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Entender as Escrituras

Entender as Escrituras supõe um exercício de conversão, explica o Papa.Vaticano, 10 Jun. 09 / 11:41 am (ACI).- O Papa Bento XVI afirmou que uma correta interpretação das Sagradas Escrituras supõe o exercício de “cultivar uma disponibilidade constante à conversão”.Na audiência geral da quarta-feira de hoje, celebrada na Praça de São Pedro, o Santo Padre falou sobre João Escoto Eriúgena, "um destacado filósofo do Ocidente cristão", nascido na Irlanda nos inícios dos 800 e falecido ao redor dos 870.

O Papa recordou os ensinos de Escoto, segundo as quais a Escritura "foi dada Por Deus para que o ser humano pudesse recordar tudo o que lhe tinha sido gravado no coração desde o momento de sua criação "à imagem e semelhança de Deus" e que a queda original lhe tinha feito esquecer. Graças à Escritura -escreve Escoto-, nossa natureza racional pode ser introduzida nos segredos da autêntica e pura contemplação de Deus"."A palavra da Sagrada Escritura -acrescentou o pontífice- purifica nossa razão um pouco cega e nos ajuda a voltar para lembrança do que nós, como imagem de Deus, levamos em nosso coração ferido pelo pecado".O Papa sublinhou que destas idéias "derivam algumas conseqüências hermenêuticas que podem indicar também hoje o caminho justo para uma correta interpretação das Escrituras. trata-se de descobrir o sentido escondido no texto sagrado e isto supõe um exercício interior particular, graças ao qual a razão se abre ao caminho seguro à verdade. Este exercício consiste em cultivar uma disponibilidade constante à conversão"."O reconhecimento adorador e silencioso do Mistério divino é o único caminho para uma relação com a verdade, que seja a mais íntima possível e a mais escrupulosamente respeitosa da alteridade", indicou.O Santo Padre explicou que Escoto se estabeleceu na corte do rei francês Carlos o Calvo. "Tinha uma cultura patrística, tanto grega como latina, de primeira mão. Demonstrou uma atenção muito particular a São Máximo o Confessor e, sobre tudo, a Dionísio o Areopagita, quem qualificava como o "autor divino" por excelência e por isso seus escritos foram uma fonte eminente de seu pensamento. Traduziu suas obras ao latim e grandes teólogos da Idade Média como São Boaventura as conheceram graças a essa versão. Dedicou-se toda sua vida a aprofundar e desenvolver seu pensamento". "Em realidade, o trabalho teológico do João Escoto não teve muita sorte. Não só o final da era carolíngia fazia esquecer suas obras, mas também uma censura da autoridade eclesiástica escurecia sua figura. Em realidade, Escoto representa um platonismo radical que às vezes parece aproximar-se de uma visão panteísta, embora se suas intenções pessoais e subjetivas eram sempre ortodoxas", adicionou. 

Entre as obras do teólogo irlandês, continuou, "vale a pena recordar em particular o tratado "sobre a divisão da natureza" e "as exposições sobre a hierarquia celeste de São Dionísio". 
Bento XVI assinalou que Escoto "desenvolve reflexões teológicas e espirituais estimulantes, que poderiam sugerir interessantes estudos também aos teólogos contemporâneos". Neste sentido se referiu aOS seus escritos "sobre o dever de exercer um discernimento apropriado a respeito do que se apresenta como "auctoritas vera", ou do compromisso de seguir procurando a verdade até alcançar alguma experiência na adoração silenciosa de Deus".Finalmente, destacou que "todo o pensamento teológico de João Escoto é a demonstração mais clara da tentativa de expressar o inefável de Deus, apoiando-se unicamente no mistério do Verbo feito carne em Jesus de Nazaret.

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