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Reflexão sobre Dízimo e as ofertas

O que é necessário sabermos antes de refletir sobre o Dízimo e as Ofertas……Antes de construir a casa, deve-se colocar os alicerces. A casa mal construída – sobre a areia, e não sobre a rocha (Cf. Mt 7,24-27) – está destinada a desabar a qualquer momento. O mesmo vale para nós: se não estamos seguros do que fazemos, as dificuldades, até mesmo as menores, podem nos fazer abandonar tudo, até Deus. Por isso é essencial colocar os fundamentos; eles sustentarão a nossa prática religiosa até mesmo quando formos surpreendidos pelas tempestades da vida.   Para que o dízimo e as ofertas sejam para nós opções conscientes, e não apenas contribuições que fazemos por força do costume ou da obrigação, a nossa pratica religiosa deve estar fundamentada sobre estes quatro pilares: o amor, a fé, a humildade e a justiça.

O amor é a razão do Ser Deus e de nosso ser de existir. Ele dá razão e sentido à nossa vida. Se não amamos, passamos pela vida sem entender nem mesmo porque a recebemos. O amor tem a sua fonte em Deus. E Deus nos ama com amor eterno. Ele nunca deixa de nos amar, nem mesmo quando nos afastamos Dele por nossa própria vontade (Cf. Lc 15, 11-32). Quando pecamos e rompemos com Ele, Ele continua nos amando e esperando pelo nosso retorno. Porque não coloca condições para nos amar. Deus nos ama vinte e quatro horas por dia, e está sempre pronto para nos acolher quando nos convertemos, isto é, quando nos optamos por mudar de vida e retornar para Ele.
Devemos ter a consciência de que Deus nos ama como somos, assim como devemos compreender que o Seu amor é permanente. Ele nos ama inclusive quando estamos em pecado, e também quando contribuímos ou não contribuímos com o Dízimo. Devemos afastar de nós, para longe e para sempre, a possibilidade de que Deus ama e abençoa somente quem é dizimista! Esta concepção errônea que temos de Deus está presente, infelizmente, na mente e nas palavras de muitos pregadores e agentes do Dízimo, e no coração de muitos dizimistas e não dizimistas, causando um estrago enorme na compreensão que temos de Deus.

A fé é a nossa resposta à proposta amorosa de Deus. Ele mesmo nos dá a fé como dom, isto é, como presente a ser cultivado para que produza frutos.
Sem a fé o Dízimo e as Ofertas ficam ocos de sentido. Se não acredito e não acolho a Deus em minha vida vou contribuir com que intenção? Talvez por solidariedade, no máximo. A fé nos faz ir além do que vemos, sentimos e ouvimos; nos faz enxergar para além das realidades deste mundo, dando a essas realidades um significado novo e único. Ao contribuir somos animados por motivos que somente a fé pode nos proporcionar: o amor de Deus, o amor a Deus, o amor entre nós, a começar pelos que têm menos. Quem dá o Dízimo sem fé faz o mesmo que o sócio ao pagar uma taxa para o clube, o cidadão ao recolher os impostos, o devedor ao amortizar a sua dívida. O Dízimo não é isso apenas!

A humildade é a atitude de quem sabe que é criatura e não Criador. É próprio da criatura ser limitada e frágil. Para nós, a humildade é ainda mais necessária porque além de limitados também somos pecadores. O pecado estraga, diminui, enfraquece e destrói a vida. Daí a necessidade que temos de Deus, e da entreajuda enquanto homens e mulheres que se apóiam mutuamente. A falta de humildade nos torna pequenos "deuses", cheios de egoísmos e orgulho (Cf. Luc 18,9-14). A soberba é a atitude de quem se julga auto-suficiente; a humildade, de quem tem consciência de que precisa de Deus e do outro.
A justiça, o quarto fundamento que colocamos como base à prática religiosa, consiste em respeitar o que pertence ao próximo. A injustiça é a apropriação desonesta, e, portanto criminosa, do que não me pertence. São frutos da injustiça a opressão, a marginalização, a escravidão, a exclusão.
O Dízimo e as ofertas perdem os seus sentido e valor quando são frutos da injustiça. Quem explora e marginaliza o outro, não tem o direito de dar o Dízimo e as Ofertas como se fossem seus, porque não são. O que foi extorquido do próximo deve antes ser a ele devolvido; depois de passar da injustiça para a justiça, pode-se então contribuir com o Dízimo e as Ofertas, oferecendo-se daquilo que se tem por direito.
       
Bibliografia: Curso Básico sobre o Dízimo e as Ofertas – Padre Cristovam Iubel

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