguida o almoço e o retorno dos participantes às suas comunidades. Eu Leonildo Fabian lavrei a presente ata que depois de revisada e aprovada constitui-se em documento desta XXIa  Assembléia.

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