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Reflexão sobre o Ecumenismo

Reflexão sobre o Ecumenismo
“Apresentar a fé e vivê-la de modo que nos una e não de modo que reforce as separações”(P. João XXIII)
Introdução: Ao longo da história da Igreja sempre surgiram iniciativas ecumênicas. Porém, o movimento ecumênico na Igreja católica só ganha força e impulso com a realização do Concílio ecumênico Vaticano II (1962-65). No Decreto “Unitatis redintegratio”,  o ecumenismo aparece  como um elemento constitutivo da natureza ou essência da Igreja. Portanto, uma comunidade para ser cristã, deve ser, também, ecumênica, realizando o desejo de Jesus Cristo: “Pai que todos sejam um para que o mundo creia”(JO 17,21).Esta oração de Jesus  é simultaneamente  revelação e invocação. Revela a profunda unidade de Jesus com o Pai no E. Santo, como fonte de unidade para o mundo e para as Igrejas, é, também, uma invocação do dom perene que receberemos de Deus  até o fim dos tempos. Dom que precisamos merecer e deve ser acolhido na fé.  Por isso,  o empenho ecumênico e o diálogo inter-religioso, incentivado pela declaração conciliar “Nostra Aetate”, deve ser uma preocupação permanente das Igrejas Cristãs.
Espiritualidade ecumênica:  A espiritualidade tem seu fundamento no batismo administrado em cada uma das Igrejas. A espiritualidade ecumênica se fundamenta numa exigência evangélica, trinitária , batismal e se expressa através de 6 atitudes:
1-Oração: O ecumenismo encontra sua expressão mais genuína no clamor incessante da nossa oração. Porquanto, a oração confiante é a alma do ecumenismo. Pois, a oração comum é um caminho que conduz à reconciliação. Tanto a oração individual, como a oração comunitária entre as Igrejas,  são instrumentos valiosos na construção da unidade na diversidade. Orar pela unidade todos os dias significa deixar-se conduzir pelo Espírito Santo na realização da plena comunhão..
2-Diálogo :  Podemos dizer que diálogo ecumênico é a vida do ecumenismo. O diálogo é iniciativa divina. A história da salvação é história do diálogo entre Deus e o seu povo. Jesus dialogou com as pessoas. Um exemplo perfeito é o diálogo de Jesus com a Samaritana (Jo. 4,7…) e com a mulher pagã (MT,15,21). Através do diálogo Jesus encontra valores humanos e a semente da fé nelas. O diálogo não deve ser entendido como tática de conquista. Porém, aprofundamento sobre Os elementos de verdade e de santificação das diferentes Igrejas. Pelo diálogo  fecundo aprendemos uns com os outros e adquirimos conhecimento mútuo dos irmãos e das Igrejas.  .
3-Conversão:  “Convertei-vos e crede no evangelho”(Mc I, 15). O Evangelho da unidade exige conversão permanente. Viver em comunhão é uma conversão cotidiana. Todas as divisões que ocorreram ao longo da história, foram provocadas pela intolerância, auto-suficiência,  orgulho humano e falta de diálogo
4-Comunhão fraterna: O ecumenismo é um caminho de humanização e escola de amor. Aprendemos o respeito mútuo, a conviver com pessoas com visões e pensamentos diferentes,  aprofundamos a estima e amizade entre os membros das Igreja, libertamo-nos dos preconceitos e intolerâncias. Jesus é o ponto de comunhão das Igrejas Cristãs. “O que nos une é muito maior do que aquilo que nos divide” (João XIII).
5-Cooperação missionária :  A cooperação ecumênica se realiza através de ações concretas, ou seja, na missão. A promoção da justiça,  da paz  e a defesa da vida são pontos de coincidências de todas as Igrejas.  Não é preciso  renunciar os símbolos religiosos e as particularidades das diferentes Igrejas,  para a realização de ações  humanitárias em favor da vida e paz social.
6-Celebrações ecumênicas:  As atitudes ecumênicas se expressam, também, através da abertura para celebrações ecumênicas em datas comemorativas e eventos especiais. Estas celebrações dão visibilidade ao movimento ecumênico. Tais celebrações devem ser previamente preparadas pelo conjunto das Igrejas que realizarão as celebrações.
O que é o CONIC. 
O CONIC  fundado  em 1982, em Porto Alegre, é um organismo que promove a aproximação entre as Igrejas Cristãs, aprofunda a comunhão e as relações ecumênicas entre as Igrejas e, também, educa  para um ecumenismo que respeita a identidade de cada denominação numa diversidade reconciliada. O Conic é, também, um instrumento de trabalho conjunto das Igrejas na defesa dos direitos humanos e dos valores do evangelho.
o estatuto do CONIC reza: “O CONIC é uma associação fraterna de Igrejas que confessam o Senhor Jesus como Deus salvador, segundo as escrituras, e que, por isso, procuram cumprir sua vocação comum para a glória de Deus uno e Trino: Pai, filho e E. Santo, em cujo nome administram o Santo batismo”.
No momento sete Igrejas são membros plenos do CONIC: Igreja Católica apostólica Romana(ICAR), Igreja Ortodoxa sirian do Brasil, Igreja Cristã reformada, Igreja Episcopal anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de confissão luteran no Brasil, Igreja Metodista, Igreja Presbiteriana unida.
Pe. Deusdédit – Secretário do CONIC (Cuiabá)
Pe. Deusdédit é sacerdote Diocesano e Pároco da Paróquia Coração Imaculado de Maria-Cuiabá

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