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Homilia Dom Milton no Micare Cristo 2015

 
O APÓSTOLO DO BRASIL SÃO JOSÉ DE ANCHIETA
+Dom Milton Santos,sdb – Arcebispo Metropolitano de Cuiabá
HOMILIA – Santa Missa Sábado

Hoje – com o MICARECRISTO – estamos colocando em foco este sacerdote aqui, representado por este TOTEM: SÃO JOSÉ DE ANCHIETA! No ano passado – 2014 – no dia 02 de abril, às 08:00h da manhã no nosso fuso horário, os sinos das igrejas em todo o Brasil repicaram em sinal de alegria, gratidão e comunhão, quando o Papa Francisco assinou o Decreto que declarava SANTO “SÃO JOSÉ DE ANCHIETA”.
Convido Você a contemplar SÃO JOSÉ DE ANCHIETA na ótica do Evangelho de hoje: Mt 5,13-16, quando Jesus utiliza dois símbolos: sal e luz!
O “sal” lembra muitas coisas: é tempero, dá sabor, purifica… sinônimo de força transformadora! Mas, o SAL pode avivar o fogo! Os antigos falavam da “aliança de sal”: um pacto indestrutível entre Deus e seu povo numa causa comum a serviço da justiça, da liberdade, da vida.
Deus o provou com uma grave doença, com fraqueza e dores em todo o corpo, durante dois anos. Os superiores decidiram enviá-lo ao Brasil, na esperança de que o bom clima da terra lhe fizesse bem. Providência divina!
Viveu aqui no Brasil dos 19 aos 63 anos, idade em que morreu, sendo ao longo desses 43 anos o verdadeiro “Apóstolo do Brasil”, participando da fundação de escolas, igrejas e cidades, liderando a catequese dos índios, aprendendo perfeitamente a língua deles e escrevendo a primeira gramática brasileira em tupi.
A pé ou de barco, Anchieta viajou pelo Brasil inaugurando missões, catequizando e instruindo os índios e colonos, consolidando assim o cristianismo e o sistema de ensino no país, fundando povoados, sendo assim o grande promotor da expansão e interiorização do país.
Anchieta lutou para que o Brasil não ficasse dividido entre portugueses e franceses. Quando, apoiados pelos franceses, os Tamoios se rebelaram contra os portugueses, Anchieta se ofereceu como refém, enquanto Manuel da Nóbrega negociava a paz. Ficou cinco meses no cativeiro, resistindo à tentação contra a sua castidade, pois os índios ofereciam mulheres aos prisioneiros. Para manter a virtude, Anchieta fez uma promessa a Nossa Senhora de que escreveria um poema em sua homenagem. Assim, tendo saído são e casto, escreveu na areia de Iperoig (hoje Ubatuba) os 4.172 versos do célebre “Poema da Virgem”, que, depois, transcreveu no papel.
Anchieta sofreu o martírio do apostolado e a dureza da evangelização na pobreza e no desconforto. Assim ele descreve, em agosto de 1554, em carta a Santo Inácio de Loyola, as instalações do Colégio de Piratininga, o embrião da cidade de São Paulo e do sistema educacional brasileiro: “De janeiro até o presente se fez ali uma pobre casinha feita de torrão e palhas com catorze passos de comprido e doze de largo, moravam bem apertados os irmãos. Ali tinham escola, enfermaria, dormitório, refeitório, cozinha e despensa… As camas eram redes, os cobertores o fogo. Para mesa usavam folhas de bananas em lugar de guardanapos… A comida vem dos índios, que nos dão alguma esmola de farinha e algumas vezes, raramente, alguns peixinhos do rio e, mais raramente ainda, alguma caça do mato… Todavia não invejamos as espaçosas habitações, pois Nosso Senhor Jesus Cristo dignou-se morrer na cruz por nós”.
Tendo saído são e casto, escreveu na areia de Iperoig (hoje Ubatuba) os 4.172 versos do célebre “Poema da Virgem”, que, depois, transcreveu no papel.
Na dedicatória final do poema, Anchieta, cheio de humildade, exprime o seu desejo do martírio: “Eis os versos que outrora, ó Mãe Santíssima, te prometi em voto, vendo-me cercado de feros inimigos. Enquanto entre os Tamoios conjurados, pobre refém, tratava as suspiradas pazes, tua graça me acolheu em teu materno manto e teu véu me velou intactos corpo e alma. À inspiração do céu, eu muitas vezes desejei penar e cruelmente expirar em duros ferros. Mas sofreram merecida repulsa meus desejos: só a heróis compete tanta glória!”.
CONVIDO VOCÊ A REZARMOS JUNTOS A ORAÇÃO DA SUA CANONIZAÇÃO: “Senhor nosso Pai, através de São José de Anchieta, evangelizastes o nosso Brasil. Ele amou os pobres e sofredores, amenizando e curando seus males e foi solidário com os índios, ajudando-os a Vos conhecer e amar em sua própria língua e costumes. Neste momento, ó Pai querido, por intercessão de São José de Anchieta, eu Vos peço esta GRAÇA… , fortalecido pela mediação de Nossa Senhora, que ele muito amou em sua vida. Amém”.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!

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