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Podemos confiar na misericórdia de Deus, mas sem abusar, explica Papa

Francisco afirmou que Deus tem paciência e oferece a possibilidade de mudar e de progredir no caminho do bem, mas a conversão é urgente
Da redação, com VaticanNews

“A possibilidade da conversão não é ilimitada; por isso é preciso aproveitar logo; do contrário ela se perderia para sempre. Podemos confiar muito na misericórdia de Deus, mas sem abusar dela”, afirmou o Papa Francisco no Angelus deste domingo, 24.
Milhares de peregrinos se reuniram na Praça de São Pedro, no Vaticano, para rezar a oração dominical com o Pontífice.
O Santo Padre comentou o Evangelho deste domingo (cf. Lc 13,1-9), que fala sobre a misericórdia de Deus e a conversão pessoal.
A página do Evangelho traz nos versículos 6 a 9 a seguinte parábola contada por Jesus: “Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Veio a ela procurar frutos, mas não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho buscar frutos nesta figueira e não encontro. Corta-a; por que há de tornar a terra infrutífera? Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano para que eu cave ao redor e coloque adubo. Depois, talvez, dê frutos… Caso contrário, tu a cortarás’”.
O dono da figueira representa Deus Pai e o vinhateiro é imagem de Jesus, já o figo é símbolo da humanidade indiferente e árida, disse o Papa, acrescentando que “Jesus intercede ao Pai em favor da humanidade e pede que espere e Lhe dê mais tempo, para que nela possam germinar os frutos do amor e da justiça”.
Francisco explicou que a figueira que o dono na parábola quer extirpar representa uma existência estéril, incapaz de doação, de fazer o bem.
“É símbolo de quem vive para si mesmo, saciado e tranquilo, aconchegado em suas comodidades, incapaz de voltar o olhar e o coração para aqueles estão a seu lado e se encontram em condições de sofrimento, de pobreza, de dificuldade.”
O Santo Padre disse ainda que esta atitude de egoísmo e de esterilidade espiritual é contraposta pelo grande amor do vinhateiro pela figueira: tem paciência, sabe esperar, lhe dedica seu tempo e seu trabalho.

Urgência da conversão
Esta similitude manifesta a misericórdia de Deus, que nos deixa um tempo para a conversão, afirmou o Papa.
“Apesar da esterilidade, que por vezes marca a nossa existência, Deus tem paciência e nos oferece a possibilidade de mudar e de progredir no caminho do bem. Mas o prazo implorado e concedido à espera que a árvore finalmente frutifique, indica também a urgência da conversão”.
No entanto, o Papa enfatizou que a pessoa não deve justificar a preguiça espiritual, mas aumentar seu esforço para corresponder prontamente a essa misericórdia de Deus, com o coração sincero.
Francisco destacou que na Quaresma, o Senhor convida cada um à conversão, e acrescentou:
“Cada um de nós deve sentir-se interpelado por esse chamado, corrigindo algo em nossa vida, no modo de pensar, de agir e de viver as relações com o próximo. Ao mesmo tempo, devemos imitar a paciência de Deus que confia na capacidade de todos de poder ‘levantar-se’ e retomar o caminho. Ele não apaga a chama fraca, mas acompanha e cuida de quem é frágil a fim de que se robusteça e dê sua contribuição de amor à comunidade.”
O Papa pediu à Virgem Maria que nos ajude a viver estes dias de preparação para a Páscoa como um tempo de renovação espiritual e de confiante abertura à graça de Deus e à suas misericórdia.

Crise na Nicarágua
Após a oração mariana, na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Santo Padre voltou seu olhar para a Nicarágua, encorajando uma solução pacífica para a crise sociopolítica vivida no país centro-americano:
“Desde o dia 27 de fevereiro estão em curso na Nicarágua colóquios importantes para resolver a grave crise sócio-política vivida no país. Acompanho com a oração a iniciativa e encorajo as partes a encontrar o quanto antes uma solução pacífica para o bem de todos.”

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