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Congregação dos Sagrados Estigmas

A Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo foi fundada em 1816 por São Gaspar Bertoni, na cidade de Verona, no norte da Itália.
Na época em que viveu São Gaspar Bertoni, entre final do século XVIII e meados do século XIX, a cidade de Verona era palco de constantes conflitos entre os exércitos francês, de Napoleão Bonaparte, e austríaco, que ocuparam a cidade e disputavam a sua posse.
Esta situação provocou um clima de desordem e libertinagem, que atingiu principalmente a juventude, totalmente desamparada e cheia de idéias revolucionárias, e o próprio clero, que também por causa das guerras havia mudado sua mentalidade. Eram inúmeros os feridos de guerra, e não havia escolas para os meninos pobres.
Pe. Gaspar Bertoni trabalhou, desde os tempos de seminarista, no auxílio aos feridos de guerra e na instrução da juventude. Fundou Oratórios Marianos, onde reunia a juventude para orar e meditar a Palavra de Deus, e também para lazer e ocupações sadias, tirando-a daquele clima adverso que reinava na cidade. Os jovens formados por ele passaram a ser bem aceitos em todos os locais, pelo seu bom comportamento e aplicação no trabalho e nos estudos. Pe. Gaspar encaminhou esses jovens para artes e atividades através de preparação especializada, e mostrou-lhes o caminho da perfeita vida cristã.
Ao som dos tiros de canhão da guerra que se deflagrava na cidade, foi ordenado sacerdote no dia 20 de setembro de 1800.
Convocado por seu bispo, foi eloqüente pregador nas missões populares na Paróquia de San Fermo, em Verona, tanto que, mesmo naquele clima de revolta, as pessoas ouviam atentas as suas pregações e se convertiam. Pela excelência de seu trabalho nessas missões populares ele recebeu da Santa Sé o título de Missionário Apostólico.
Também a pedido de seu bispo, trabalhou na reforma do Clero de Verona, que também fora atingido por aquele clima de libertinagem causado pela guerra. Também aí empenhou-se a tal ponto em seu trabalho que os padres e seminaristas passaram a ser reconhecidos como modelos de disciplina e zelo.
Era tão profunda a sua vida de oração e a sua união com Deus que ele vivia constantemente sob o influxo do sentimento da presença de Deus. Vivia o Santo Abandono, que significa deixar que Deus conduza a sua vida, e, como ele nos ensinou: sem jamais precedê-lo. Assim, em tudo ele percebia a vontade de Deus em sua vida, e tudo fazia para realizá-la. Pode-se resumir a fisionomia espiritual de São Gaspar com essas palavras: Filial e confiante abandono nas mãos de Deus, mesmo nas circunstâncias mais difíceis da vida.
Assim, um dia, diante do altar de Santo Inácio de Loyola, fundador dos Jesuítas, Pe. Gaspar teve uma visão: era como se o santo lhe pedisse para fundar uma ordem religiosa. Seria uma tarefa quase impossível, pois, temendo qualquer reação contra eles, os invasores da cidade haviam proibido quaisquer reuniões ou aglomerações de pessoas. As ordens religiosas eram proibidas e até suprimidas, e até a ordem dos Jesuítas havia sido suprimida, na época.
Mas Pe. Gaspar, percebendo ser esta a vontade de Deus, passou a reunir-se com alguns companheiros, com objetivo inicial de estudos. E, como lutava para conseguir instalações para fundar uma escola para os meninos pobres, foi lhe dado um prédio anexo à Igreja dos Estigmas, para esta finalidade.
Pe. Gaspar tinha imenso respeito pelo Papa e pelos bispos, que são sucessores dos apóstolos. E, unindo esta devoção ao título que recebeu da Santa Sé, assim ele definiu o lema da sua congregação:Missionários Apostólicos em Auxílio aos Bispos
As regras para a sua congregação ele foi escrevendo aos poucos, conforme sentia a inspiração divina para isso. Mas, fundamentalmente, os religiosos Estigmatinos devem dedicar-se à pregação da Palavra de Deus com retiros e missões populares, à formação da juventude e ao clero, seguindo os passos de seu fundador.
E pela sua grande devoção por Nossa Senhora e São José, escolheu os Santos Esposos como patronos da congregação.

 Sagrados Estigmas, nossa Festa Titular.
É nossa festa titular e devoção de nossa origem na Igreja dos Estigmas. Temos sua fundamentação teológica em Lc 24,36-48: “ …Vede minhas mãos e meus pés… Mostrou-lhes as mãos e os pés… O Messias havia de sofrer (a Paixão e Morte) e ressuscitar dentre os mortos ao terceiro dia”. A cruz de Cristo mudou o conceito do sofrimento e da morte: morrer é acabar de nascer; a dor e a morte são instrumentos da Redenção.
Estigmas e Cruz, um só mistério. Não eram necessários, mas foram o meio mais eficaz para atrair o coração de cada um de nós (Jo 12,32), para compreendermos a gravidade do pecado (1Cor 15,3) e a dimensão de seu amor por nós (Jo 13,1).
O crucifixo é o compêndio da Paixão do Senhor, um “Livro escrito no lenho da cruz não com tinta, mas com o sangue das Chagas de Cristo” (Santa Catarina de Sena). É o “Livro da Vida” (Ap 20,12), “escrito por dentro e por fora” (Ap 5,1), onde lemos a História da Salvação! “Por fora” conseguimos ler o que vemos na superfície: o abatimento físico, os escarros no rosto, a flagelação, a coroa de espinhos, os ferimentos provocados pelo carregamento do patíbulo, a boca seca, os sinais das varadas e chicotadas, a condição de cadáver, as cinco chagas das mãos, dos pés e do peito.
“Por dentro” só o lêem os contemplativos, os que captam as vibrações do Coração de Jesus refletindo seu infinito amor pelo homem decaído, a misericórdia pelos pecadores, a compaixão pelos doentes, a amargura do Getsêmani, a ternura pelas crianças, a amizade pelos seus mais íntimos, o amor à família, a tristeza por Jerusalém impenitente, a admiração diante da natureza, a preferência pela gente humilde. Exemplo de quem o lê por dentro é Pedro Crisólogo, um santo do século V. Meditando diante do crucifixo, ouviu Jesus sussurrar-lhe:
“Talvez os perturbe a enormidade dos meus sofrimentos causados por vocês. Não tenham medo. Esta cruz não me feriu a mim, mas feriu a morte. Estes cravos não me provocam dor, mas cravam mais profundamente em mim o amor por vocês. Estas chagas não me fazem soltar gemidos, mas introduzem mais intimamente vocês em meu Coração. Meu corpo, ao ser estirado na cruz, não aumenta o meu sofrimento, mas dilata os espaços do Coração para acolher vocês. Meu sangue não é uma perda para mim, mas é o preço do vosso resgate!”
Conclusão:
O sacrifício de Cristo é a suprema Dádiva da Misericórdia!
O Mistério dos Sagrados Estigmas abre para nós estas fissuras na Rocha da qual a Igreja e seus sacramentos nasceram; a Chaga no Lado é vista como a abertura do Tabernáculo da Santíssima Trindade.
Como lemos no Evangelho do Segundo Domingo da Páscoa, “Domingo da Misericórdia” – quando Jesus mostrou Seu lado, Suas mãos e Seus pés, Ele soprou sobre os Apóstolos em um novo e mais sublime ato da criação: ‘Recebam o Espírito Santo… Aqueles cujos pecados vocês perdoarem, eles lhes serão perdoados…!’
Este é o Deus de Amor Que vem a nós na mais sublime maneira possível para nós na Santa Comunhão: Deus é amor!
Oração:
Ó Deus misericordioso, que pela paixão do Vosso Filho salvastes a natureza humana perdida pelo pecado, concedei-nos que, venerando na terra os seus Sagrados Estigmas, mereçamos conseguir no céu o fruto do Seu preciosíssimo sangue. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

 

 

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