Página Inicial / Notícias / Homilia 5ª Feira Santa, Missa do Crisma

Homilia 5ª Feira Santa, Missa do Crisma

HOMILIA – 13/abril/2017  – 5ª.-FEIRA SANTA, MISSA DO CRISMA  

Querido Povo de Deus; Institutos de Vida Consagrada: Femininos e Masculinos; Lideranças; Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão e da Palavra – Catequistas; Seminaristas; Diáconos; queridos Sacerdotes; Arcebispo Emérito Dom Bonifácio Piccinini: Hoje – Quinta-feira Santa de 2017 – esta celebração da Eucaristia é o momento para vivermos na solidez e alegria da fé a celebração desse ANO NACIONAL MARIANO: O JUBILEU DOS 300 ANOS DE APARECIDA; OS 100 ANOS DE FÁTIMA – 2017: ANO MARIANO MUITO ESPECIAL!
Esta Eucaristia – Missa do Crisma – e, com a representatividade de toda a Arquidiocese de Cuiabá aqui presente, CONVOCO a todos para vivermos intensamente este ANO DE JUBILEU ESPECIAL…

Hoje, nesta Missa do Crisma, temos mais um foco das nossas atenções e orações: o SACERDOTE MINISTERIAL, e, consequentemente, o foco está voltado também para estes homens e mulheres – especialmente! – que  fazem as vezes do SACERDOTE e exercem o próprio sacerdócio comum nos Ministérios Extraordinários da Palavra de Deus – o “Ministério de Catequistas!”, e, os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. É o foco do Documento 105 da CNBB – “Os cristãos leigos e leigas receberam, pelo Batismo e pela Crisma, a graça de serem Igreja e, por isso, a graça de serem sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14). “O leigo não pode substituir o pastor, o pastor não pode substituir os leigos e leigas no que lhes compete por vocação e missão.” (Doc. 105, 7)
HOJE  cada um de nós,  sacerdote no sacerdócio ministerial – renovará a sua profissão-de-amor, que é profissão-de-comunhão entre nós sacerdotes e profissão-de-comunhão com as Crianças, com a juventude, com os adultos: profissão-de-comunhão com as pessoas com saúde, ou, enfermas…  Tudo se inicia em nós a partir do chamado que Deus nos faz: é a Vocação! A primeira leitura de hoje nos traz o jeito de acontecer a vocação de Isaías, e, também a nossa Vocação de Diáconos, Sacerdotes e Bispos, e, de Leigos e Leigas na vocação de sermos filhos e filhas adotivos em Deus-Amor.  Sermos conduzidos pela ação do Espírito Santo no AGORA para fazermos acontecer “a nova Evangelização: nova no ardor, nova Evangelização nos métodos; nova Evangelização nas expressões… olhando para a frente… é esta realidade de Izaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu…”! A passagem de Isaías que ouvimos se repetiu no Evangelho! Mas, neste momento gostaria de colocar em foco a UNÇÃO! Para os hebreus o “óleo penetra profundamente no corpo, transmite força, saúde, alegria e beleza. Ter que se privar de qualquer unção era uma infelicidade, um sinal de luto. Então, Isaías fala do Espírito do Senhor que traz o “óleo da alegria, em vez da aflição…” Isaías descreve de maneira extraordinária o chamado que Deus nos fez: “Vós sois os sacerdotes do Senhor, chamados ministros de nosso Deus. … quem os vir há de reconhecê-los como descendentes abençoados por Deus. E a responsabilidade que temos em mãos? O sentido do rito da unção-consagração era marcar com um sinal exterior que esses homens tinham sido “eleitos por Deus para se tornarem seus instrumentos no governo do povo. Esta é uma liderança que vem de Deus…
E, o Evangelho desta Missa do Crisma nos traz um Projeto de Vida cristão, e, por ser cristão é Projeto de Vida Sacerdotal: sermos Sacerdotes NO Espírito Santo para conjugar alguns verbos no dia-a-dia de 2017: : “… ungir, anunciar, sarar os corações, restaurar a vista, pôr em liberdade, publicar!…
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu, e enviou-me para anunciar a boa-nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor.”  Esta é a evangelização de Jesus: não consiste, apenas, em palavras, doutrinação, conceitos, dogmas, documentos…, mas numa prática que leve as pessoas marginalizadas à posse da vida plena.
Certamente, cada um de nós diz do próprio jeito, com a própria intensidade: “O MEU SACERDÓCIO NÃO É MEU… É DE DEUS!
Sendo um SACERDOTE NO ESPÍRITO SANTO: assim, teremos o DOM DA ESPIRITUALIDADE E DA COMUNHÃO que não nos deixa pactuar com a superficialidade que mata a ação do ESPÍRITO. (Oração do Sínodo) Hoje é o dia especial para cada um dizer: “O Espírito do Senhor está sobre mim…” Você – DIÁCONO, SACERDOTE, BISPO… Você Leigo e Leiga  – Você é ungido para ser discípulo-missionário anunciando a Boa-Nova, a Boa-Notícia que consiste na libertação de quem se marginalizou, ou, foi marginalizado. Assim, as pessoas serão presos… soltos; cegos… enxergando; oprimidos… libertados… Então, por causa do nosso sacerdócio que é de Deus… as pessoas recomeçam vida nova; por causa de um SACERDÓCIO NO ESPÍRITO SANTO a partilha dos bens voltará a regular as nossas relações, e, as relações sociais.
Jesus fez a PARTILHA DO PÃO: um gesto muito simples e cotidiano. Com Jesus, esse ato transforma-se em algo a mais, e , na Última Ceia, assume um novo significado. Naquele momento, Jesus não distribui somente o pão, mas a si mesmo. Ele se doa…  Pela ação do ESPÍRITO SANTO o nosso sacerdócio é “eucaristizado”! A chave do nosso sacerdócio é o apaixonar-se por Cristo!

Afirma o Papa Francisco: “Quem celebra a Eucaristia não o faz porque quer parecer melhor que os outros, mas porque se reconhece sempre necessitado de ser acolhido pela misericórdia de Deus feita carne em Jesus Cristo. Devemos ir à Missa humildemente, como pecadores”. O Papa Francisco colocou na Oração Oficial do Jubileu da Misericórdia o jeito misericordioso do nosso Sacerdócio: “Vós quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza para sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro: fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus.”

Ainda, o Papa: “Caminhai decididamente para a santidade; não vos contenteis com uma vida cristã medíocre, mas a vossa pertença sirva de estímulo, a começar por vós mesmos, para amar mais a Jesus Cristo.” “Amai a Igreja! Deixai-vos guiar por ela! Nas paróquias, nas dioceses, sede um verdadeiro pulmão de fé e de vida cristã, uma aragem fresca! ”
“Hoje, em nome de Cristo e da Igreja, eu vos peço: por favor, não vos canseis de ser misericordiosos. Com os santos óleos, dareis alívio aos enfermos e também aos idosos: não vos envergonheis de tratar com ternura os idosos. Ao celebrar os ritos sagrados e elevar ao Céu, nas diversas horas do dia, a oração de louvor e de súplica, tornar-vos-eis voz do Povo de Deus e da humanidade inteira.” “Conscientes de ter sido assumidos de entre os homens e postos ao seu serviço nas coisas de Deus, cumpri, com alegria e caridade sincera, a obra sacerdotal de Cristo, procurando unicamente agradar a Deus e não a vós mesmos. Sede pastores, e não funcionários; sede mediadores, e não intermediários.”
“O padre é homem de misericórdia e compaixão”, como o bom samaritano, como Jesus o bom pastor. “O padre está chamado a ter um coração que se comove”.

Para viver a alegria sacerdotal que tem como irmã a fidelidade, o Santo Padre lembrou aos padres de sua condição humana e indicou que os filhos espirituais que o Senhor concede aos padres são a “chave da fecundidade” que conduz à fidelidade. Assim se expressa o Papa Francisco: “Os filhos espirituais que o Senhor dá a cada sacerdote, aqueles que batizou, as famílias que abençoou e ajudou a caminhar, os doentes que apoia, os jovens com quem partilha a catequese e a formação, os pobres que socorre… todos eles são esta ‘Esposa’ que o sacerdote se sente feliz em tratar como sua predileta e única amada e ser-lhe fiel sem cessar”.

No Coração Imaculado de Maria, a Virgem Imaculada de Aparecida e Fátima, a mulher eucarística por excelência, coloquemos a nossa vida cristã e sacerdotal. Ela é a Mãe de Jesus e nossa Mãe, que acompanhou e acompanha os seus filhos e filhas em todos os lugares e culturas e nos ensina a buscar a unidade na fé e no amor em Cristo. Por isso, Ela não tem problema em apresentar-se com vestes diversas e em cores de pele diferentes: é a nossa Mãe de Misericórdia! Não tem receio em falar-nos em distintas línguas e linguagens: é Mãe de Misericórdia!

Ao longo da história, o grande amor dos fiéis foi dando diferentes títulos à Virgem Mãe, segundo os lugares em que foi vivenciada a sua presença (Aparecida, Fátima, Lourdes, Guadalupe…), segundo os mistérios da sua vida com Cristo (Anunciação, Encarnação, Assunção…), segundo a forma como experimentaram a sua ajuda ou conforto nas várias situações da vida (Mãe de Misericórdia, Senhora da Saúde, Refúgio dos pecadores…). Mas é sempre a mesma e única Senhora que se manifesta ou atua nos diferentes lugares e de diversas formas: é Mãe de Misericórdia! Assim, neste Ano Nacional Mariano dos 300 anos de Aparecida e 100 anos de Fátima nós rezamos com as palavras do Papa Francisco: “VIRGEM MÃE APARECIDA, VAMOS CRER JUNTOS, LUTAR JUNTOS, VENCER JUNTOS… COMO SEMPRE JUNTOS CAMINHASTES: VOSSO FILHO E VÓS!”  — AMÉM!!

+ Dom Milton Santos – Arcebispo Metropolitano de Cuiabá

Você pode Gostar de:

Dom Ángel Fernández (10º sucessor de Dom Bosco) na Arquidiocese de Cuiabá

A Arquidiocese de Cuiabá acolhe nos dias 13,14 e 15 de março/2024 o 10º sucessor …