Logo de explicar que é necessário lhe mostrar aos jovens que como sacerdotes se pode "servir de modo importante aos irmãos", o Papa ressaltou que o celibato somente tem sentido "se acreditarmos verdadeiramente na vida eterna e se acreditarmos que Deus nos ajuda".
Do mesmo modo, precisou que ante a grande quantidade de atividades que deve realizar um sacerdote, "é importante ter a coragem de limitar-se e a claridade ao decidir as prioridades", porque a mais importante de todas elas na "existência sacerdotal é ficar com o Senhor e por isso ter tempo para a oração".
A partir da oração, precisa o Papa, todo sacerdote deve "aprender a ver que coisa é verdadeiramente essencial, onde se necessita minha presença de sacerdote e não posso delegar a ninguém. E ao mesmo tempo devo aceitar humildemente quando muitas coisas que teria que fazer e onde se exigiria minha presença não se podem realizar porque reconheço meus limites. Acredito que tal humildade será compreendida pela gente".
"E com isto devo entender outro aspecto: saber delegar, chamar as pessoas à colaboração", indicou.
Ao comentar logo a distância física que experimentam com freqüência os sacerdotes, Bento XVI lembrou que estes servidores de Deus são "uma verdadeira comunidade de irmãos que devem sustentar-se e ajudar-se" para evitar o perigo do "isolamento, na solidão, com suas tristezas pelo que é importante nos encontrar regularmente".
"Nenhum sacerdote é um sacerdote sozinho, somos um presbitério e só nesta comunhão com o Bispo cada um pode realizar seu serviço", acrescentou o Papa.
Catequese para sacramentos
Ao responder logo a outra pergunta sobre o que fazer com as crianças e jovens que solicitam a Primeira Comunhão e a Confirmação quando parece que não vão perseverar na fé logo depois de recebido o sacramento, Bento XVI relatou que "quando era mais jovem era mais severo. Dizia: os sacramentos são os sacramentos da fé, e portanto onde não há fé, não há praxe de fé, então o sacramento não pode ser conferido. E logo discutia isso quando era Arcebispo de Munique com meus párocos. (…) Com o transcurso do tempo entendi que devemos seguir sempre o exemplo do Senhor, que era muito aberto também com as pessoas à margem do Israel daquele tempo, era um Senhor da misericórdia, bastante aberto –segundo muitas autoridades oficiais– com os pecadores, acolhendo-os ou deixando-se acolher em seus jantares, os atraindo a si em sua comunhão".
"Se percebermos sequer uma pequena flama de desejo da comunhão na Igreja, um desejo também destas crianças que querem entrar em comunhão com Jesus, parece-me que é justo ser mais amplo. Naturalmente, certo, deve ser um aspecto de nossa catequese fazer entender que a Comunhão, a Primeira Comunhão, não é um fato ‘pontual’, porém exige uma continuidade de amizade com Jesus, um caminho com Jesus", prosseguiu.
"Neste sentido devemos naturalmente fazer o possível no contexto da preparação aos sacramentos, para chegar também aos pais e assim lhes abrir também a sensibilidade no caminho que realizam as crianças. Deveriam ajudar a seus filhos a seguir o próprio desejo de entrar em amizade com Jesus, que é forma da vida, do futuro", alentou o Santo Padre.
"Se os pais tiverem o desejo de que seus filhos façam a Primeira Comunhão, este desejo dele, com freqüência social, deveria estender-se a um desejo religioso, para fazer possível um caminho para Jesus", disse o Papa.