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Ano Santo da Misericórdia

ANO SANTO DA MISERICÓRDIA
O Papa Francisco, através uma belíssima bula, intitulada “Misericordiae vultus”(o rosto da misericórdia), proclama e lança, no dia 8 de Dezembro, o jubileu extraordinário do,  ano santo da misericórdia. O termo “Bula”, que indica um tipo de documento Papal, vem do antigo selo que fechava as cartas pontifícias, em formato de bola (bulla), podendo ser de prata ou chumbo. Hoje, corriqueiramente, bula é um folheto explicativo que acompanha um medicamento. Podemos aplicar o mesmo sentido à bula de  Francisco, o qual apresenta à Igreja e ao mundo, o grande remédio da misericórdia, para curar as feridas causadas pelos conflitos,  discórdias,  encrencas e  desavenças humanas. A festa da Imaculada Conceição, “mãe da misericórdia”,  lembra que “diante da gravidade do pecado,

Deus responde com a plenitude do perdão”(n.3). Lembra, também, o encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano ll, há 50 anos (cinquentenário), o qual foi um verdadeiro sopro renovador do espirito na Igreja! O Papa Francisco, assim como os seus predecessores, quer a Igreja Católica nas trilhas do Concilio Vaticano ll. Assim pronunciou são João Xlll na abertura do Concílio: “Nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade…”.  O ano santo é, portanto, um indicativo para a Igreja e todo fiel cristão, agirem sempre na linha da misericórdia, em relação aos irmãos. Porquanto, “a misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa”(n.3).  
Na tradição judaica e cristã os Jubileus ordinários acontecem a cada 25 anos.  Na história da Igreja aconteceram 26 Jubileus ordinários e  apenas 4 jubileus extraordinários. O primeiro Jubileu extraordinário foi em 1585, com o Papa Sisto V, para inaugurar o seu pontificado, que se estendeu até 1590. O segundo foi em 1933, com Papa Pio Xl, para celebrar os 1.900 da redenção realizada por Jesus na Cruz, no ano 33. O terceiro foi em 1983, com  João Paulo ll, para celebrar os 1.950 anos da redenção cristã. O quarto, em 2015, com o Papa Francisco, para lembrar os 50 anos do encerramento do Concílio vaticano ll (1962-1965), marco de renovação da Igreja que abriu seu diálogo com o mundo. 
O Papa apresenta em poucas palavras, o fundamento e razão do ano santo: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai” (n.1). A misericórdia é, pois, “o coração pulsante do evangelho” (n.12). O lema escolhido para esse jubileu é um chamado à vivência concreta da fé e a misericórdia: “Misericordiosos como o Pai”(Lc 6,36). O Papa estabelece que em todas as Dioceses, Santuários, Paróquias, Comunidades cristãs, aconteçam a celebração deste ano santo, como um acontecimento extraordinário de graça e renovação espiritual. Além disso, o santo Padre  recomenda a revitalização das obras de misericórdia corporal e espiritual fixadas pela Igreja, para entrarmos no coração do evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. Obras de misericórdia corporal: dar comida aos famintos, bebida aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, visitar os doentes e enterrar os mortos(velórios). Obras de misericórdia espiritual: “Aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consola os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas inconvenientes, rezar pelos vivos e defuntos”(n.15). Aprendamos, portanto, no ano santo da misericórdia, a sermos misericordiosos uns com os outros para merecermos a misericórdia de Deus.
      
Pe. Deusdedit é sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá e Pároco da Paróquia C. Imaculado de Maria

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